domingo, 31 de maio de 2009

ISRAEL PERSISTE NO ERRO

O jornal Folha de São Paulo publicou ontem em seu editorial:

“Há 42 anos, desde que derrotou vizinhos árabes na Guerra dos Seis Dias e ocupou, entre outras áreas, o território palestino na margem ocidental do rio Jordão, Israel deslancha ali um programa de assentamentos injustificável, que agride o direito internacional. Sob Barack Obama, a Casa Branca volta a insistir no óbvio: o abandono dessa anexação sorrateira é crucial para a existência do Estado palestino.

O primeiro assentamento na Cisjordânia foi erguido sete meses após a vitória israelense. Implantaram-se outros 120 desde então, quer pela omissão, quer pela ação deliberada de diversos governos israelenses, sem importar a coloração partidária ou ideológica.

Foram vários os pretextos alegados para o que deveria restringir-se a uma ocupação militar temporária, pronta para ser desmobilizada mediante um acordo de paz. De saída, a propaganda dizia ser necessário consolidar, com a colonização civil, a conquista militar e assim garantir aquela margem territorial de segurança para futura barganha. Uma leva de colônias foi fixada no extremo leste da região.

Depois, no final dos anos 1970, governos de direita invocaram o risco de Israel ser dividido em dois e implantaram mais uma série de assentamentos, agora pulverizados por todo o território. A expansão continua em vigor.

De pretexto em pretexto, chegou-se ao paroxismo. Mais de 280 mil israelenses (4% da população de Israel) vivem hoje nos assentamentos da Cisjordânia, dificultando mais ainda o futuro estabelecimento de um Estado palestino. Para dar segurança aos assentados, o Exército israelense ali sustenta uma miríade de bloqueios rodoviários e postos de controle, que transtornam o cotidiano dos palestinos.

Decretar o fim da expansão desses assentamentos é o mínimo a exigir de Israel neste momento, a fim de que se abram perspectivas para a retomada de negociações com os palestinos. O premiê Binyamin Netanyahu, entretanto, afirma que vai permitir o "crescimento natural" dessas colônias. Uma provocação irresponsável, além de cinismo na perpetuação do esbulho.”

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