sábado, 19 de dezembro de 2009
SERRA E ARRUDA EM COPENHAGUE
"Laerte Braga: Serra e Arruda em Copenhague
LONGE DOS HOLOFOTES (E DAS ALGEMAS) – SERRA E ARRUDA EM COPENHAGUE
por LAERTE BRAGA
É visível o esforço que o governador de Minas Aécio Pirlimpimpim Neves está fazendo para dissimular o ódio (ódio sim) ao governador de São Paulo José Jânio Serra. As notícias de explosões de raiva em ambientes palacianos ultrapassaram esses ambientes. Aécio foi posto, literalmente, na parede por Serra. Ou desistia de disputar a indicação presidencial com Serra, ou notas “jornalísticas” dos muitos Juca Kfoury que existem por aí iriam mostrar a dependência do governador mineiro em relação à cocaína.
Minas inteira sabe disso e o Mineirão cantou isso em coro num jogo Brasil e Argentina em meados do ano que passado. O que menos importa neste momento é se Aécio como disse o Mineirão “cheira mais que Maradona”. O que mais importa, neste momento, é o caráter chantagista de um dos políticos mais perversos e perigosos de toda a história recente do País, José Jânio Serra.
Corrupto, autoritário, paga o preço que for preciso, qualquer preço, para ser o próximo presidente da República. Não tem um pingo de escrúpulos, ou respeito por qualquer coisa que seja, por quem quer seja, que não ele próprio.
Do jeito dos grandes chefes mafiosos José Serra embarcou para Copenhague com a senadora do DEM Kátia Abreu e um único objetivo real. O de enquadrar o governador de Brasília José Roberto Arruda, uma espécie de pulga que havia se atrevido a chantageá-lo, como fez ele Serra com Aécio. Arruda mandou avisar a Serra que se continuasse a sistemática campanha para o seu impedimento, principalmente no JORNAL NACIONAL, cairia, mas levaria todo mundo com ele.
Copenhague foi o centro das atenções do mundo nessa semana que termina. Serra não tinha, nem tem o que dizer a Copenhague, ao mundo ou ao Brasil e aos brasileiros. É um FHC que não dissimula raiva e atira pelas costas sem a menor preocupação de remorso, nem sabe o que é isso.
Foi lá para exibir-se e liquidar a fatura Arruda. Kátia Abreu, senadora que responde a processos por corrupção, é do DEM, partido de Arruda, foi como pistoleira para o acerto de contas, devida e antecipadamente paga.
Sem saída, pelo menos até que se descubra o que de fato aconteceu em Copenhague e deve ter acontecido um acerto, Arruda é ladrão de galinhas perto de Serra, o governador de São Paulo adicionou um “extra” ao JORNAL NACIONAL (já está comprado desde que começou, há quarenta anos) e acertou pequenos extras com outras empresas, pequenas empresas, para deixar o assunto Arruda morrer. Não interessa a ele nem que se fale tanto no caso e nem que o governador caia atirando.
O acerto com Arruda em Copenhague é para que ele caia e não atire. Leve uma compensação qualquer, para ficar quieto. Dinheiro não falta. Essa gente representa o que há de pior no País (a elites paulistas FIESP/DASLU), o latifúndio, os banqueiros, os interesses dos Estados Unidos na Amazônia, no pré-sal e em instalar bases militares no nosso País. Não se trata de mala propriamente dita, mas de imensos baús repletos de dólares para comprar o que for preciso e eliminar obstáculos à chegada do mafioso tucano à presidência da República.
Se Arruda resolver ou resolveu dar uma de herói, azar dele. Vai ser jogado às feras, devorado em seu próprio partido e sair de mãos abanando, quer dizer, só com o que já levou.
O próximo passo de Serra é tentar mostrar a Aécio, através de terceiros, que é um bom negócio ser senador e pode até, quem sabe, virar vice do algoz e esperar um pouco mais. Vice e nada nesse caso é a mesma coisa. Se Aécio vai engolir isso ou não é outra história. Aécio é do tipo também que não tem nem princípios e muito menos condições de decidir assuntos dessa relevância já que vive em Alfa. Quem escolhe a gravata dele é a irmã, não há necessidade de perguntar no twitter como faz o venal William Bonner se alguém quer bom dia.
O risco de Serra é Aécio fazer corpo mole em Minas, deixar a coisa rolar livre e Minas é o segundo colégio eleitoral do Brasil, decisivo para as pretensões criminosas de José Jânio Serra. Mas como há muitos interesses cruzados, muito dinheiro em jogo e tucano vive disso, trapaça, corrupção, chantagem, Aécio é só um cadáver político insepulto.
Virou um Eduardo Azeredo da vida.
De quebra ainda carrega um mala sem alça, Itamar Franco. Pode vir a ser a saída do governador para enfrentar o ministro Hélio Costa, uma espécie de vingança contra Serra e contra a GLOBO, já que o Costa (que ganhou a convenção do PMDB em Minas) é ministro da GLOBO.
É o que chamam de jogo político, de manobras. É só um monte de fatos repugnantes que mostram o estado pútrido do chamado institucional. Gilmar Mendes presidindo o que chamam de Corte Suprema (há ministros dignos). Temer (doublé de tucano/PMDB com laivos petistas e o resultado disso é quero o meu) que já foi encurralado por Serra em pequenas denúncias que podem virar grandes manchetes escandalosas de jornais e redes de tevê compradas pelo tucano (GLOBO, BANDEIRANTES, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, etc).
Por pior que possa parecer e por mais ofensivo que isso possa soar, ou baixo, Serra, como FHC, ou qualquer tucano, repito qualquer tucano, privatiza mãe ou terceiriza, se por trás do negócio estiver uma gratificação de pelo menos 20%.
Não é um partido, o PSDB, é uma quadrilha que traz a reboque o que há de mais atrasado na política brasileira, o DEM, antigo PFL, antigo PDS, antiga ARENA dos tempos da ditadura militar.
O golpe em Aécio, o acerto de contas com Arruda em Copenhague, as manchetes obtidas em noticiários de tevê, JORNAL NACIONAL principalmente, foi como se tivéssemos com métodos diversos, mas efeitos semelhantes (você pode achar que está morto e está vivo, e pode estar vivo, mas estar morto, caso de Aécio), foi como se tivéssemos o episódio da Noite de São Valentin, onde numa garagem, Al Capone eliminou seus concorrentes de uma só feita.
Resta saber se os brasileiros vão cair no conto do governador “eficiente” de São Paulo alagada, de obras superfaturadas, de uma elite fantasmagórica e fétida que pretende numa simples assinatura de “escritura” mudar a grafia da palavra BRASIL para BRAZIL.
Foi o que FHC começou a fazer é o que Serra quer terminar…
E foi fazer o acerto final longe dos holofotes (e das algemas), numa conferência onde se buscava uma solução, ou um caminho para salvar o planeta da devastação do “progresso” capitalista.
É o jeito deles, passam um filme bonitinho, mas são ordinários. Cínicos à perfeição."
FONTE: publicado hoje (19/12) no portal "Vi o mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha.
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