5ª PARTE DA SÉRIE “O BRASIL E AS GUERRAS MAIS RECENTES DOS EUA”
RETROSPECTIVA DESTA SÉRIE
A motivação para esta série foi despertada com o artigo “Risco de guerras na América do Sul”, postado em 3 de março. Para a melhor compreensão do cenário, tornou-se necessário recordar com mais detalhes o comportamento bélico dos EUA nas últimas décadas.
Em 11 de março, tratei do intensivo uso militar da propaganda pelos EUA desde o fim da 2ª Guerra Mundial. Os subtítulos foram: “Os EUA e a mídia” e “O terror atômico suavizado na mídia”.
No dia seguinte, recordei a guerra dos Estados Unidos contra o Panamá, no final de 1989. O título foi: “O terror no Panamá por ‘justa causa’ ”.
Em 15 de março, abordei superficialmente os “Ataques dos EUA contra Granada, Somália, Sudão e outros”. Também foram lembrados os ataques ao Haiti, em 1994 e em 2003, bem como os ataques ao Afeganistão e ao Paquistão na noite de 20/08/2008.
A postagem de 17/03 tratou da primeira guerra dos EUA contra o Iraque, em 1991.
Hoje, continuaremos com a segunda guerra contra o Iraque, iniciada há cinco anos, em 19 de março de 2003.
A INVASÃO DO IRAQUE
Os EUA a Inglaterra e alguns poucos aliados atacaram de novo o Iraque em 2003. O Iraque já estava muito enfraquecido por conta de uma década de pesadas sanções e restrições colocadas pelos EUA e a ONU após a primeira guerra, em 1991.
Aquela reedição da guerra de 1991 foi ainda mais violenta. Ao contrário da primeira, foi efetuada contrariando a maioria dos países do mundo, contra as normas da ONU e contra todos os preceitos do Direito Internacional.
Foi gigantesca a violência da segunda invasão anglo-americana no Iraque. Ela começou com muitos dias e noites de bombardeamentos televisionados para o mundo. Essa guerra já despedaçou, matou, feriu civis, mulheres, crianças em quantidade mais de 100 vezes maior do que a do atentado terrorista em Madri de 2004 que causou tanta comoção no mundo. E continuam a matar.
As estatísticas mais favoráveis aos norte-americanos e ingleses dizem que eles “somente” mataram, até agora, uns 150.000 civis iraquianos. Outras fontes estipulam um milhão. Os EUA justificam, dizendo que mataram “insurgentes” e os demais “por efeito colateral”.
No início, o Primeiro-Ministro Tony Blair, em Londres, o Presidente Bush e autoridades dos EUA comunicavam freqüentemente de púlpito (com o cotovelo direito nele apoiado), ridícula e prepotentemente, que aquela nova invasão era para levar a paz, a democracia e a liberdade para os países árabes; para tirar do Iraque o ditador mau Saddam Hussein, não-democrático, que anos antes havia matado separatistas curdos com armas químicas proibidas pelos EUA para os demais países; para eliminar aquele ditador que torturara iraquianos na prisão de Abu Ghraib; que poderia ter ligações com o terrorista Bin-Laden e que era uma forte e imediata ameaça para toda a civilização ocidental, com o seu grande arsenal de bombas atômicas, químicas e biológicas. Arsenal esse pronto para ser acionado e lançado contra o mundo ocicental por grandes mísseis, em quarenta e cinco minutos.
Até as próprias tropas americanas (cada vez mais negras, latinas e pobres) e as de seus aliados eram enganadas em discursos presidenciais ufanistas na festiva e patriótica hora dos embarques para o Iraque. Diziam-lhes que eles eram super-heróis que estavam partindo para defender o bem contra o mal, para “salvar a civilização ocidental, superior, do islamismo bárbaro” (palavras do 1º ministro italiano Silvio Berlusconi); que iam “salvar a democracia e a liberdade, lutando contra o terror”; que estavam indo tirar dos iraquianos as suas armas de destruição em massa.
