Não há condenação à morte de soldados das tropas invasoras dos EUA quando eles matam iraquianos. O máximo que acontece é ganharem condecoração “por bravura”.
Imagino a situação sob o princípio internacional da reciprocidade. Se o Iraque invadisse militarmente os EUA para controlar as reservas de petróleo daquele país, sob o pretexto de que os norte-americanos têm armas atômicas? Se integrantes da resistência norte-americana matassem três soldados iraquianos ao sul de Washington? Será que um tribunal dos EUA condenaria os três resistentes à forca? Este mundo é tragicômico.
Vejamos a notícia publicada ontem pela agência norte-americana Reuters, que li no site do “Jornal do Brasil”:
IRAQUIANO É CONDENADO À MORTE POR ASSASSINAR SOLDADO DOS EUA
“BAGDÁ - Um tribunal iraquiano sentenciou à forca um dos responsáveis por um ataque de 2006 que matou três soldados norte-americanos, dois deles depois de torturas, disseram militares dos EUA na quarta-feira.
Dois outros iraquianos foram inocentados pelo tribunal de Bagdá na terça-feira, segundo nota dos militares.
Os soldados David Babineau, Kristian Menchaca e Thomas Tucker foram atacados a tiros em junho de 2006, depois de se separarem da sua patrulha para proteger uma ponte perto de Yusufiya, no "triângulo da morte", uma violenta área da zona sul de Bagdá.
Babineau foi morto no ataque inicial, enquanto Mechaca e Tucker foram seqüestrados.
Seus corpos foram achados dias depois, mutilados e envoltos com explosivos. Os sequestradores divulgaram pela Internet um vídeo em que apareciam profanando os corpos.
Os militares dos EUA disseram que Ibrahim Karim Mohammed Saleh Al Qaraghuli foi condenado pelos três homicídios e terá 30 dias para recorrer da pena de morte. Kazim Fadil Jassim Harbi Al Zowbai e Waleed Khaled Daydan Al Kartani foram inocentados.
Hugh Geoghegan, porta-voz da Força Tarefa da Lei e da Ordem dos EUA no Iraque, disse haver relatos de que várias outras pessoas além de Qaraghuli participaram das mortes, mas que isso não pôde ser provado.
- O testemunho juramentado parece indicar que houve outras pessoas que participaram nos fatos que levaram às mortes desses soldados, disse ele.
Testemunhas que haviam prestado informações sobre o caso não compareceram ao tribunal, segundo Geoghegan. Os depoimentos foram lidos à corte, e o militar não soube avaliar se isso afetou a decisão.
- Todos sentem que (a sentença) é um passo na direção certa. Foi muito satisfatório ver a corte iraquiana funcionando. Ela transcorreu muito tranqüilamente”.
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