ONU aprova relatório que condena Israel por crimes de guerra
"A Assembléia Geral da ONU votou a favor da resolução patrocinada pela própria organização aprovando um relatório de crimes de guerra cometidos por Israel durante a guerra em Gaza.
O relatório de Goldstone, que acusa tanto o Hamas e Israel de crimes de guerra, foi aprovado pela Assembléia na quinta-feira por uma margem de 114 a 18, após dois dias de debate. Quarenta e quatro nações se abstiveram de votar.
O relatório, que foi organizado por uma comissão liderada por Richard Goldstone, um juiz Sul Africano, já tinha sido aprovada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, que patrocinou a Comissão de Investigação.
O relatório apela a Israel e aos palestinos para investigarem num prazo de três meses as acusações de violações dos direitos humanos durante os 22 dias de conflito.
A maioria das críticas no relatório Goldstone foi dirigida para a conduta de Israel durante a ofensiva, em que organizações de direitos humanos dizem que cerca de 1.400 palestinos - muitos deles mulheres e crianças - foram mortos.
Treze israelenses, incluindo três civis, foram mortos durante o curso da guerra.
O relatório concluiu que Israel usou força desproporcional na guerra, atacou deliberadamente alvos civis em Gaza, utilizou os civis como escudos humanos, e destruiu infra-estruturas civis.
Conduta ofensiva
Além de Israel e dos Estados Unidos, uma série de países europeus como Itália, Holanda, Polônia e República Checa, votaram contra a resolução. A Rússia se absteve, a China votou a favor. Da União Européia, cinco países votaram a favor, sete contra e 15 se abstiveram, entre estes últimos França e Grã-Bretanha.
A maioria dos países em desenvolvimento, votou a favor de aprovar o relatório.
Riyad Mansour, o observador palestino da ONU chamou de "uma noite importante na história da Assembléia Geral e da história da luta contra a impunidade e busca de responsabilidade."
Mais cedo, falando antes da votação final das Nações Unidas, disse que a ofensiva militar israelense "foi planejada em todas as suas fases, como um ataque deliberadamente desproporcional e sistemático, com vista a punir, humilhar e aterrorizar a população civil palestina".
Alejandro Wolff, o vice-embaixador dos EUA na ONU, acusa o resolução de ser "imperfeito", dizendo que ele falhou em nome do Hamas, o grupo de palestinos que tem de fato o controle em Gaza.
Após a aprovação, a resolução espera ser encaminhada ao Conselho de Segurança [onde os EUA têm poder de veto].
No entanto, diplomatas disseram que os cinco membros permanentes do Conselho composto por 15 membros do Conselho de Segurança têm sinalizado que se opõem ao envolvimento do Conselho - o que significa que é improvável que as 15 nações iriam tomar medidas.
O debate na Assembléia Geral, que começou na quarta-feira, foi chamado pelo grupo árabe da ONU, como o apoio dos 118-membro Não-Alinhados (NAM).
O Hamas concordou em realizar tais investigações, mas Israel não."
FONTE: publicado pela agência francesa de notícias AFP e postado no portal "Vermelho".
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