quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

SOBRE O CRIME NO GOVERNO DEMOTUCANO NO DF: "MORALISMO DO VAREJO"

"Moralismo do varejo

A imprensa se preocupa com o pequeno. Duvido que procure esmiuçar as negociatas de Paulo Octávio que lhe garantiram fortuna de 350 milhões. Acha mais pictórico investigar a propina, de 33% do que era arrecadada, todos os meses, de fornecedores do governo, em favor do Arruda e da compra de deputados. A mídia dá o maior valor ao dinheiro que aquele deputado botou nas meias e não nos negócios que ele mantinha e mantém com o governo do Distrito Federal, através de empresas, formadas com o intuito de roubar o dinheiro público.

Devolver, jamais

Outra tradição nossa é não exigir do ladrão público que ele devolva o que roubou dos cofres do contribuinte. A gente termina achando que a humilhação de ser apontado pelos meios de comunicação como corrupto, e até ser preso, como é o caso do governador do Distrito Federal, constitui castigo bastante. Já foram muito punidos. Têm direito a usufruir, daqui para a frente, do que roubaram.

Líder [Tucano]

Engraçado é a mídia 'não lembrar' que José Roberto Arruda foi líder de FHC[/PSDB] no Senado e era citado, até um dia destes, por colunistas amestrados, como o companheiro ideal de chapa de José Serra, pela eficiência [semelhante?] de sua administração. É a apologia do rouba mas faz.

Tradição

Quantos deputados não usam tal gazua? Os meios de comunicação preferem registrar aquela senhora que, em sua bolsa feminina, guardou o dinheirão que recebia de suborno porque teve preguiça de montar firma, como seus outros colegas. No Brasil, a tradição é mandar brasa no corrupto, não no corruptor. Por isso, só agora um jornalão da Capital indaga se os deputados que foram filmados e fotografados, recebendo propina, não serão punidos.

Eleição no DF, não

Não posso ser favorável à eleição de governador do Distrito Federal nem de seus deputados. Não me interessa discutir se quem deve administrar os recursos públicos é a quadrilha do Joaquim Roriz, a do José Roberto Arruda, ou a do Paulo Octávio. Muito menos quero deputados que arrecadam propinas e guardam o dinheiro sujo em bolsos, até nas meias. Sem falar nos seus colegas que fundaram empresas para roubar o dinheiro do Distrito Federal. Uma deputada ganhou até o direito de explorar um cemitério público. Para que, pois, autonomia política? Para garantir a boa vida de quadrilhas? Por isso, a manifestação do respeitável procurador geral da República, Roberto Gurgel, propondo o fim das eleições em Brasília, é digna de atenção e de estudo sério. Oportunidade para evitar a ação de quadrilhas que assumam o poder para novas bandalheiras.

Tempos de Lula

Os tempos de Lula vão mostrar que gente importante também vai para a cadeia. Foi lá que Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo e ex-candidato à Presidência da República, dormiu 40 dias. Tudo indica que Arruda, que espantou a Nação pelo amadorismo, como por haver tentado a obstrução da Justiça, oferecendo dinheiro, ameaçando testemunhas, espionando promotores e deputados distritais, vai passar um tempão vendo o sol quadrado. Que isto sirva de desestímulo a outros amigos do alheio."

FONTE: escrito por Lustosa da Costa em sua coluna de hoje (18/02) no Diário do Nordeste [título e entre colchetes colocados por este blog].

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