quarta-feira, 30 de junho de 2010
O “HOMEM DA MERENDA”, GENRO DE CACCIOLA, É O ESCOLHIDO PARA VICE DE SERRA
“O VICE DE JOSÉ SERRA FOI GENRO DO EX-BANQUEIRO CACCIOLA, QUE ESTÁ NA CADEIA
Entenda o caso do banco Marka e de Salvatore Cacciola:
Sob a alegação [sic] de “evitar uma quebradeira” no mercado --que acabou ocorrendo--, o BC [do governo FHC/PSDB/DEM] vendeu [ilegal e secretamente] dólar mais barato ao banco Marka e ao FonteCindam, “ajuda” que causou um prejuízo bilionário aos cofres públicos.
Dois meses depois, cinco testemunhas vazaram o caso [o crime] alegando que Cacciola “comprava” [subornava] informações privilegiadas do próprio BC [de FHC]. Sem explicações, Lopes [então Presidente do Banco Central] pediu demissão em fevereiro.
A chefe interina do Departamento de “Fiscalização” [sic] do BC era Tereza Grossi, que mediou as “negociações” e pediu à Bolsa de Mercadorias & Futuros uma carta para justificar o socorro. O caso foi alvo de uma CPI, que concluiu que houve prejuízo de cerca de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.
[Relembrando:
“MARKA DE SEMPRE
Justiça quebra sigilos bancário, fiscal e telefônico de Chico Lopes e afasta diretora do BC
Tereza Grossi e Chico Lopes pilotando juntos o socorro secreto aos bancos Marka e FonteCindam
“A diretora de fiscalização do Banco Central, Tereza Grossi, foi afastada do cargo na semana passada por determinação da Justiça. Na sentença, o juiz Rafael Paulo Soares Pinto, da 22ª Vara Federal em Brasília, manda ainda bloquear os bens da diretora e também os do ex-presidente do BC Francisco Lopes. Além disso, a decisão autoriza a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Tereza Grossi e Chico Lopes. Os dois são investigados por causa da ajuda bilionária e secreta dada pelo BC aos bancos Marka e FonteCindam na crise cambial de janeiro de 1999. Ao contrário do grosso do mercado financeiro, os dois bancos foram pegos de surpresa pela mudança cambial. Em vez de liquidá-los, como de praxe, o BC os socorreu às escondidas.
Primeiro, descobriu-se o socorro secreto e, em seguida, o escândalo: o então presidente do BC deu a ajuda bilionária ao ser chantageado pelo então dono do Marka, Salvatore Cacciola, que ameaçou revelar gravações nas quais Chico Lopes repassava informação privilegiadas a dois sócios.”Veja. Online, de 10/10/2001]
A CPI acusou a alta cúpula do Banco Central de tráfico de influência, gestão temerária e vários outros crimes. Durante depoimento na comissão, Lopes se recusou a assinar termo de compromisso de falar somente a verdade e recebeu ordem de prisão.
Em 2000, o Ministério Público pediu a prisão preventiva de Cacciola com receio de que o ex-banqueiro deixasse o país. Ele ficou na cadeia 37 dias, mas fugiu no mesmo ano, após receber [intrigante] liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello –[também intrigantemente] revogada em seguida [à fuga...]. Pouco tempo depois de se descobrir [na Itália] o paradeiro do ex-banqueiro, o governo brasileiro teve o pedido negado pela Itália, que alegou o fato de ele ter a cidadania italiana.
(...) Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Salvatore Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão pelos crimes de peculato (utilizar-se do cargo exercido para apropriação ilegal de dinheiro) e gestão fraudulenta.
O então presidente do BC [no governo FHC/PSDB/DEM], Francisco Lopes, recebeu pena de dez anos em regime fechado e a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, pegou seis anos. Os dois entraram com recurso e respondem o processo em liberdade.
Também foram condenados na mesma sentença outros dirigentes do BC: Cláudio Mauch, Demosthenes Madureira de Pinho Neto, Luiz Augusto Bragança (cinco anos em regime semi-aberto), Luiz Antonio Gonçalves (dez anos) e Roberto José Steinfeld (dez anos). (...)
FONTE: publicado no blog “Os amigos do Presidente Lula” [título, imagens, inserções entre colchetes e aspas colocados por este blog].
