No "blog do Nassif", hoje, li um interessante artigo de título:
“A AUTO-ESTIMA NACIONAL E A MÍDIA”
É curioso o Globo de hoje. A material principal é uma pesquisa sobre o que pensam os brasileiros. A pesquisa constata que os brasileiros se consideram, individualmente, melhores do que o Brasil. Gerou a manchete da matéria: “A culpa é dos outros”.
Os dados falam por si.
De 1 a 10:
No quesito “respeito e valorização dos idosos, os brasileiros se dão nota 8,7 para a sua posição; e 5,2 para os brasileiros em geral.”
No quesito “preocupação e esforço em preservar o meio ambiente”, 8,5% para si, 5,5 para o conjunto do país.
As conclusões dos analistas consultados é que, ao projetar nos outros os defeitos, o brasileiro no fundo estaria exprimindo seus próprios conceitos.
Ninguém falou – e provavelmente não foi perguntado – sobre o “modismo” que há alguns anos tomou conta dos principais veículos e dos principais colunistas: falar mal do país.
O que queriam, com o público sendo massacrado diariamente por avaliações de que o país não presta, que é atrasado, que o brasileiro é folgado, está sempre atrás de uma boquinha, que o Estado é paternalista – até quando cumpre com seus compromissos básicos de inclusão social.
Esse comportamento preconceituoso e elitista está entranhado na chamada "república de Ipanema", a cultura que emana especialmente dos círculos sócio-culturais e jornalísticos do Rio de Janeiro. O jornalismo, hoje em dia, está coalhado desse tipo de colunismo, de colunistas simpaticíssimas, mas que, em seus escritos, exalam preconceito por todos os poros, fundados no lugar-comum do ipanemismo.
Está na hora da mídia começar a avaliar o efeito-mídia. Senão, as explicações sobre os aspectos culturais da população serão sempre incompletos. Até para não embarcar nessa de que "a culpa é dos outros".
Se a imprensa não tem responsabilidade na formação da opinião pública, quem teria?”
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