Um detalhe: até este momento, cinco anos depois, as tais armas que “justificariam” a invasão não foram encontradas. Nem mesmo uma só, “made in USA”, mas com inscrições em árabe, que convenientemente tivesse sido levada pelos EUA para lá.
Como desde o início não acharam as tais armas, passaram, então, a divulgar que o problema não era o Iraque ter (ou não) aquelas armas, mas a possibilidade de que o seu odioso tirano não-democrático pudesse vir a ter intenções malévolas de desenvolvê-las. Somente isso já justificaria o ataque... Era, também, para combater a Al Qaeda, da qual, até então, não havia um indício sequer da sua presença no Iraque.
A mentira era uma potente arma de comunicação.
Um intrigante (ou esclarecedor) aspecto da invasão norte-americana no Iraque. Foi publicado (“Defense News”, Washington, 19/01/2004) que as tropas invasoras também tinham o objetivo de aumentar a proteção ao Estado de Israel. Elas estariam impulsionadas pelo poderoso lobby judaico dos setores financeiro e industrial militar dos EUA e da Inglaterra. “Era óbvio que a guerra servia a interesses de Israel”, expressou o Brig. Gen. Shlomo Brom, ex-chefe de planejamento estratégico das Forças de Defesa israelenses (“Defense News”, Washington, 19/01/2004).
O PAPEL DA MÍDIA NO APOIO À INVASÂO
O blog “Grupo Beatrice”, ontem (18/03), sob o título “Bush & Sherazade”, publicou um texto de Márcia Denser que abordou um discurso feito em 2004 por Karl Rove, consultor do Presidente Bush. Destaco três parágrafos:
(...) ”Somos um império agora. E, quando agimos, criamos nossa própria realidade. Enquanto vocês estudam essa realidade, nós agimos de novo, criando outras novas realidades, que vocês podem igualmente estudar. É assim que as coisas se passam. Nós somos os atores da história. E a vocês, a vocês todos, só resta estudar o que fazemos" (entrevista a Ron Suskind, publicada no New York Times, dias antes da eleição presidencial de 2004).
(...) “A invasão do Iraque em março de 2003 constituiu um exemplo lapidar da vontade da Casa Branca de "criar sua própria realidade".
(...) “Preocupado em não repetir os erros da Guerra do Golfo em 1991, o Pentágono caprichou em sua estratégia de comunicação. Além dos quinhentos jornalistas’ embeded’, a sala de imprensa do quartel general das tropas americanas no Qatar, que custou um milhão de dólares, era um moderníssimo estúdio de TV, com palco, telas de plasma e toda a parafernália eletrônica a produzir, em tempo real, imagens do combate, animações e gráficos, dirigido por um cineasta com passagens pela Disney, MGM e o Good Morning America. Ele também escolhia os cenários para as aparições presidenciais".
Aliás, a mídia brasileira foi até mais submissa e fiel à política guerreira de Bush do que a norte-americana.
No Brasil, nos grandes jornais, se lia defesa apaixonada dos EUA. Por exemplo, o jornal Folha de S. Paulo (FSP) criticou em maio de 2004:
A “capciosa campanha antiamericana na imprensa sobre supostas crueldades odiosas dos soldados norte-americanos contra prisioneiros iraquianos. Os militares dos EUA despem, humilham e até dão alguns sopapos nos prisioneiros, isto é inevitável em toda guerra. Os iraquianos os esfolam, queimam vivos ou os degolam. As críticas aos EUA são obra de espertalhões conscientes e de milhares de idiotas úteis que não têm idéia da origem remota das suas opiniões” (FSP, 20/05/2004).
O jornal “O Globo” também já havia destacado, cinco dias antes, opinião semelhante.
A VERDADEIRA RAZÃO DA GUERRA: O PETRÓLEO
Era difícil para a mídia e para o governo dos EUA , e continua sendo, esconder os principais verdadeiros objetivos norte-americanos na invasão do Iraque: 1) o principal: garantia para eles das reservas de petróleo e do seu barato suprimento por muitas décadas; 2) criação de um Estado visceralmente pró-americano no Golfo Pérsico, para garantir o objetivo nº 1; 3) a expansão geopolítica e econômica baseada na submissão dos outros países pelo medo de sua força e pela certeza da impossibilidade de confrontá-los militarmente.
