Tornou-se assunto principal das manchetes e dos comentários da grande mídia brasileira a atitude do tenente do Exército Vinícius Ghidetti de Moraes Andrade, de 25 anos, em serviço no Morro da Providência, Rio de Janeiro, que entregou para a quadrilha rival, de traficantes do Morro da Mineira, três rapazes que teriam “desacatado ordens” e, assim, mereceriam “um corretivo”. Ele tem que ser punido por esse ato criminoso e injustificável.
A incompleta cobertura da imprensa lembrou-me, contudo, o “grande escândalo” do “dossiê anti-FHC” que gerou uma muito badalada CPI no Congresso.
O tenente Vinicius é o José Aparecido Nunes Pires do caso “dossiê”. O tenente errou claramente ao entregar os rapazes sabendo das conseqüências (eles foram mortos). José Aparecido também errou ao repassar indevidamente dados institucionais de uso interno da Casa Civil para um amigo, assessor de senador da oposição.
O que me chama a atenção é o comportamento idêntico da imprensa e da oposição nos dois casos.
Assim como, no caso do tenente, a imprensa e outras instituições não estão focados na identificação e na condenação dos assassinos do Morro da Mineira que mataram os rapazes, no caso do dossiê a imprensa e a oposição também não quiseram saber do culpado pelo ato criminoso, previsto em lei, de vazar para a imprensa (no caso a Veja e a Folha de São Paulo) dados sigilosos da Presidência da República.
Segundo o jornalista Ricardo Noblat e outras fontes da imprensa, o Senador Álvaro Dias do PSDB, o chefe do tal assessor, teria confessado o crime, mas isso foi abafado, foi desprezado pela oposição e pela imprensa, e o senador continuou incólume e repetidamente apareceu nas telas das redes de TV como o nobre e ético vilão da história.
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