O "MODERNO ESTADO-MÍNIMO" BRASILEIRO
Nos últimos dias (após o fim da CPMF) voltou à tona na grande mídia o discurso de "Estado Mínimo" para reduzir "a gastança governamental".
Na década de 90, em consonância com as propagandas e diretrizes externas aqui nacionalizadas, era voz comum na nossa mídia audiotelevisiva e impressa que o Estado-Nação, no Brasil, deveria renunciar às políticas de desenvolvimento industrial e tecnológico e passar a ser demolido, para tornar-se um " Estado-mínimo". O Brasil, assim, ficaria congelado como simples país agrícola e exportador de produtos de baixo valor agregado.
Esse "novo e avançado Estado-enxuto", "redimensionado", "reestruturado", deveria ser, em termos práticos (porém não confessados pelos seus propugnadores), simples executor dos interesses dos países centrais. O Estado deveria ser dedicado, basicamente, a tentar manter a estabilidade, a justiça social e a segurança interna.
Quanto à segurança interna, já era óbvio que, com a redução do Estado, ela ficaria cada vez mais ameaçada.
O seu agravamento seria conseqüência inexorável daquela "nova ordem mundial" e de seus inevitáveis e previsíveis efeitos colaterais, como: aumento do distanciamento entre os países ricos e os demais como o Brasil; aumento, dentro de cada país, da distância entre os cidadãos ricos e pobres (concentração de renda); aumento da pobreza, do desemprego, da violência e da criminalidade. Tudo isso realmente aconteceu aqui.
Em resumo, expurgando-se as eufemias daqueles conceitos intensamente propagados no Brasil, a equação lógica daquelas campanhas era matemática, cristalina:
[Estado mínimo (com Forças Armadas também mínimas)] = [Estado mais facilmente subjugado].
Subjugado pela elite dominante.
No caso brasileiro, essa elite dominadora era (é) o resultado, principalmente, de uma soma: [empresas multinacionais ou estatais estrangeiras + grandes bancos e investidores internacionais + governantes dos EUA e dos países do G-7 + FMI/BID/BIRD/OCDE + poucos brasileiros e partidos mais à direita que lucravam com aquilo].
Essa é a essência da empulhação do tal "Estado Ínfimo", que aqui foi doutrinada muito bem na década de 90, disfarçada com magníficos discursos econômicos e sociológicos, e que agora está ressurgindo na mídia com força.
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