O jornal Folha de São Paulo não aprova os crescentes elogios da imprensa estrangeira ao Brasil. Constrangido por noticiar, por dever de ofício, esse reconhecimento, em pequena nota ironiza sutilmente e acha que há "exagero".
Não sei por que, veio-me à memória que, ontem, o jornal foi homenageado pelos governos Serra (PSDB) e Kassab (DEM), que batizaram o principal cartão postal da cidade de São Paulo, a nova ponte estaiada (projetada e construída em parte no governo Marta Suplicy-PT), com o nome do fundador do jornal. A solenidade (comício?) de inauguração foi amplamente noticiada pela grande mídia em todo o Brasil.
A Folha e a revista Veja têm sido a coluna vertebral da campanha pela volta do PSDB/DEM-PFL ao poder, batalhando por todos os meios para ter José Serra eleito presidente em 2010.
Dentro dessa linha, exemplifico com o artigo “Toda Mídia”, de Nelson de Sá, publicado hoje naquele jornal:
”Não é a revolução, mas...”
“O espanhol "El País", com certo atraso e exagero, acordou para o Brasil. Começou na semana, com uma longa reportagem sobre o impacto da China e da Índia no país. E ontem virou festa, no título de outro texto, interminável e laudatório: "Não é a revolução, mas dá resultados". No subtítulo: "O Brasil conseguiu notável decolagem em sua economia, a confiança do capital internacional e um protagonismo crescente de suas empresas no mundo". A primeira frase remeteu, uma vez mais, ao "país do futuro" de Stefan Zweig.
Outro texto, menor, explicou que o grau de investimento foi "doce presente" para a bolsa de valores da Espanha, com muitos grupos que investem no Brasil.
Tem mais. O editorial "Brasil ganha confiança", de ontem, louvou a economia pelo crescimento e o país por "reduzir seus desequilíbrios tradicionais".
De quebra, o britânico "Guardian" deu na edição de anteontem, em página inteira (abaixo), a reportagem "O país do futuro finalmente chegou"
Nenhum comentário:
Postar um comentário