Li hoje no jornal Folha de São Paulo essa notícia.
Em 21 de fevereiro, este blog democracia & política já demonstrou dúvidas sérias sobre o assunto, sob o título “Privatização da CESP pelo governo Serra”.
Demonstrei minha perplexidade naquele artigo. Seu subtítulo foi o seguinte: "PEQUENAS" DÚVIDAS: POR QUE IMPEDIR A COMPRA POR ESTATAL BRASILEIRA? E QUAL O ESTIMADO VALOR HONESTO? (sugiro lê-lo).
Naquele dia 21/02/2008, o jornal Folha de São Paulo (FSP) trouxera a seguinte notícia, da qual selecionei trechos:
"O governo paulista (PSDB/Serra) decidiu ontem levar a leilão, no dia 26 de março, o controle da CESP (Companhia Energética de São Paulo), terceira maior geradora de eletricidade do país, por R$ 6,6 bilhões. Será a maior privatização já feita no setor elétrico e a maior desde o leilão do Banespa, em 2000 (pelo governo FHC)".
"Na avaliação do governo paulista, a crise nos mercados internacionais não deverá prejudicar o leilão".
"A expectativa é que a venda levante cerca de R$ 7 bilhões para os cofres do Estado".
Uma das razões da minha dúvida foi a informação da Folha, de que analista do UNIBANCO teria avaliado a CESP em R$ 15 bilhões e ela estará sendo leiloada por R$ 6,6 bilhões.
Comentei naquela postagem ser leigo quanto a vendas e a preços de empresas de energia elétrica. Eu não entendera muita coisa. Sem entrar no mérito do nefasto retorno à polêmica “privataria” dos tempos "neoliberais" do PSDB/DEM/FHC, somente pelas notícias daquele dia na imprensa fiquei confuso.
Primeiro, por que vetar a participação de estatais brasileiras (CEMIG e COPEL)? Isso é ainda mais incongruente porque, no governo PSDB/FHC, muitas das chamadas "privatizações" foram, na realidade, passagens financiadas com dinheiro brasileiro (BNDES) para estatais estrangeiras! Sim! Estatais! Houve a estatização de empresas brasileiras para Estados estrangeiros! Assim foi inicialmente com a Light, no RJ, posteriormente aconteceu com a EMBRAER. Ambas foram vendidas em grande parcela para o Estado francês. E muitos outros casos que então foram escondidos da população pelo governo, e pela imprensa que o apoiava radicalmente.
Hoje, 28/02/2008, vejo que nem o tucano Aécio Neves está entendendo.
Vejamos a notícia da Folha:
“O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, criticou ontem a decisão do governo de São Paulo de impedir a participação da CEMIG (Companhia Energética de Minas) no leilão da CESP (Companhia Energética de São Paulo).
Chamando a restrição de equivocada, Aécio anunciou que, a exemplo do Paraná, o Estado de Minas questionará a proibição na Justiça.
"A Justiça é que irá decidir", afirmou Aécio Neves à Rádio Bandeirantes.
Lembrando que o veto à participação das estatais de outros Estados nas privatizações de São Paulo foi fixado ainda no governo Mário Covas, Aécio usou o exemplo da SABESP para chamar a medida de contraditória.
"A vedação a ela [CEMIG] é um equívoco. E é algo também que deve ser visto de uma forma, talvez, contraditória. Há movimento grande na SABESP, por exemplo, que é uma empresa estatal também de São Paulo na área de saneamento, de avançar em direção a outros Estados", argumentou Aécio.
Dizendo que já manifestara interesse de a CEMIG participar do consórcio para compra da CESP numa conversa com o governador de São Paulo (o também tucano José Serra), Aécio criticou:
"Acho que, mais do que esse rigor, essa visão protecionista, essa visão ideológica, de Estado pode, Estado não pode, se deve poder é eficiência. Se tem preço, se tem condições de gerir adequadamente a empresa, não deveria haver qualquer restrição", afirmou Aécio.
O governador lembrou que a CEMIG passou a integrar o consórcio controlador da LIGHT.
Procurado pela Folha, o secretário da Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo Costa, disse, por intermédio da assessoria de imprensa, que não tem o que comentar sobre as críticas de Aécio.
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