segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A GUERRA PELOS SEMICONDUTORES

Texto publicado hoje (28/09) no portal do jornalista Luis Nassif:

"Por Miguel Menasche

Prezado Luis Nassif,

Encontrei, na Folha de S. Paulo de Domingo, 27 de setembro, o seguinte artigo que acredito mereceria um pouco da nossa atenção:

País entra na "guerra fiscal" mundial por semicondutores

Brasil oferece pacote de incentivos e negocia a instalação de cinco fábricas do setor

Complexo eletroeletrônico teve deficit de US$ 15 bi em 2008, sendo US$ 4 bi só com a compra de semicondutores (visores ou displays e chips)

AGNALDO BRITO, DA REPORTAGEM LOCAL [da Folha de São Paulo]

A indústria de componentes eletrônicos (que inclui dispositivos top como chips e displays, inseridos cada vez mais em produtos de consumo de massa) está a um passo de renascer no país. Um pacote de incentivos fiscais, financiamentos a juros módicos e oferta de participação pública em investimentos fabris foi anunciado pelo Brasil para todo o mundo e parece que começa a funcionar.

O BNDES negocia a instalação de cinco fábricas de semicondutores e displays no país, um grupo que pode trazer para cá até US$ 1 bilhão em investimento direto, algo que se configura como o ressurgimento de um setor industrial atropelado pelos asiáticos.

O pacote inclui até isenção de Imposto de Renda para as indústrias de semicondutores e displays.

A negociação está entregue a uma equipe de negociadores do BNDES. A meta é viabilizar a instalação de elos da cadeia de semicondutores e remontar uma rede de fornecedores para o atendimento dos mercados brasileiro e mundial, com ênfase na América Latina. A iniciativa pode recolocar o país no mapa dessa indústria que fatura US$ 200 bilhões anuais.

Além da estratégia de dar mais independência ao parque industrial brasileiro no acesso a dispositivos só disponíveis no mercado internacional, a instalação dessas empresas pode ajudar a reduzir o deficit comercial do país, uma conta que fica ano após ano mais salgada.

A explicação? O Brasil já tem um mercado anual de 15 milhões de computadores, mais de 40 milhões de celulares e 12 milhões de televisores. E os componentes essenciais são, em sua maioria, importados.

Em 2008, o deficit da balança comercial do complexo eletroeletrônico foi de US$ 15 bilhões, sendo US$ 4 bilhões só com a compra de semicondutores (visores ou displays e chips). Esta é uma conta que só cresce. Basta olhar o que ocorre com os displays.

Em 2012, o Brasil será o terceiro maior consumidor de displays, atrás de China e EUA. Se não atrair nenhuma indústria, será um contumaz importador.

No ano passado, o país comprou US$ 1 bilhão em displays (tecnologia de plasma e LCD), e esta despesa vai crescer neste ano, diz o governo. A crise reduzirá a venda de TVs no Brasil a menos de 12 milhões, mas há uma rápida substituição do velho cinescópio (os tubos de TV) por tecnologias consolidadas de displays, o plasma e o LCD.

Segundo Maurício Neves, chefe do departamento de indústria eletrônica do BNDES, além das cinco propostas firmes já dentro do banco, há ao menos cinco conversas em andamento, resultado da publicidade que o Itamaraty fez dos incentivos concedidos a quem quiser incluir o Brasil no mapa da indústria microeletrônica.

O banco tem mandato do governo para fechar acordos, o que inclui a participação do BNDESPar no negócio. As negociações estão protegidas por sigilo, mas já se sabe que as cinco indústrias que discutem a instalação de fábricas no Brasil cobrem os elos do setor de semicondutores e displays. Envolvem empresas com tecnologia para a produção de chips, encapsuladores (responsáveis pela proteção dos circuitos integrados dos chips e finalização do dispositivo) e displays."

FONTE: portal de Luis Nassif (em 28/09).

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