O blog “Conversa Afiada” do jornalista Paulo Henrique Amorim postou ontem:
“Primeiro, o FMI deixou o mercado aproveitar a festa e fazer estripulias, agora ele deve atuar para amenizar a saída de capital privado. Só espero que ele não faça a estupidez de colocar restrições”. Assim, Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular de economia da Unicamp, falou ao Conversa Afiada sobre a criação de uma possível Linha de Liquidez de Curto Prazo, planejada pelo FMI para amenizar os efeitos da crise de crédito e de liquidez das balanças de pagamento.
A ausência de financiamento privado e a situação crônica vislumbrada pelo cenário mundial finalmente fizeram o FMI sair da crise existencial e voltar a desempenhar o seu papel principal.
Passada a época de calmaria (desde a crise dos anos 90), o FMI reencontra seus eixos impulsionado pelos países do leste europeu e pelos emergentes.
Sexta-feira (31/10), o fundo discutirá uma Linha de Liquidez de Curto Prazo, para amenizar os efeitos da crise de crédito e de liquidez das balanças de pagamento.
Em entrevista ao Conversa Afiada, Belluzzo explica que a futura discussão do fundo em relação aos países afetados pela crise se deu por conta do boom de capitalização do mercado privado. Belluzzo conta que o FMI está somente desempenhando o seu papel principal. “Não existe nenhuma outra instituição que esteja apta a fazer isso no momento. Eles são sucumbidos de amenizar a saída de capital e socorrer a crise das balanças de pagamentos”.
Questionado sobre uma alienação em relação à chegada da crise, o professor rebate: “o FMI, no World Economic Fórum soltou um relatório que já chamava a atenção para o boom imobiliário dos Estados Unidos. A questão é que ele (FMI) é sempre mais otimista que realista”.
Sem citar os possíveis tomadores de empréstimos, o FMI divulga que serão recursos da ordem de US$ 255 bilhões. O New York Times, porém, citou Coréia do Sul, México e Brasil. “O Brasil está, por enquanto, em uma situação confortável. Não acredito que deverá recorrer ao fundo. Talvez eventualmente para ajustes”, diz Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular de economia da Unicamp, que aponta Coréia do Sul e países do leste europeu – como Hungria e Turquia, por exemplo – como possíveis radares do fundo.
Hoje, o FMI liberou uma linha de US$ 2 bilhões à Islândia. O país recentemente passou por um colapso bancário e acaba de aumentar os de juros da taxa básica (que passou de 12% para 18%).”
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