A Folha Online ontem publicou:
“O processo de industrialização ocorrido na América Latina nas últimas duas décadas reduziu as possibilidades dos países enfrentarem crises devido a redução dos preços das commodities no mercado internacional. A avaliação é da agência de classificação de risco Moody's, que divulgou nesta sexta-feira um estudo sobre as nações latino-americanas.
De acordo com o relatório, nos últimos cinco anos as exportações de bens primários --agricultura, mineração e energia-- representaram 45% do total, enquanto as exportações industriais responderam pelos outros 55%, considerando inclusive os aumentos nos preços das commodities.
No início da década de 90, segundo a agência, os produtos primários respondiam por 60% das exportações latino-americanas, enquanto os industriais 40% do total.
"Isso coloca por terra a idéia totalmente equivocada de alguns que afirmam que a região continua sendo uma exportadora de bananas", afirma a Moody's.
DEFLAÇÃO
O estudo analisa como a redução dos preços das matérias-primas no mercado internacional influiria nas economias dos países da América Latina. Segundo a agência, ainda não é possível afirmar se a deflação nos valores das commodities --petróleo, metais e grãos, entre outros-- é tem temporária ou representa uma correção estrutural, após atingir "níveis extremamente elevados".
A "correção" nos preços das commodities ocorreu, segundo a agência, devido a redução do crescimento mundial, normalização das condições de produção e com a saída dos especuladores, que migraram para títulos de países emergentes com a alta dos juros.
CRISES
O relatório assinado pelo economista sênior da Moody's para a América Latina, Alfredo Coutino, não isenta a região de impactos negativos com a queda dos preços das commodities, mas o processo "não irá provocar uma crise como muitos prevêem".
"Isso, no final do dia, vai moderar o crescimento econômico da América Latina, mas apenas para nível mais compatível com o potencial da região, mas de nenhuma maneira vai colocar a América Latina em uma situação critica como no passado".
Segundo a Moody's, os governos tiraram proveito dos altos preços das matérias-primas, além dos orçamentos terem utilizado valores conservadores das commodities.
Na maioria dos países houve aumento nas despesas correntes do governo, mas também no investimento público em infra-estruturas e nas despesas sociais. Além disso, muitos governos foram capazes de poupar parte dos recursos adicionais, sob a forma de reservas internacionais ou na criação de fundos soberanos, como Chile e Brasil".
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