Uma pequena parte da imprensa dos EUA dizia que a invasão também aconteceu porque: 4) estavam em jogo interesses particulares da família Bush, ligada a empresas petrolíferas do Texas e da Arábia Saudita.
CUSTO x BENEFÍCIO DA GUERRA
No início da invasão, o DOD (Departamento de Defesa) expôs ao Congresso que os custos norte-americanos com a guerra se pagariam com os recursos que tirariam do próprio petróleo iraquiano, sob o título de ajuda financeira para a reconstrução daquele país.
O presidente dos EUA externou que tudo (mortes, dispêndios) valeria a pena, inclusive porque o petróleo voltaria a ser bombeado sob o controle de empresas norte-americanas. Em 13/04/2004, o presidente Bush declarou: “The oil revenues are. Is pretty darn significant. They’re now up and running” (Financial Times, 14/04/2004). Foi emocionantemente aplaudido de pé.
O aspecto econômico da invasão iniciada na noite de 19/03/2003 não veio a ser favorável para os EUA.
Tais ganhos dos EUA no Iraque com o petróleo não compensaram os custos da invasão e da ocupação até hoje. Eles já despenderam diretamente US$ 1 trilhão, perderam 4.000 soldados e já voltaram para os Estados Unidos dezenas de milhares de feridos e amputados.
Os custos diretos e indiretos totais da guerra já alcançam a ordem de US$ 3 trilhões.
A SITUAÇÃO ATUAL
O portal UOL Últimas Notícias de hoje publicou os seguintes artigos da redação do UOL e da BBC Brasil:
“CINCO ANOS DEPOIS DA INVASÃO, OS EUA ESTÃO LONGE DA SOLUÇÃO PARA O CONFLITO NO IRAQUE”
“Dezenas de milhares de civis mortos, gasto de cifras superiores ao PIB de muitos países, um custo político incalculável e um país dominado pela incerteza, pela violência sectária e pela falta de perspectivas de paz. O saldo dos cinco anos desde a invasão de tropas militares dos Estados Unidos ao Iraque não é nada alentador. O conflito militar mais longo em que os norte-americanos se envolveram desde a Guerra do Vietnã (1958-1975) está longe de ter uma solução, afirmam analistas ouvidos pelo UOL.
Às 23h35 (horário de Brasília) do dia 19 de março de 2003, os EUA iniciaram com bombardeio a alvos em Bagdá a guerra que tinha entre seus objetivos derrubar o regime de Saddam Hussein. No horário local, eram 5h35 da manhã já do dia 20 de março, uma quinta-feira. Embora os alvos fossem divulgados como "estratégicos", não foi uma guerra de soldados contra soldados.
A busca de exatidão sobre o total de mortes de civis é quase impossível, tal a quantidade de ataques, confrontos e explosões que ocorrem praticamente todos os dias no Iraque. Os dados variam de fonte para fonte: 82 mil, 151 mil civis mortos... Estudos já falaram em mais de 500 mil mortos e há quem estime que o número já possa ter chegado a 1 milhão. O general Tommy Franks, que liderou as invasões ao Iraque e ao Afeganistão quando esteve à frente do Comando Central americano, disse certa vez: "Nós não fazemos contagem de corpos" (dos iraquianos)."Oficialmente, morreram cerca de 4.000 soldados norte-americanos".
O custo da guerra também é objeto de controvérsias. Chega a US$ 526 bilhões, segundo o Congresso norte-americano. Chegará a US$ 3 trilhões e já supera o custo da Guerra do Vietnã, segundo estudo de Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de economia, e de Linda Bilmes, professora da Universidade de Harvard.
Não havia chancela da ONU, nem coalizão internacional sólida sobre a iniciativa dos EUA. Havia pretextos. A suposta existência no Iraque de armas de destruição em massa, nunca encontradas, foi o argumento inicial de George W. Bush para combater Saddam.
