Este blog postou domingo último a entrevista de Carta Maior com o novo presidente eleito do Paraguai. Fernando Lugo apresentou a sua reclamação que marcou toda a sua campanha. Ele quer "justiça" sobre os preços pagos pelo Brasil pelo excedente de energia não consumida pelo Paraguai.
Hoje, 24/04, há duas horas atrás, a Folha Online publicou a reportagem de Lorena Rodrigues com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética. Ela nos traz outros aspectos da controvérsia:
“Paraguai entrou apenas com a água em Itaipu, diz Tolmasquim”
“O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, voltou a criticar nesta quinta-feira a possibilidade de o Brasil aumentar o valor pago pela energia de Itaipu vendida pelo Paraguai. Tolmasquim disse que o reajuste não seria justo para o consumidor brasileiro e que, para o Paraguai, a construção de Itaipu foi um grande negócio.
"O Paraguai nesse processo entrou apenas com a água, com metade do rio. A usina foi construída com a alavancagem de recursos obtida pelo Brasil e com o know-how do Brasil. A metade do empreendimento equivale a algumas vezes o PIB do Paraguai, sendo que a contribuição dele para o processo foi o fato de estar na fronteira com o Brasil", afirmou.
De acordo com Tolmasquim, o Brasil poderia ajudar o Paraguai de outras formas, sem, para isso, onerar o consumidor de energia elétrica brasileiro.
"O consumidor brasileiro vem arcando com essa usina desde o início da construção. Foi o consumidor brasileiro que viabilizou a usina, não é justo nesse momento fazer com que ele pague a mais por algo que vem pagando há anos", completou.
Nesta semana, o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, defendeu que a hidrelétrica nunca foi "problema" para o Paraguai, mas que sempre representou a resposta para o desenvolvimento econômico do país.
Samek disse que, desde o funcionamento da primeira turbina, nos anos 80, o Paraguai já recebeu US$ 4,4 bilhões em valores líquidos a título de compensações pela cessão da parte de sua energia ao Brasil e por royalties.
Entenda
Itaipu pertence ao dois países em partes iguais. Pelo contrato de 1973, cada um tem direito a 50% da energia produzida. Caso uma das partes não use toda a cota, vende o excedente ao parceiro a preço de custo.
Como o Paraguai utiliza apenas cerca de 5% dessa energia --o que atende 95% da demanda do país--, o restante é vendido ao Brasil --no total, 20% da energia elétrica usada por aqui vem de Itaipu.
Hoje, o Brasil paga US$ 45,31/MWh (cerca de R$ 75) pela energia vendida pelo Paraguai, o que se aproxima dos preços cobrados no país. Para cada MWh pago pela energia de Itaipu, R$ 42,5 vai para despesas da própria usina e para o pagamento da dívida da Eletrobrás com credores, feitas à época da construção da usina. No ano passado, a venda de energia da usina rendeu ao Paraguai US$ 340 milhões.”
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