sábado, 8 de novembro de 2008

MINISTRA FRANCESA ELOGIA ATUAÇÃO DO BRASIL NA ECONOMIA

Li ontem a seguinte matéria de Cíntia Cardoso, de Paris, em colaboração para o jornal Folha de São Paulo:

“O encontro do G20 que acontece hoje em São Paulo é um passo essencial para lidar com a turbulência atual e prevenir novas crises. A avaliação é da ministra da Economia da França, Christine Lagarde.

"O G20 é um grupo extremamente representativo. É um grupo verdadeiramente de trabalho. Tenho muita esperança nessa reunião porque é um grupo com muita boa vontade", disse ontem a ministra em entrevista para a imprensa brasileira em Paris.

Do encontro de São Paulo, a ministra, que também representa a presidência francesa da União Européia, espera sair com uma lista de propostas que serão levadas à cúpula de Wa shington, em 15 de novembro.

A ênfase da reunião será a criação de mecanismos de regulação do sistema financeiro. Lagarde destacou "propostas concretas para regras de financiamento da economia mundial e mecanismos para evitar crises sistêmicas". Ela defende também a definição de novos princípios para a regulação das agências de rating.

Apesar de todos os itens dessa lista que apontam para uma pesada intervenção estatal no setor financeiro, Lagarde descarta que se esteja caminhando para "um governo econômico mundial". "Não é a vocação do Estado ser acionista de bancos privados". A ministra, porém, fez a seguinte afirmação: "Estamos numa situação baseada em abusos e excessos. Precisamos de mecanismos transparentes de regulação."

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse a Lagarde que o governo poderá insistir na questão do controle dos paraísos fiscais, um ponto que está longe de ser consensual na Europa. A OCDE (organização dos países mais ricos do mundo) tenta fazer uma lista abrangente desses paraísos fiscais que poderia incluir a Suíça e Luxemburgo.

PAPEL DO BRASIL

Na avaliação da ministra, o Brasil tem tido uma conduta "impecável" na gestão econômica. Para ela, é importante que o país tenha um papel maior nos grupos de concertação econômica.

"O presidente Sarkozy não acha normal que países como o Brasil, a Índia, a China, o México e a África do Sul não sejam incluídos permanentemente num G7 aumentado. Não sei se um G13 ou um G14 ou mesmo um G20, mas é fundamental ter a presença dos países emergentes", disse Lagarde.

Na definição de novos papéis na economia mundial, a ministra francesa fez críticas ao FMI (Fundo Monetário Internacional). "O FMI tem sido muito eficiente e muito disponível para fazer análises, mas não foi muito pró-ativo e não esteve alerta. O FMI precisa ter um papel de coordenação entre os países e também ter um sistema de alerta contra novas crises", disse.

CRISE NA FRANÇA

Ontem, o governo francês reviu para baixo as projeções de crescimento para os dois próximos anos. Para 2009, a França espera uma alta do PIB entre 0,2% e 0,5%.

Anteriormente, calculava-se 1%. Lagarde disse tratar-se da previsão mais "baixa" já realizada pelo governo”.

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