Em um pronunciamento de 4 minutos pouco antes do primeiro bombardeio, Bush anunciou o início dos ataques, alegando que a intenção era a de "minar a capacidade" do ditador. "Não aceitaremos nada menos do que a vitória", afirmou o presidente. Para justificar os ataques, voltou a citar a ameaça terrorista contra os EUA, ameaça esta que se tornou o foco do discurso da política externa norte-americana depois dos eventos de 11 de setembro de 2001.
No pronunciamento, Bush já dizia que a guerra poderia ser mais longa e mais difícil do que alguns previram. Mas talvez não imaginasse que a perspectiva do fim do conflito viesse a ficar tão nebulosa no horizonte.
Dissera Bush: "Os EUA não têm nenhuma ambição em relação ao Iraque, a não ser a de restabelecer a liberdade para a sua população".
Saddam foi derrubado e acabou condenado à morte por enforcamento. O ditador se foi, mas os problemas não. No Iraque de hoje, 43% sobrevivem com menos de US$ 1 por dia, 6 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária (o dobro de 2004, mas só 60% da população têm acesso às rações que então eram universais. Hoje, quase um de cada cinco integrantes da população iraquiana de cinco anos atrás, antes da invasão, vive como refugiado no exterior ou está desabrigado no próprio país, segundo a Organização Internacional para Migrações.
Bush também havia, em seu pronunciamento no dia do início dos ataques, voltado a relacionar Saddam à rede terrorista Al Qaeda, de Osama Bin Laden. O jornalista Sérgio D’ Ávila, único repórter brasileiro a cobrir o início da guerra, diz que a diferença entre o Iraque que conheceu na ocasião e o de hoje é a presença marcante da Al Qaeda, que antes praticamente "não existia" no Iraque e hoje é responsável por grande parte dos freqüentes 'atentados’ no país.
Aos poucos, a guerra ganhou mais e mais críticos na sociedade norte-americana, o que veio a derrubar os índices de aprovação ao governo Bush. A presença das tropas norte-americanas no Iraque era apontada como tema dos mais cruciais nos debates da campanha eleitoral à sucessão de Bush neste ano, em curso.
Para sorte ou azar do governo ou de seus opositores, a crise financeira iniciada no fim do ano passado cresceu e se tornou o assunto principal no interesse médio dos americanos. É na ameaça de recessão que reside hoje a preocupação maior. O que pode tornar ainda mais chamativos os custos da guerra.
ANÁLISES
Os Estados Unidos não esperavam que a guerra do Iraque fosse muito mais difícil de ser vencida do que a Guerra do Vietnã (1958-1975) e agora vêem crescer o antiamericanismo na região. Na opinião do professor de relações internacionais da Universidade Federal Fluminense, Williams Gonçalves, houve "erro de cálculo" na ação dos EUA.
"O Iraque se converteu em um problema sério para o governo Bush. A intenção dos EUA era introduzir em seu lugar governante confiável aos seus interesses. A partir de um Iraque remodelado, promover reformulação completa do Oriente Médio.
Apesar de terem derrotado muito facilmente as forças militares de Saddam, os EUA nunca conseguiram exercer um real controle político sobre o Iraque. A frágil estrutura do país se desfez em três grandes grupos: árabes sunitas, árabes xiitas e curdos. Os EUA até hoje não conseguiram fazer com que o governo que se instalou no local se fizesse respeitar. É um governo que não tem qualquer legitimidade, o que impede que as forças americanas se retirem do Iraque."
Nos Estados Unidos, "a não ser por parte dos republicanos, há muito protesto e pouca comemoração", relata Sérgio D’ Ávila, de Washington.
Na Europa, o sentimento predominante em relação à ação militar no Iraque é de repúdio, observa o historiador Luiz Felipe de Alencastro (professor da Sorbonne, em Paris). O conflito no Iraque, diz, "está diretamente ligado ao declínio do prestígio e à saída do primeiro-ministro Tony Blair, que foi quem colocou a Inglaterra na guerra". "Gordon Brown está achando um jeito de retirar o contingente inglês do Iraque."