P.S (POST SCRIPTUM): TUCANA REVELA A "FICHA SUJA" DE ÍNDIO DA COSTA, “O HOMEM DA MERENDA”
O VICE É O HOMEM DA MERENDA? LEIA O PRÓPRIO PSDB
Brizola Neto
“O Blog do Noblat acaba de anunciar que o vice do Serra será o deputado Índio da Costa, do DEM. Apresenta-o como o relator do “ficha-limpa”. Mas não é bem assim. Ele foi um dos alvos da CPI na Câmara dos Vereadores que investigou superfaturamento e má-qualidade nos alimentos comprados para a merenda escolar, quando eu ainda era vereador. A CPI foi pedida pelo meu amigo e deputado Edson santos (PT) e relatada pela – atenção – vereadora tucana Andrea Gouvêa Vieira. Vou transcrever o texto que está numa das páginas dela na internet, de onde tirei também a ilustração:
“O relatório de Andrea concluiu que a licitação para a compra de gêneros alimentícios para a merenda, entre julho de 2005 e junho de 2006, realizada pela Secretaria Municipal de Administração e pela Secretaria Municipal de Educação, no valor de R$ 75.204.984,02, causaram prejuízo aos cofres públicos.
99% do fornecimento ficaram concentrados numa única empresa, a Comercial Milano, que apresentou uma engenhosa combinação de preços em suas propostas. A licitação ocorreu num único dia, mas foi dividida por 10 coordenadorias de educação (CREs).
O “curioso” foi que essa empresa ofertou preços diferentes para o mesmo alimento. O preço do frango da proposta da Milano, por exemplo, para Santa Cruz, era cerca de 30 % mais caro do que o preço ofertado para Campo Grande. Detalhe: em Santa Cruz a Milano não teve concorrentes e em Campo Grande sim. Como ela soube da falta de concorrentes, um mistério. E a Prefeitura aceitou isso! Pagou à mesma empresa, pela mesma mercadoria, preços muito diferentes. Essa foi a característica geral dessa licitação: uma combinação de preços que otimizaram os ganhos de uma única empresa fornecedora em prejuízo dos cofres públicos.
Na primeira parte do relatório, a CPI concluiu que o então Secretário de Administração, Índio da Costa, deveria ter cancelado a licitação porque as regras do edital levaram a um resultado que contrariou o objetivo inicial de atrair dezenas de pequenos comerciantes locais a vender para as escolas dos bairros, descentralizando o fornecimento, e pelo melhor preço. Ao contrário, a licitação acabou por provocar a maior concentração de entrega de gêneros alimentícios na história da merenda escolar.
Como evidência incontestável do prejuízo aos cofres públicos, o relatório revelou que o pregão presencial adotado depois da instalação da CPI pelo sucessor do Secretário Índio da Costa, um ano depois, possibilitou uma economia de cerca de R$ 11 milhões na compra da mesma merenda escolar.
Durante o processo licitatório, segundo o relatório da CPI, foram identificadas diversas irregularidades no registro das atas das reuniões de entrega, abertura e verificação de documentos. Chamou a atenção o fato de a empresa Milano ter sido a única a ter acesso aos documentos das empresas concorrentes ainda durante o período em que a Comissão de Licitação analisava a documentação dia 23 de março de 2005, enquanto os pedidos de vista das demais só ocorreram após o dia 31 do mesmo mês, quando já havia sido anunciado o julgamento dos documentos.
Uma das empresas eliminadas – a única que conseguiu na Justiça liminar para que a Secretaria de Administração não destruísse sua proposta de preços – mostrou, quase um ano depois, quando a Justiça obrigou a abertura do envelope, que se não tivesse sido desabilitada, teria vencido a Milano em vários quesitos, com condições mais vantajosas para o Município.
A Prefeitura não conseguiu demonstrar, de forma objetiva, como a empresa Milano conseguiu um resultado tão favorável. A única explicação dada pelo então Secretário de Administração, Índio da Costa, e pelos diretores da Milano, de que o acerto se deu em virtude do estudo das concorrências anteriores, levou a CPI a duas conclusões:
1- Se era possível antecipar resultados, houve falha nas regras do edital.
2- Se a Administração municipal aceitou pagar, pelo mesmo produto, preços significativamente diferenciados, sem que houvesse uma explicação objetiva para esse fato – custo de logística, por exemplo – não cumpriu um dos preceitos da licitação que é comprar pelo menor preço.
