Li hoje no site “Vermelho a seguinte reportagem do “Madrid Digital”:
As posições de algumas potências ocidentais sobre protecionismo, assumidas no Fórum Econômico Mundial reunido em Davos, confirma, mais uma vez, sua tradicional dupla moral em eventos assim.
Estados Unidos, União Europeia (UE) e de outras nações industrializadas criticam em público o protecionismo, mas em privado defendem-no com unhas e dentes.
É o que ocorre agora nos debates em Davos, assistidos por chefes de Estado e mais de 2 mil empresários, financiadores, empresários e executivos. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, pronunciou-se neste sábado (31) contra o que ele chamou de uma nova forma de protecionismo, um recuo da globalização, do comércio e da atividade transfronteiras.
Os EUA, que em todas as cúpulas da Organização Mundial do Comércio (OMC), se comprometeram a reduzir subsídios para os produtos agrícolas, e outros, na verdade os fortalecem. Esse é precisamente um dos principais desafios para que a Rodada Doha chegue a uma conclusão exitosa.
Assim, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, advogou em Davos o chamado ''Buy american'' (Compre produtos americanos) na aquisição de aço, o que provocou indignação entre os parceiros de Washington.
No seu pacote de salvamento, a nação de Biden inclui uma medida claramente protecionista, que proíbe a compra de ferro ou aço estrangeiros para uso em projetos de infraestrutura financiados pelo novo plano de estímulo.
Na reunião do G-20, recém-concluída em Washington, em novembro, esse país e outros Estados ricos criticaram a prática, que afeta mais as nações do Sul. Porém na realidade eles continuam a apoia-la.
Uma análise das posições das potências comerciais sobre este assunto, ao longo de mais de três décadas, revela sua hipocrisia: esta política continua e tende a aumentar em várias esferas.
A declaração de uma cúpula em 1975 afirma: ''Os países que usam o protecionismo comercial estão expostos a uma deterioração da sua posição competitiva, o vigor das suas economias pode ser afetado''.
Mais tarde, em outra reunião semelhante, de 1997, proclamaram: ''Rejeitamos esta prática porque pode fomentar o desemprego, aumentar a inflação e minar o bem-estar de nossos povos''.
Washington e Bruxelas [sede administrativa da UE] têm usado retóricas muito semelhantes sobre a questão em todas as reuniões mundiais, inclusive a que está em curso em Davos.
Em contrapartida, o primeiro ministro russo, Vladimir Putin, afirmou que seu país não irá recorrer ao isolacionismo e egoísmo. Ele recordou os compromissos antiprotecionistas assumidos pelas grandes economias mundiais na reunião de novembro do G20 em Washington (as sete economias mais ricas, mais as emergentes).
Tamém o titular de Comércio indiano, Kamal Nath, usou palavras duras na estação de esqui dos Alpes suíços, onde se reúne a cúpula, contra as atitudes individualistas de recuo.
Os especialistas concordam que o protecionismo historicamente tem sido contraproducente e nada bom para a economia mundial.”
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