O blog “Cidadania.com” ontem postou o seguinte texto de Eduardo Guimarães:
“Nos primórdios da vida, ele enfrentou o que dezenas de milhões de brasileiros continuam enfrentando: fome, privações de todos os tipos, humilhações, pouco caso, injustiças... E venceu, tornando-se o mais importante líder sindical da história brasileira e, depois, o mais importante líder político de nossa história mais recente.
Não havia mais fome e outras privações de necessidades básicas. O trabalho duro, que lhe extirpou uma parte do corpo, garantiu-lhe uma vida digna. E seu sonho de levar o mínimo que alcançou a todos os seus compatriotas, levou-o a liderar a criação daquele que hoje é o mais importante partido de esquerda da América Latina.
Lula enfrentou o mais poderoso de todos os inimigos, o preconceito, e venceu. Mas venceu com força, de forma arrasadora. Hoje, os que insistem em tentativas vãs de humilhá-lo, detratá-lo, ridicularizá-lo, maldizê-lo, caluniá-lo, formam um diminuto contingente social, ainda que rico e influente.
Lula encantou o mundo e fez com que o Brasil se tornasse hoje uma potência ascendente, cujo futuro brilhante é reconhecido e apregoado pelas vozes mais importantes e influentes da atualidade.
Este governo parecia caminhar para um desfecho à altura da história de seu titular. Até há poucos meses, mesmo os inimigos mais implacáveis de Lula reconheciam que seu governo terminaria coroado de êxitos memoráveis, históricos.
Porém, como nada na vida desse homem foi conseguido sem batalhas épicas, o destino pôs um último grande desafio em seu caminho. Um desafio que poderá fazer com que coroe sua vida como homem público, daqui a menos de dois anos, com um êxito que nunca ninguém imaginou que fosse possível.
O agravamento da crise financeira no mundo e no Brasil convoca esse nordestino de origem humilde, esse é que o homem público mais detratado, caluniado e injustiçado que já vi, a travar sua mais grandiosa batalha.
Esta crise econômica que se abateu sobre a humanidade é reconhecida por todos como a pior que o mundo viu em quase um século. Não há paralelo de crise igual nos últimos oitenta anos – desde a Grande Depressão de 1929.
Oportunistas, os inimigos de Lula voltam a desafiá-lo:
“Você só teve os êxitos que teve, até aqui, porque o mundo estava em expansão econômica. Agora, com a crise, ficará claro que você jamais foi responsável pelos êxitos que o país vinha experimentando”.
De novo, eles mentem. O mundo está em crise há mais de um ano. Enquanto todas as nações mais ricas e importantes mergulhavam em profunda recessão ou em grave desaceleração do crescimento, o Brasil só agora começa a sentir os efeitos dessa crise.
Na segunda-feira, foi divulgado relatório da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), que mostrou que, enquanto o investimento estrangeiro no mundo caiu 21% em 2008, no Brasil aumentou 20,6%.A OCDE, o Banco Mundial e o FMI acabam de divulgar que, entre as 35 maiores economias do mundo, a do Brasil é a melhor preparada para enfrentar a crise.
Sim, o desemprego explodiu em dezembro. Porém, isso ocorreu depois de um ano que poderia ter fechado como sendo o de maior criação de empregos da história, mas que, mesmo assim, ficou muito acima de qualquer outro período em governos anteriores.
Com o mundo afundando, 2008 terminou com um saldo positivo de quase um milhão e meio de empregos formais no Brasil. Para que se possa mensurar adequadamente o que esse número significa, o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está prometendo criar meros três milhões de empregos.
Lula conseguiu tudo isso tendo contra si, durante os últimos seis anos, todos os grandes impérios de comunicação do país, que, trabalhando para seus inimigos políticos, trataram de sabotar seu governo de todas as formas possíveis e imagináveis.
Com o mundo vivendo uma crise de confiança que está paralisando todas as economias de todos os países, o Brasil vê seus meios de comunicação fazerem o oposto do que fazem os de outros países, que tentam acalmar a população e os agentes econômicos.
Evitar que o Brasil sucumba à crise, que percamos tudo o que conseguimos, será a última grande batalha de Lula como homem público. E ele contará com todo o apoio que eu puder lhe dar, ainda que tal apoio venha a lhe ser pouco útil.
E não farei isso apenas pelo meu país, pelo meu povo, mas também por esse homem que tanto admiro, pois fez os brasileiros acreditarem em si mesmos, orgulharem-se de serem quem são, de terem nascido no país em que nasceram.
Defender Lula é defender a todos nós, cidadãos comuns, homens do povo, não agraciados com benesses caídas do céu, com sobrenomes eminentes, com favores da vida. É defender este povo tão humilhado por essa elite mesquinha, covarde e corrupta.
E esses que lançaram o desafio, dizendo que agora o Brasil afundará porque o mundo está afundando, se Lula vencer sua última grande batalha terão que render-lhe homenagens, ainda que seja com o silêncio obsequioso que tanto ansiamos “ouvir” de suas bocas.”
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