O jornal Folha de São Paulo ontem publicou o seguinte artigo de Clóvis Rossi:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está sozinho em sua ordem a Fabio Barbosa, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) do seguinte teor: "Fabio, pede para os bancos liberarem o crédito".
Foi rigorosamente a mesma coisa que pediu o jornal "The Sun", no Reino Unido, depois do corte de juros que levou a taxa ao nível em que estava no dia em que James Dean morria, há 53 anos.
"Agora, passem [a redução] adiante, vocês banqueiros", gritava a manchete do tablóide.
Aliás, não é apenas um tablóide nem o presidente do Brasil que estranham o comportamento dos bancos. Um banqueiro também o faz. É verdade que se trata de um banqueiro central, no caso Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, o que o leva inexoravelmente a uma linguagem mais cautelosa.
Mesmo assim, Trichet dizia, ao anunciar a redução de meio ponto nos juros europeus: "Nós esperamos do setor bancário que ele faça sua contribuição para restaurar a confiança". É a maneira diplomática de gritar, como o "Sun": "Soltem a grana, banqueiros!".
São mais algumas indicações a somar-se aos abundantes indícios anteriores de que os banqueiros, que já não eram precisamente campeões mundiais de popularidade, acabarão substituindo George Walker Bush no torneio de Geni da vez.
Não por acaso, o "Daily Mail", também britânico, discutia ontem, em editorial, a "falta de vergonha" dos bancos.
Eu não chego a tanto, mas acho que o presidente Lula, o "Sun" e Trichet têm razão.
Fabio Barbosa, em nome das instituições congregadas na Febraban, está na obrigação de vir a público para explicar o que está acontecendo com o dinheiro, que não é liberado apesar dos trilionários pacotes oficiais de suporte ao setor.”
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