“Leo Bicudo, que escreve a coluna “Na Corte” do semanário Caderno Brasília, não deixou passar despercebido um fato singular e sem nenhuma repercussão na chamada grande imprensa. Ele lembrou que na semana passada, na avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o apagão elétrico, ocorrido em 2001 no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), um dos signatários do acordão que estimou um prejuízo de R$ 45,2 bilhões ao país pela falta de energia foi o ministro do tribunal José Jorge, que na época era o titular do Ministério de Minas e Energia.
“Seu período à frente da pasta coincide exatamente com o racionamento de energia enfrentado pelo país. Não por acaso, Jorge ficou conhecido pela alcunha nada elogiosa de ministro do apagão”, diz o colunista. E mais: “O gosto pelo setor energético fez do político pernambucano presidente da Companhia Energética de Brasília (CEB), de onde saiu sem deixar saudade.”
Na avaliação da auditoria do TCU, 60% do prejuízo foi pago pelos contribuintes nas contas de energia e o restante saiu dos cofres do Tesouro Nacional o que afetou novamente o contribuinte.
Para evitar um desastre de tamanha proporção, ironicamente José Jorge endossa a recomendação do tribunal à casa Civil para que “verifique a adequação da estrutura organizacional, física e de pessoal do Ministério de Minas e Energia, da Empresa de Pesquisa e Energética e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”.
O acordão recomenda ainda que haja planejamento, expansão, regulação e desenvolvimento do setor elétrico nacional. Ou seja, a orientação é evitar novos apagões.
INDICAÇÃO AO TCU
Ex-senador pelo DEM, José Jorge chegou no ano passado ao TCU por indicação do DEM, PSDB, PDT e PSOL na disputa contra o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), apoiado pelo governo. Além de ministro, deputado federal e secretário estadual, ele também foi vice na chapa de Geraldo Alckmin na disputa presidencial em 2006 contra Lula.
No Senado, ele obteve 41 votos contra 34 de Quintanilha e na Câmara 270 parlamentares votaram a seu favor. Na época, José Jorge comentava com satisfação que havia reunido em torno da sua candidatura partidos com ideologias bem diferentes.”
FONTE: texto de Iram Alfaia publicado no site “Vermelho” em 23/07/2009.
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