Alencastro diz que a guerra tomou proporções muito mais graves do que o que os homens que começaram a ofensiva haviam imaginado. "Criou-se no Iraque um tal redemoinho de tensões que hoje fica muito difícil de sair de lá", avalia o historiador. "A saída das tropas pode levar a uma guerra civil de grandes proporções", diz Alencastro, para quem os cinco anos de guerra "desmoralizaram o governo americano". "Foi um golpe terrível na popularidade de Bush", afirma.
Para Gunther Rudzit, os EUA "levaram uma guerra civil ao Iraque".
Especialistas ouvidos pela BBC Brasil concluem que a invasão do Iraque mudou o balanço de forças no Oriente Médio”.
SITUAÇÃO HUMANITÁRIA
“CINCO ANOS DEPOIS, SITUAÇÃO NO IRAQUE É DESESPERADORA”
“Em uma situação "desesperadora", milhões de iraquianos vivem sem acesso a água tratada, saneamento básico ou atendimento à saúde, cinco anos após a invasão americana de 2003, afirmam nesta segunda-feira dois relatórios divulgados por organizações internacionais.
Segundo a Cruz Vermelha, que descreveu a situação humanitária no Iraque como "uma das mais críticas do mundo", famílias iraquianas gastam até um terço de sua receita mensal de pouco mais de R$ 250 apenas para comprar água limpa.
Dois em cada três iraquianos não têm acesso a água potável, completou um segundo relatório divulgado pela Anistia Internacional.
De acordo com a Anistia, cerca de 8 milhões de iraquianos --quase um terço da população de 27 milhões de habitantes --precisam de ajuda humanitária para viver.
Os relatórios são divulgados na semana em que se completam cinco anos da invasão do Iraque, na madrugada de 19 para 20 de março de 2003.
"Para as pessoas que precisam de água limpa, que precisam de acesso à saúde, a situação está pior do que nunca. Foram décadas de guerras e sanções, o que significa que não houve investimentos suficientes no sistema de saúde e em saneamento", disse à BBC o porta-voz da Cruz Vermelha em Washington Michael Khambatta.
Ainda de acordo com a Cruz Vermelha, hospitais iraquianos se ressentem da falta de profissionais e medicamentos, e oferecem apenas 30 mil leitos, menos da metade dos 80 mil necessários”.
"DIREITOS HUMANOS" NO IRAQUE
“O relatório da Cruz Vermelha é complementado por outro, da Anistia Internacional, que avalia como "desesperadora" a situação humanitária no país em guerra.
"Milhares de pessoas foram mortas ou incapacitadas, e comunidades que antes viviam em harmonia foram precipitadas para o conflito aberto. Para muitas mulheres, agora sob risco de ataque por militantes religiosos, as condições até deterioraram em comparação com o período de Saddam Hussein", disse o relatório.
De acordo com o relatório, mesmo na relativamente tranqüila região do Curdistão, no norte do Iraque, a melhoria econômica não foi acompanhada de mais respeito pelos direitos humanos. "Prisões arbitrárias, detenções e torturas continuam a ser registradas mesmo nas províncias do Curdistão", afirmou o diretor da Anistia Internacional para Oriente Médio e África, Malcolm Smart.
"O governo de Saddam Hussein era sinônimo de abuso de direitos humanos, mas sua substituição não representou nenhum alívio para o povo iraquiano."
Segundo o relatório, o número de mortos desde o início do conflito permanece incerto. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estimou que até junho de 2006 as mortes chegavam até 150 mil. Naquele ano, 35 mil pessoas morreram, afirmou a Anistia, citando a ONU.
Apesar disso, os Estados Unidos afirmam que “a segurança no Iraque está melhorando”. As taxas de violência têm caído em até 60% desde junho do ano passado --embora o próprio comandante das tropas americanas no país, general David Petraeus, ressalte a volatilidade da situação.”
Concluindo, recordo que ontem postamos um artigo que se iniciava assim:
“HILLARY CLINTON: O IRAQUE GANHARÁ A GUERRA”.
Não foram essas, exatamente, as palavras de Hillary Clinton. Ela disse: “Não poderemos vencer” (o Iraque). Assim, como corolário, como conseqüência natural e evidente, veio o título acima “O Iraque ganhará a guerra”.
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