O portal “Conversa Afiada” do jornalista Paulo Henrique Amorim ontem postou o seguinte artigo:
OS ADVOGADOS DO “CAOSAÉREO” TINHAM RAZÃO: FOI LULA QUEM NÃO PUXOU O MANETE DO AIRBUS.
“Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista”.
Toda vez que um avião tentava pousar à noite, com chuva, no Aeroporto de Congonhas, batia contra o prédio da TAM.
Por isso, durante 40 anos, houve 1.111.111.111 desastres fatais no Aeroporto de Congonhas.
O número de mortos é incalculável.
Isso ocorria, sempre à noite, com chuva, naquela pista fatal.
Uma vez, em 2007, quando um Airbus da TAM se chocou, pela enésima vez, com um prédio multi-avariado da TAM, na cabeceira da pista, o PiG decidiu que estava na hora de provocar o “caosaéreo” (*) e tentar, mais uma vez derrubar o Presidente Lula.
Os tucanos, travestidos de urubus, partiram para o ataque.
O sempre zeloso prefeito Geraldo Kassab, o da “cidade limpa”, fechou um lupanar num quarteirão vizinho.
O serrista Nelson Jobim vestiu o capacete de bombeiro e desfilou pela cabeceira da pista como Patton na Sicilia.
O presidente eleito José Serra apresentou 1001 projetos para empreiteiras que o ajudariam a tomar a posse – que lhe é devida – em 2010.
O mesmo Serra acaba de apresentar seu relatório policial sobre a tragédia da TAM, assunto publicado no Estado de S. Paulo e em diversos outros jornais.
Os principais culpados são membros do Governo Lula.
Os advogados do “caosaéreo” tinham razão: foi Lula quem não puxou o manete do Airbus.
O relatório policial de Serra não incrimina o presidente da TAM, porque “não estava no Brasil”, na hora do acidente”.
Interessante.
Como se o presidente da TAM precisasse estar no Brasil para fixar um sistema de escala que sobrecarregasse o pessoal; ou os espaços entre as paradas de manutenção das aeronaves e seus critérios; ou a política deliberada de overbooking.
O relatório policial de Serra menospreza o fato irrelevante de que os pilotos da TAM – não se sabe por quê, ainda – não pisaram no freio, ou seja, não puxaram o manete do Airbus.
Simples detalhe.
Quase desprezível, diante do fato de que todas as noites, com chuva, naquela pista fatal, morriam centenas de milhares de pessoas, em Congonhas.
Por culpa do Presidente Lula.
Mesmo quando os pilotos puxavam o freio, os aviões, todas as noites em que chovesse, não conseguiam parar e batiam no prédio da TAM.
Do primeiro para o segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo, o Presidente Lula e sua candidata Dilma Rousseff – aquela que, sob o codinome de Margaret Thatcher, deu o “OK” à patranha da “BrOi” – receberam José Serra no Palácio.
Bem feito.
Agora, o Presidente Lula recebe em retribuição esse relatório que manda o seu Governo para o banco dos réus.
(*) “Caosaéreo” foi como o PiG tratou das tragédias da Gol e da TAM.
O “caos” tinha a finalidade de derrubar um presidente eleito duas vezes. No caso da Gol, o PiG ignorou um detalhe de somenos importância: os pilotos americanos do Legacy desligarem o transponder, o aparelho que permite saber onde está um avião no ar. Coisa pouca, bobagem. A culpa, nesse caso, também, foi do Governo Lula, por causa de um “buraco negro”, onde caem e continuarão a cair todos os aviões que sobrevoarem a Amazônia. No “caosaéreo” da Gol, quem se notabilizou na campanha para derrubar o Presidente Lula foi a “colonista” (**) Eliane Catanhêde, que demonstrou especial inclinação por defender os coitadinhos dos pilotos americanos, que, aparentemente, não ligaram o transponder, porque estavam entretidos num videogame.
No caso do “caosaéreo” da TAM, merecem destaque Miriam Leitão e Rodrigo Bocardi. Leitão entrava ao vivo na CBN para descrever o “caosaéreo” no aeroporto em que estivesse. Bocardi fez memorável reportagem no Jornal Nacional para demonstrar que uma chuva com a intensidade da espessura de moedinha de um real poderia matar 199 pessoas.
(**) Se refere à “colônia”, dá a idéia de pessoa “colonizada”, submetida ao pensamento hegemônico que se originou na Metrópole e se fortaleceu nos epígonos coloniais. Epígonos esses que, na maioria dos casos, não têm a menor idéia de como a Metrópole funciona, mas a “copiam” como se a ela pertencessem.”
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