O jornal Folha de São Paulo publicou ontem a seguinte reportagem de Claudio Dantas Sequeira:
UNIÃO TERÁ PODER DE VETAR DECISÃO DA DIREÇÃO DA AVIBRAS
“A 7ª Vara Cível de São José dos Campos concedeu ontem a recuperação judicial da Avibras Indústria Aeroespacial S/A. Nenhum dos credores apresentou objeções, o que permitiu a homologação do plano de recuperação. Com isso, o governo se tornará acionista de uma das maiores fabricantes de armamentos do país. Além disso, terá participação estratégica por meio de uma "golden share", ação que dá direito a vetar decisões tomadas pela direção da empresa -o governo detém "golden share" da Embraer.
Segundo o advogado da Avibras, Nelson Marcondes Machado, a participação acionária do governo será definida depois de concluídos levantamento técnico e auditoria nas contas. "A consultoria Rosemberg e Associados está fazendo o trabalho de análise da empresa, e a BDO Trevisan, a auditoria. Eles têm até o final de fevereiro para apresentar seus relatórios."
Com base nos relatórios, serão adotados critérios para fazer a conversão dos débitos da empresa em ações que ficarão em poder do governo. A estimativa, antecipada pela Folha, é que a União fique com 30%.
O patrimônio líquido da Avibras é avaliado em R$ 1,5 bilhão. A dívida está em R$ 641 milhões, dos quais R$ 400 milhões, diz Machado, se referem a impostos e empréstimos contraídos com o governo. "Precisamos fazer modificações do ponto de vista societário", diz Machado. Segundo o Ministério da Defesa, o "perfil societário deverá ser adequado à relevância estratégica da empresa".
A recuperação da Avibras é considerada pelo ministro Nelson Jobim uma prioridade, no âmbito da estratégia de reerguer a indústria bélica. A parceria com o governo deve facilitar o processo de venda e exportação de armamentos.
Há anos, a Avibras, única fabricante de sistemas de artilharia no Brasil, enfrenta dificuldades financeiras. O acionista majoritário (70% das ações) é João Brasil Carvalho Leite, filho do fundador, João Verdi de Carvalho Leite, que desapareceu em 2008, no Vale do Paraíba, em viagem de helicóptero.”
A Avibras sempre foi administrada de modo extremamente amadorístico sem uma diretoria executiva profissional.
ResponderExcluirEm um mercado difícil como o de armas (aliado à falta de compras do Governo)isto é fatal.
O João Verdi era uma pessoa competente em certas áreas mas no geral era mau empresário.
Esperamos agora que com uma presença decisória "exterior" a Avibras torne-se mais profissional e seja de verdade uma grande empresa, coisa que nunca foi.
Iurikorolev.
ResponderExcluirConcordo. Também é a minha impressão.
Maria Tereza