segunda-feira, 22 de março de 2010
HELIBRAS PASSARÁ A FABRICAR HELICÓPTEROS COMPLETAMENTE NO BRASIL
Modelo EC725
"Helibras vai dominar por completo a fabricação de helicópteros no Brasil
Nova unidade de produção em Itajubá (MG) vai fornecer 50 helicópteros modelo EC725 às Forças Armadas a partir de um contrato no valor de R$ 5,2 bilhões
O presidente da Eurocopter, grupo controlador da Helibras – Helicópteros Brasileiros S/A, Lutz Bertling, afirmou nesta sexta-feira (19) em Itajubá (MG), durante o evento de inauguração das obras da nova fábrica da Helibras no município, que “não se trata apenas de uma simples expansão da fábrica, mas também do aumento da capacidade de engenharia da Helibras, para que, a partir da próxima década, a empresa passe a fabricar completamente os helicópteros no Brasil”. Para Bertling, o dia 19 de março ficará marcado na história da Helibras: “Estamos escrevendo uma nova página na história de indústria aeronáutica brasileira”.
O evento contou com as presenças do governador de Minas Gerais Aécio Neves, do ministro da Defesa Nelson Jobim e dos comandantes das Forças Armadas. O projeto, que dobrará a capacidade instalada e a oferta de empregos da empresa (que hoje conta com 350 funcionários), vai permitir que a Helibrás, subsidiária do grupo Eurocopter, produza no Brasil o helicóptero modelo EC725, que será fornecido às Forças Armadas.
A nova unidade fabril da Helibras, que terá 11 mil metros quadrados e tem previsão para operar daqui a um ano e meio, acomodará além da a linha de montagem do modelo EC725 as áreas de manufatura e escritórios administrativos, estruturas de manutenção e customização, apoio de produção e gerenciamento de programas.
O presidente da Eurocopter reafirmou o compromisso com o mercado brasileiro e lembrou que o investimento na nova unidade de produção da Helibrás vai muito além do contrato com a FAB. “Já estamos captando novos mercados para atender após a entrega de todos os helicópteros das Forças Armadas, que deve ocorrer até 2016”, concluiu.
”Já estamos contratando mão-de-obra especializada e 40 funcionários serão enviados à Europa para treinamento na Eurocopter. Vamos também mudar a interface do intercâmbio entre Brasil e Europa, com a troca de conhecimento e tecnologia entre países”, adiantou Eduardo Marson Ferreira, presidente da Helibras. Ele aproveitou para lembrar a importância que a expansão da fábrica terá, tanto para a economia local como para do país. “Para cada emprego gerado no setor aeronáutico são criados cinco novos empregos indiretos.” Marson avaliou ainda que o índice de nacionalização de 50% vai impulsionar o mercado fornecedor de peças. “Os critérios para o processo de escolha dos fornecedores nacionais serão elaborados em conjunto pela Helibras, Eurocopter e Forças Armadas”, esclareceu.
O ministro da Defesa Nelson Jobim afirmou que o contrato com a Helibras é o primeiro passo para o desenvolvimento da estratégia nacional de defesa traçada em 2008 pelo governo federal. “É também o ponto de partida para que daqui a 10 anos o país tenha o primeiro centro de produção de um helicóptero totalmente brasileiro”.
O governador de Minas Gerais Aécio Neves acredita que a nova fábrica de Helibras vai se consolidar como o segundo maior pólo da indústria aeronáutica brasileira. “Hoje inauguramos uma nova fronteira do conhecimento. Com a expansão da sua capacidade produtiva, a fábrica da Helibras será uma das mais importantes unidades de produção da Eurocopter.”
O projeto que resultará na expansão da Helibras teve início em 2008, com a assinatura do contrato com o Comando da Aeronáutica para fornecimento de 50 helicópteros EC725 para as Forças Armadas. Pelo contrato, no valor total de R$ 5,2 bilhões, as primeiras três unidades serão produzidas pela Eurocopter na França e serão entregues para o governo brasileiro no final de 2010.
As obras da nova fábrica em Itajubá estarão concluídas em 2012 e os primeiros helicópteros produzidos no Brasil serão entregues pela Helibras em 2013. O cronograma de entregas vai obedecer a uma escala gradativa de nacionalização que chegará a um mínimo de 50% até a entrega dos últimos helicópteros.
O modelo EC725 é a versão mais recente da família Super Puma/Cougar. O EC725 é um biturbina médio da categoria de 11 toneladas, equipado com rotor de cinco pás e tanque de combustível de grande capacidade, resultando em maior autonomia de voo. Foi concebido para desempenhar múltiplas missões, como SAR (busca e resgate) de combate, transporte tático de longa distância, transporte aeromédico, apoio logístico e missões navais.
A transferência de tecnologia permitirá que a Helibras tenha condições de fabricar também o modelo EC225, versão civil do EC725 que vem sendo utilizada nos trabalhos de exploração de petróleo das camadas pré-sal na Bacia de Santos pelas empresas que atendem a Petrobrás.
Sobre a Helibras
A Helibras é a única fabricante brasileira de helicópteros. A empresa é associada ao Grupo Eurocopter, maior fornecedor mundial do setor, controlado pela EADS - European Aeronautic Defence and Space Company.
Com participação superior a 50% na frota brasileira de helicópteros a turbina, a Helibras está em atividade no Brasil desde 1979 e mantém instalações em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Sua fábrica, que emprega mais de 300 profissionais e tem capacidade de produção de 30 aeronaves por ano, está localizada na cidade de Itajubá (MG), onde são produzidos diversos modelos que atendem aos segmentos civil, governamental e militar.
Desde sua fundação, a Helibras já entregou mais de 500 helicópteros no Brasil, sendo 70% do modelo Esquilo. Em 2009, a empresa teve um faturamento recorde de US$ 117 milhões, 19,23% maior em relação ao exercício anterior.
