Li hoje no site “Vermelho” o seguinte texto de Cláudio Gonzalez:
“A sexta-feira pré-carnavalesca encerra uma semana recheada de denúncias envolvendo governos tucanos. Cássio Cunha Lima, governador cassadoi da Paraíba; Yeda Crusius, governadora do Rio Grande do Sul; e Teotônio Vilela Filho, de Alagoas, ocuparam as manchetes dos jornais como protagonistas de escândalos de corrupção e má gestão. Enquanto isso, os outros dois governadores do PSDB, Aécio Neves e José Serra, travam uma guerra particular para ver quem será ungido o candidato da direita às eleições presidenciais de 2010.
PARAÍBA
O principal constrangimento para os tucanos nesta semana foi, sem dúvida, a cassação do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima.
O TSE (tribunal Superior Eleitoral) concluiu na terça-feira (17) o julgamento de recursos com os quais os advogados de Cunha Lima pretendiam derrubar decisão tomada no ano passado pelo tribunal durante o julgamento de um processo no qual o governador foi acusado de abuso de poder econômico e político durante a campanha eleitoral de 2006. Conforme a acusação, Cunha Lima teria se envolvido com a distribuição de cheques para a população por meio de um programa assistencial.
O ex-senador José Maranhão (PMDB), que assumiu o comando do Estado na quarta-feira (18), já estabeleceu sua principal tarefa à frente do governo: realizar uma auditoria nas contas e nos atos administrativos aprovados no governo de Cunha Lima. Maranhão quer saber o que mais os tucanos andaram aprontando na administração. (leia mais)
ALAGOAS
Também no Nordeste, outro líder tucano corre o risco de ter o mesmo fim de seu colega paraibano. Teotônio Vilela Filho, ex-presidente do PSDB e atual governador de Alagoas poderá ter que responder nas barras dos tribunais as denúncias que o Ministério Público estadual fez em relação às precárias condições da educação em Alagoas.
Uma radiografia do ensino público alagoano revela que falta de tudo, desde professores até carteiras para os alunos sentarem. "Falta dignidade nas salas de aula", disse a promotora Cecília Carnaúba.
"Há salas em que os alunos escrevem no chão, apoiados em cadeiras velhas. Outros, estão sentados nos birôs ou então uma cadeira é dividida por dois alunos, ao mesmo tempo", afirmou a integrante do MP. "Somos os últimos em analfabetismo no Brasil porque há omissão. É um caos. Há dois depósitos do Estado cheios de carteiras escolares e não são usadas", denunciou a promotora.
Uma pesquisa do Ministério Público indica que o Paraná, com o melhor ensino público do País, segundo o Ministério da Educação, tem 25,6 alunos para cada professor; Alagoas, com o pior ensino, está com 26 alunos para cada professor. "Estes índices não são ruis. Agora, não sei aonde estão lotados os professores do Estado", apontou a promotora.
Segundo ela, o Ministério Público vai cobrar, de imediato, condições dignas para os estudantes. "Se houver prova de irresponsabilidade do gestor, o fato pode gerar até mesmo uma ação de improbidade administrativa", advertiu.
Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas, faltam planejamento e disposição política para resolver os problemas da escola alagoana. "Quase perdemos R$ 52 milhões da União, destinados a Educação. Isso só não aconteceu por causa de uma ação do MP", explicou. (leia mais)
RIO GRANDE DO SUL
Na quinta-feira (19), foi a vez da governadora tucana do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, ser apontada como má gestora de recursos públicos. Em uma coletiva de imprensa em Porto Alegre, lideranças do Psol levantaram nove suspeitas contra o governo de Yeda Crusius. Os membros do partido não apresentaram provas, mas garantiram que áudios, vídeos e depoimentos, que estariam sendo analisados pelo Ministério Público Federal (MPF), apontariam que há uma quadrilha dentro do Palácio Piratini, que se utilizou de caixa 2 para chegar ao poder e que utiliza verbas públicas para satisfazer interesses particulares. O Psol vem levantando os dados há um ano e dez meses.
"Temos a convicção de que há uma verdadeira quadrilha instalada no Palácio Piratini. E essa quadrilha precisa ser desmarcarada. Sabemos que tanto o Lair Ferst, réu na Operação Rodin, quanto o Marcelo (Cavalcante) estavam trazendo informações relevantes ao Ministério Público", disse a deputada federal Luciana Genro (Psol-RS). Além de Luciana, participaram da coletiva o vereador de Porto Alegre Pedro Ruas e o presidente estadual do Psol, Roberto Robaina.
Entre as acusações apresentadas pelo Psol estão a de que a empresa Mac Engenharia teria repassado R$ 500 mil à campanha de Yeda de forma ilegal e a de que a governadora negociaria a repartição do dinheiro oriundo da corrupção do Detran gaúcho”
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