sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

De 2007 A 2009, O BRASIL SUBIU 20 POSIÇÕES NO RANKING DE LOGÍSTICA


Ricardo Nogueira - 3.out.08/Folha Imagem
Vista do porto de Santos; país fica em 41º em pesquisa de logística

Alfândega impede avanço maior do comércio do país

Apesar de deficiências, Brasil ganha 20 posições em ranking de logística do Bird

Alemanha sobe 2 postos e passa para o primeiro lugar; estudo leva em conta capacidade dos países de transportar produtos


O Brasil foi um dos países que mais avançaram no ranking de logística elaborado pelo Banco Mundial (Bird), que mede a capacidade dos países de transportar bens e conectar indústria e consumidores aos mercados internacionais.

O país ficou na 41ª posição, ganhando 20 postos em relação à pesquisa anterior, de 2007, mas permaneceu atrás de vários países emergentes, como China, África do Sul, Malásia e Turquia.

Na América Latina, o país assumiu a liderança, passando México, Peru e Argentina, que estavam a frente no levantamento feito há três anos.

Para o Banco Mundial, o Brasil, a exemplo da Colômbia, está aprovando reformas importantes para reduzir o custo-país.

A questão alfandegária (que envolve a eficiência e a eficácia da Alfândega e de outras agências de controle na fronteira) foi o principal fator que travou um avanço maior do Brasil no ranking. O país ficou no 82º lugar, piorando a nota e perdendo oito posições na comparação com a lista de 2007.

Segundo o Banco Mundial, são necessários cinco dias e meio para que seja liberada uma carga que precisa de inspeção física no país. No Chile, o prazo é de 1,3 dia, e há países, como Hong Kong e Finlândia, em que em menos de 24 horas a carga é liberada.

Por outro lado, o melhor quesito em que o Brasil aparece é na pontualidade para a carga chegar ao seu destino. O país ficou em 20º lugar entre 155 países e com uma nota próxima à dos líderes nesse item, como Alemanha e Canadá. Na pesquisa de 2007, o Brasil estava na 71ª posição e atrás de países como Sudão, Guatemala e Papua-Nova Guiné.

Para chegar ao resultado de cada país, o Banco Mundial leva em conta sete itens: eficiência alfandegária, qualidade da infraestrutura de transporte, facilidade de embarques, competência da indústria logística local, capacidade de rastrear carregamentos, custos locais e pontualidade.

Segundo o levantamento, a capacidade logística tem melhorado em todo o mundo, mas é preciso avançar mais para acelerar o crescimento econômico e permitir que as empresas se beneficiem da retomada do comércio global.

Para o brasileiro Otaviano Canuto, vice-presidente do Banco Mundial, na comparação com 2007, vários países em desenvolvimento aumentaram a capacidade de se relacionar com os mercados internacionais, mas, "se eles quiserem sair da crise em uma posição mais forte e mais competitiva, eles precisam investir melhor na logística comercial".

"Países com desempenho melhor em logística podem crescer mais rápido, se tornar mais competitivos e aumentar seu nível de investimento", disse Bernard Hoekman, diretor do Departamento de Comércio do organismo multilateral.

Na parte de cima do ranking do Banco Mundial, a Alemanha passou Cingapura e a Holanda e ficou em primeiro lugar, mas a principal surpresa foi o salto de Luxemburgo: da 23ª para a quinta posição."

FONTE: publicado hoje (15/01) na Folha de São Paulo.

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