terça-feira, 1 de julho de 2008

GILMAR MENDES (STF) AGORA ESTÁ REVOLTADO CONTRA VAZAMENTO DA PF

Todos nós lembramos bem do caso daquele delegado da Polícia Federal que, na véspera do 1º turno da eleição para presidente em 2006, chamou a imprensa e vazou para alguns jornais fotos de uma montanha de dinheiro. Fortuna que, segundo ele, seria utilizada por pessoas “ligadas ao PT” que teriam a intenção de comprar um suposto dossiê sobre o caso real de aquisição de centenas de ambulâncias hiper-faturadas por prefeituras, tucanas na maior parte. Dossiê que logo foi julgado e tratado pela mídia de “falso dossiê”.

Todos nós lembramos, também, que os três principais jornais da oposição, o Globo, a Folha e o Estadão, estamparam na primeira página aquele monte de dinheiro, todos os três com a foto com 75% do tamanho da página.

Lembramos, também, que os três citados jornais dedicaram somente uma estreita parte daquelas páginas frontais para o maior acidente aéreo do Brasil que acontecera na noite da véspera, quando um avião de empresa dos EUA em posição errada (“na contramão”) chocou-se com um avião da GOL, matando todos os tripulantes e passageiros.

Lembramos, ainda, que o Jornal Nacional daquela véspera de eleição resolveu, muito estranhamente, não dar a notícia daquele enorme acidente aéreo e dedicou quase todo o seu tempo para a foto do dinheiro e elucubrações em torno do tema.

Enquanto tudo isso acontecia, inclusive, dizem os analistas, levando a reeleição de Lula para o 2º turno, todos os ministros do STF ficaram mudos, inclusive o muito falante e televisivo Marco Aurélio de Mello (TSE/STF).

Essas lembranças, bem como o ditado popular “pimenta nos olhos dos outros é refresco” e a expressão “vale tudo pela volta do PSDB e DEM-PFL ao poder” me vieram à tona, não sei por que, ao ler a seguinte notícia da Folha Online, publicada agora à tarde (15h36) em texto de Renata Giraldi:

GILMAR MENDES COMPARA QUEM VAZA INFORMAÇÕES DA PF A "GÂNGSTERS"

“Indignado com o vazamento de investigações da Polícia Federal, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, cobrou nesta terça-feira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seus auxiliares diretos que atualizem a lei de abuso de autoridade, que é de 1965. Gilmar comparou o vazamento de dados a "coisa de gângster" e não de "agentes de Estado". Segundo ele, o que ocorre no país hoje é um "quadro de intimidação" típico de "terrorismo".

"É preciso encerrar com esse quadro de intimidação. É fundamental que o presidente da República, o ministro da Justiça [Tarso Genro] e o diretor da Polícia Federal [Luiz Fernando Corrêa] ponham cobro a esse tipo de situação", disse Gilmar, ao fazer um balanço sobre a atuação do Judiciário no primeiro semestre do ano.

Gilmar disse que, em geral, as informações de investigações em curso na PF costumam vazar com o objetivo de "retaliar" os magistrados. Como exemplos, ele citou a si próprio, quando teve o nome envolvido, no momento em que policiais investigavam um homônimo seu nas denúncias [sobre a] empresa Gautama.”

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