A imprensa brasileira, especialmente a paulista, deve estar arrasada.
Logo ela, tão zelosa em magnificar os feitos de José Serra e dos tucanopefelentos PSDB/PFL-DEM/PPS, e de esconder com maquiagens, como qualquer mulher, as imperfeições que empanam a beleza do ídolo adorado.
“FORA SERRA!?!
A dedicação pela grande divindade fez a revista “ISTO É” usar do truque de embelezar uma fotografia, onde aparecia um nojento “Fora Serra”, retirando aqueles dizeres feios por meio de “photoshop”. O maquiador, envergonhado por não ter seu artifício de beleza passado despercebido, disse, meio sem nexo, que foi “um mal entendido”.
Vejamos essa notícia lida no blog “por1novobrasil”:
REVISTA ISTO É FAZ ADULTERAÇÃO DE IMAGEM
“A revista "IstoÉ", publicação da Editora Três, adulterou uma fotografia adquirida da Folha.
A imagem foi publicada pela revista na edição do final de semana, ao lado da reportagem "O MST contra o desenvolvimento".
A revista apagou digitalmente a expressão "Fora Serra", referência ao governador José Serra (PSDB-SP).
A frase aparecia, na foto original, pichada numa placa de trânsito por integrantes do MST na rodovia Arlindo Bétio, que liga SP a MS e PR.
Eles participavam de um ato contra a privatização da Cesp (Companhia Energética do Estado de São Paulo).
Em e-mail enviado ontem à Folhapress, agência de notícias do Grupo Folha, o editor-executivo da agência IstoÉ, César Itiberê, confirmou a adulteração e pediu desculpas. "Houve realmente manipulação por photoshop [programa de computador] da imagem dos sem-terra, com intenção absolutamente estética."
Ele afirmou, por telefone, que "não houve nenhuma ordem [superior], nenhuma orientação política, nenhum dolo. Houve um mal-entendido".
Porém, o golpe maior na grande mídia foi outro.
SERRA: O PRETENSO CAMPEÃO DOS CARTÕES CORPORATIVOS
Este blog já destacou no artigo de 23 de fevereiro “A blindagem de Serra e do PSDB pela mídia”, como funciona o cuidado da grande mídia, principalmente dos jornais e redes de TV de São Paulo, em preservar como bela e pura a imagem do seu ídolo.
Apesar da modéstia, do encabulamento e da timidez dos seus adoradores da grande imprensa, a verdade deve ser dita em altos brados: SERRA É O CAMPEÃO! É o campeão nacional em uso suspeito e camuflado dos cartões corporativos.
Essa façanha a grande imprensa recusava-se a revelar, mesmo de posse das provas. Timidez?
Ela foi revelada ao público graças à blogosfera, especialmente pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu blog “Conversa Afiada” lido por milhares diariamente, (Obs: a IG tirou-o repentinamente do ar, após a revelação, “por falta de audiência”...).
Recordemos um trecho do nosso artigo de 23 de fevereiro acima referido:
“SOBRE OS CARTÕES DO GOVERNO SERRA
“Na última semana de janeiro, através de pesquisas efetuadas no sistema de gerenciamento do orçamento paulista, a Liderança do PT na ALESP fez levantamento sobre os gastos estaduais com o "cartão de compras" em 2007. Os dados revelavam muitas curiosidades.”
“Em primeiro lugar, ao contrário dos gastos federais, eles não estavam disponíveis para a população, sendo apenas obtidos por meio de um sistema com senhas nas lideranças dos partidos e na biblioteca da Assembléia. Mais ainda, a pesquisa não era acessível às pessoas que não possuíssem treinamento específico.
Em segundo lugar, os gastos com o "cartão de compras" do Governo Serra foram maiores que os federais em termos absolutos: em São Paulo, eles foram de R$ 108,4 milhões em 2007, enquanto os gastos do Governo Federal foram de R$ 75,6 milhões no mesmo período.
Em terceiro lugar, saques eram efetuados dificultando o rastreamento da despesa. Em 2007, foram R$ 48,3 milhões em saques na "boca do caixa", cerca de 44,58% dos gastos totais com cartões.
Em quarto lugar, o sistema estadual possui inúmeros problemas e falta de informações, não havendo identificação do que foi comprado com cartão nas lojas e estabelecimentos comerciais, nem tampouco o CNPJ destes estabelecimentos utilizados.
Finalmente, o número de cartões e servidores que utilizavam este instrumento era muito maior no Estado de SP do que em Brasília: em SP, havia 42.315 cartões, enquanto no Governo Federal eram 11.510 cartões.
ROMPENDO A BLINDAGEM TUCANA
Estes dados foram passados aos dois maiores jornais paulistas ainda na semana anterior ao Carnaval. Como não poderia deixar de ser, a matéria ficou na gaveta por vários dias.
Na manhã da quinta feira (7/2/2008), depois do Carnaval, o site do "Conversa Afiada" divulgou as tabelas e provocou os jornais paulistas, que já possuíam os dados, a publicarem a matéria.
Não houve outra opção ao Jornal Folha de SP, senão publicar o assunto como matéria principal da edição da Sexta Feira (08/02/2008):
"SP gasta R$108 milhões com cartões: no governo paulista, saque em dinheiro atinge 44,6%; prestação de contas de 42,3 mil funcionários não é aberta". "Transparência com cartão é menor em SP que na União".
