terça-feira, 8 de abril de 2008

MOEDA ÚNICA SUL-AMERICANA

Hoje, a “Coluna Econômica” do “blog do Nassif” publicou um interessante artigo sobre os primeiros passos na direção de uma moeda única para os países da América do Sul, análoga ao “euro”, estabelecido para os países da União Européia.

Transcrevo:

A MOEDA SUL-AMERICANA

A decisão de implantar o Sistema de Moedas Locais para as vendas internas na América do Sul é mais um grande passo na direção da integração do continente.

O prazo final de implantação será setembro, segundo informou à Agência Estado a Diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central Maria Celina Bernardinelli Arraes.

O sistema atual é insano. Para adquirir produtos argentinos, o importador brasileiro precisa efetuar depósito no Bank of New York e pagar o exportador em dólares. E vice-versa. Depois os dólares chegam na Argentina e são convertidos em pesos; chegam ao Brasil e são convertidos em reais. E se não houver dólares – como no caso da crise cambial de 2002 – não tem como haver comércio bilateral.

O problema principal é que qualquer volatilidade no dólar pegava as duas pontas de calças curtas.

Até agora esse problema foi tratado com gambiarras. Uma delas era o CCR (Convênio de Crédito Recíproco). Por ele, os Bancos Centrais dos dois países montavam uma espécie de Câmara de Compensação que garantia aos seus respectivos exportadores o recebimento dos dólares, mesmo em caso de “default” do país comprador.

Esse sistema acabou permitindo fraudes variadas no longínquo ano de 1980. As famosas “polonetas” foram assim. A Polônia estava quebrada. O Brasil mantinha um CCR com a Polônia. Com base nessa garantia, foram fechados muitos negócios obscuros, que acabaram bancados pelo Banco Central, acarretando prejuízos pesados ao pais.

Por conta desses abusos antigos, o CCR acabou marcado. Poderia ter se constituído em uma peça útil, especialmente nas crises cambiais de 1999 e 2002, mas não foi aproveitado.

A partir de setembro, o exportador brasileiro poderá contratar a operação em reais, sem a necessidade da intermediação de um banco que opere contratos cambiais.

Uma outra alternativa será a nova Superbolsa – que surgiu da fusão da BM&F com a Bovespa – passar a operar contratos de câmbio entra as diversas moedas nacionais dos países latino-americanos. Esse modelo tem a vantagem de permitir “hedges”, isto é do exportador vender sua produção futura e poder “travar” o preço – independentemente as oscilações que possam ocorrer entre as moedas dos dois países.”

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