Sobre a Eurocopter e a EADS
Fundado em 1992, o Grupo Eurocopter possui fábricas na França, Alemanha e Espanha e emprega mais de 15.600 profissionais. Em 2009, a Eurocopter confirmou sua posição de líder no mercado de fabricação de helicópteros nos mercados civil e parapúblico, com um volume de vendas de 4,6 bilhões de euros, pedidos para 344 novos helicópteros e uma representação no mercado de 52% nos dois setores. A Eurocopter está presente em cinco continentes por meio de 18 subsidiárias e empresas afiliadas. Os produtos do grupo representam 30% da frota mundial de helicópteros. Mais de 10.500 aeronaves da fabricante estão atualmente em operação por cerca de 2.800 clientes em 140 países.
O Grupo EADS é líder mundial nos segmentos aeroespacial, de defesa e serviços relacionados. Em 2009, faturou 42,8 bilhões de Euros e empregou cerca de 119 mil pessoas. Além da Eurocopter, o Grupo inclui a Airbus, a Airbus Military, a EADS Astrium e a divisão Defesa & Segurança. No Brasil, além da Helibras, a EADS está presente através da EADS Brasil, da EADS Secure Networks Brasil e de escritórios de representação da Airbus Military e da Spot Image. Também é acionista da Equatorial Sistemas."
FONTE: publicado hoje (22/03) no site "Defesa@Net".
Maria Tereza
ResponderExcluirEssa noticia carece um pouco de veracidade, pois as turbinas provavelmente não serão produzidas aqui.
Infelizmente o Brasil ainda ocupa uma posição periférica na divisão internacional do trabalho e os itens de alta tecnologia são produzidos fora.
Essa, na minha opinião, é a pricipal causa do subdesenvolvimento do Brasil.
Quem sabe um dia ...
Ops, esta reportagem...
ResponderExcluirAcho eu, que melhor que investir na HELIBRÁS e EMBRAER é verificar até onde elas podem ser PARCEIRAS e majoritar as ações (reguladora nelas!!).
É muito obscuro a EADS aqui também. Os europeus levaram baile dos russos (no comércio custo/benefício) e dos EUA (Parceria? Que parceria...) e se levantam para a América Latina...
Nem os EUA, nem a UE nunca se importaram conosco, estão com a corda no pescoço (exclue-se Merkel) e agora olham sorrateiramente para o Atlântico Sul. E, nos proporcionam umas parcerias que NUNCA batem com minhas contas... É Vale, é PetrobráX...
Prezados Iuri e Eugênio,
ResponderExcluirInfelizmente, concordo com vocês. Apesar de já 'rodar' no CTA experimentalmente uma pequena 1ª turbina aeronáutica brasileira, o caminho até equipar helicópteros modernos é gigantesco. Porém, para chegar lá temos que continuar os primeiros passos e ralar muito. Não há outra solução.
Quanto à EADS, também tenho fortes preconceitos. Passaram dezenas de anos somente montando aqui (Itajubá) no "Esquilo" (Écureil)peças importadas prontas e, agora, na sombra da concorrência do FX-2, prometem mundos e fundos. Estou cética, mas torço para ser verdade.
Maria Tereza
Doce Maria Tereza,
ResponderExcluirDá orgulho mesmo nossos engenheiros. A gente fica até desconfiado que determinadas tecnologias são "made in paraybba".
Por isso eu sempre lembro do "pequeno incidente elétrico" no Centro de Lançamento de Alcântara, em 23/08/2003, quando 23 Super-Engenheiros tupiniquins, do CTA morreram...AEB, IEAv, IAE, ITA e INPE...
Onde moro tem mega-estatais (CHESF / EMBRAPA / CPATSA / CODEVASF e futuramente a Eletronuclear...sonho meu!), é impressionante como em determinadas áreas nós somos fantásticos.
Conheci o CEN - Centro de Energia Nuclear, em Recife. Você não imagina a quantidade de proposta da NASA e da UE atrás dos NOSSOS engenheiros. Lá, é a terra dos discípulos de Mário Schenberg e José Leite Lopes, apenas.
O que eu abordo da HELIBRÁS e da EMBRAER, é uma "parceria" bilateral, só isso, sei do CUSTO intelectual da tecnologia externa, só não posso concordar com o custo que ELES cobram.
Pois, tornaria mais transparente e de acordo com NOSSAS metas governamentais: O futuro da nação e a soberania do POVO.
Como fico triste também do histórico preconceito com NOSSA terra e as "alianças" suspeitas que sempre fizemos com os EUA e a UE e, quem paga o pato é o pobre do Chavez (Refinaria Abreu e Lima), o Ahmadinejad (que em TODAS as áreas, só no dá LUCRO), o Gadhafi (que só elogia a política social do Lula), os Castros (onde 98% da população é alfabetizada), o Zelaya (eleito democraticamente e deposto num Golpe Militar)...
E agora, os EUA e a UE estão quebrados, com sede de óleo, querendo mão-de-obra "SUSPEITA" e materiais primas a custos coloniais.
Aposto demais em parcerias com outras regiões, principalmente, com o BRIC, o ASPA, o Japão, o CALC e no PHOENIX: MERCOSUL.
O vídeo abaixo é do CTA, veja como os EUA nos tratam:
EMBARGO dos Estados Unidos contra Brasil = EUA não transfere tecnologia ao Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=GURWeWJsyR8
E duas perguntas: Porque a EMBRAER desprezou a parceria da SUKHOI e não se impôs para continuação da sociedade no Projeto PAK-FA T-50 russo??
E depois, reclamam da vida...
A Índia e a OTAN/EUA, agradecem!!