RECORDANDO AS FAÇANHAS DO CAMPEÃO
Gastos pitorescos com os cartões do Governo Serra existem aos milhares, tais como doces, chocolates, brinquedos de mágicas, cafés finos, tabacarias, calçados, churrascarias, choperias, cachaçarias, locação de carros, táxis, presentes finos, entre muitos outros.
Os grandes veículos de comunicação não quiseram investigar ou mostrar imagens sobre estes produtos e serviços, buscando preservar a imagem do Governo Serra. No âmbito federal, a tapioca do Ministro dos Esportes e os chocolates finos da Marinha brasileira ocuparam por muitas semanas os telejornais em todo o país.
No Governo Federal, a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União vêm procedendo detalhadas auditorias sobre os gastos federais, inclusive sobre os cartões, disponibilizando seus gastos no “Portal da Transparência”.
Em São Paulo, conforme matéria veiculada no Terra Magazine, o Tribunal de Contas do Estado ignora o uso dos cartões, não realizando auditorias específicas sobre estes gastos e recusa-se a pronunciar-se sobre este assunto.
Diferentemente do âmbito federal, nenhum caso de notas frias ou falsificadas foram noticiados no Estado, nas mais de 100 mil transações realizadas com os cartões paulistas apenas em 2007. Um caso único de probidade em todo o mundo!
Conforme veiculado pela Mônica Bérgamo na Folha de São Paulo, o vice-governador gastou cerca de 200 dólares com a peça Rei Leão em Nova Iorque e apresentou nota fiscal, para ressarcimento de despesas. No âmbito federal, a Ministra da Igualdade Racial que gastou em um free shop, foi condenada à execração pública e à demissão.
HOJE, A PERDA DO CAMPEONATO
Hoje, 10 de abril, a Agência Estado, publicou uma notícia que deve ter ferido profundamente os tímidos (mas vaidosos do campeão) adoradores de Serra. O herói tupiniquim perde feio para os norte-americanos, sempre eles.
O uso de cartões corporativos nos EUA é ainda mais suspeito de fraude do que no governo Serra/PSDB.
Reproduzo a matéria de Patrícia Campos Mello:
NOS EUA, CARTÃO PAGA ATÉ NAMORO ONLINE
“Investigação aponta ainda despesas com iPods, lingerie e jantar no valor de US$ 13 mil.
A farra dos cartões corporativos também atinge o governo dos Estados Unidos. Enquanto no Brasil os cartões foram usados para compra de tapioca e produtos em free shop, nos Estados Unidos os funcionários do governo usaram os cartões para comprar iPods e lingerie e para pagar por serviços amorosos online, manicures e um jantar de US$ 13 mil.
Uma investigação do Escritório de Responsabilidade do Governo dos EUA, divulgada ontem, revela que 41% das transações efetuadas com cartões corporativos do governo são irregulares. Segundo o relatório do escritório, a incidência de irregularidades com os cartões é “muito alta, inaceitável”.
A pedido do comitê de assuntos governamentais e segurança da Nação do Senado, a agência analisou uma amostra de transações feitas com cartões corporativos entre 1º de julho de 2005 e 30 de junho de 2006.
O mecanismo foi usado por 300 mil funcionários do governo em 2007, na maioria das vezes para compras abaixo de US$ 2.500, mas houve também gastos maiores, com contratos, por exemplo.
“Dinheiro que deveria ser investido em educação, infra-estrutura e segurança está sendo usado para comprar iPod, lingerie e socializar”, disse o senador Norm Coleman, um dos legisladores que requisitaram o relatório. “Muitos funcionários do governo encaram os cartões corporativos como suas linhas de crédito pessoal; está na hora de tirar o cartão deles”, defende.
ABUSOS
Em uma das fraudes relatadas, um funcionário do serviço de correios usou o cartão corporativo para pagar por 15 meses de assinatura em dois sites de namoro pela internet, em um total de US$ 1.100. O funcionário foi obrigado a restituir o valor, mas não sofreu nenhuma outra punição.
Em outro caso, o serviço de correios usou cartões para custear um jantar de cinco horas para 81 pessoas. Foram servidos caranguejos, frutos do mar, carne, 200 aperitivos e mais de US$ 3 mil em bebidas alcoólicas. O jantar saiu por US$ 13.500 (US$ 160 por pessoa).
Outro gasto contestado foi a compra de lingeries por um funcionário do Departamento de Estado, na Boutique Seduccion. Segundo explicou o funcionário, a lingerie foi usada durante treinamento na selva de um programa de combate às drogas no Equador. A necessidade de tal compra foi questionada.
Uma funcionária do departamento de serviços florestais da Secretaria de Agricultura gastou US$ 642 mil no cartão ilegalmente ao longo de seis anos. Ela foi condenada a 21 meses de prisão e restituição integral dos recursos. Outros pessoas torraram US$ 77 mil em ternos da refinada Brooks Brothers, enquanto uma funcionária gastou US$ 1.800 em manicures e maquiagens da marca MAC.
No relatório, o escritório faz uma série de recomendações para coibir abusos no uso dos cartões, como multas para compras não autorizadas e uso apenas com pré-autorização para gastos acima de um determinado valor. O texto, porém, faz a ressalva de que o programa de cartões corporativos tem facilitado as compras do Estado e gerou economias anuais de US$ 1,8 bilhão com redução de custos administrativos.”
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