As duas conclusões deveriam ter levado a Secretaria de Administração [Índio da Costa]a, obrigatoriamente, cancelar a licitação.
Na segunda parte do relatório apresentado pela vereadora Andrea Gouvêa Vieira, a CPI concluiu que houve omissão, negligência e despreparo na fiscalização do contrato assinado com a empresa Milano, que reiteradamente entregou, durante todo o ano, carne bovina e frango fora das condições exigidas, trazendo complicações ao funcionamento já precário de muitas escolas, dificultando o preparo das refeições, e, em muitas ocasiões reduzindo a quantidade de alimento, principalmente carne e frango, no prato das crianças.
Depoimentos de merendeiras e o relatório das visitas às escolas feito pelo Conselho de Alimentação Escolar (CAE), enviado à CPI, comprovaram a omissão da Secretaria de Educação que, apesar da continuada e permanente reclamação das escolas, não se posicionou de forma adequada para exigir o cumprimento do contrato.
Ao contrário, disse a CPI, o total de multas, de R$ 8.330,28, ao longo do ano, num contrato de R$ 75 milhões, claramente induziu a empresa Milano a insistir na entrega do alimento fora dos padrões contratuais, diante de tão pequena penalização.
Documento em poder da CPI revelou que auditoria da Controladoria Geral do Município responsabilizou a Secretaria de Educação [Índio da Costa] pela fragilidade no acompanhamento da execução do contrato, vindo ao encontro das conclusões da CPI.
O documento propôs as devidas ações para responsabilização civil e criminal dos infratores, em especial dos dois secretários – de Administração [Índio da Costa] e de Educação, principais responsáveis, no mínimo, pela relapsia no trato da coisa e do dinheiro públicos. O primeiro, Índio da Costa, ao homologar uma licitação cujo resultado era evidentemente contrário ao interesse da administração; e a segunda, Sonia Mograbi, ao negligenciar por completo a fiscalização da execução do contrato. “Em ambos os casos, é de ser aferida tanto a responsabilidade pessoal dos secretários quanto a dos agentes a eles subordinados, quer na condução da licitação, que levou à elaboração do contrato, no caso da SMA, quer na fiscalização e acompanhamento da sua execução, no caso da SME”.
Além do Ministério Público Estadual, a CPI encaminhou o relatório ao Ministério Público Federal, uma vez que parte dos recursos da merenda escolar são repasses de verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Também foram encaminhadas cópias do relatório à Delegacia de Polícia Fazendária, ao Tribunal de Contas do Município e à Prefeitura do Rio.
Há muito mais material sobre o tema na página da vereadora, repito, do PSDB, e nos jornais cariocas. Quem quiser – imagino que a imprensa queira – procurar, vai achar muito…”
[EM TEMPO: Informação lida há pouco no portal UOL(16h57
"Decisão por Indio foi de Serra, diz Aleluia; presidente do PT e Jefferson ironizam escolha". Reportagem de Andréia Martins e Camila Campanerut, do UOL Eleições):
"Em um recente levantamento feito pelo projeto 'Excelências' da ONG 'Transparência Brasil', indicando os deputados mais faltosos do país, Índio da Costa ficou com o quarto lugar, com 27% de faltas. O DEM, no geral, foi o partido com mais deputados faltosos].
FONTE: primeira parte da postagem feita com base no publicado no blog “Os amigos do Presidente Lula”. A 2ª parte da postagem, referente ao P.S, foi escrita por Brizola Neto e publicada no blog “Tijolaço”. [Título, imagens, inserções entre colchetes e aspas colocados por este blog].
JORNAL TUCANO (”FOLHA”) CONSIDERA RUIM O BRASIL SER HOJE RECONHECIDO COMO MELHOR PARA INVESTIR
[Segundo a Folha de São Paulo, o atual reconhecimento internacional (de maior capacidade do Brasil de honrar suas dívidas) causará a maior entrada de recursos estrangeiros e isso “pode valorizar mais o real e prejudicar as exportações”...]
Vejamos a reportagem da “Folha” (29/06):
AGÊNCIA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DEVERÁ ELEVAR A NOTA DO BRASIL
FITCH ALTEROU A PERSPECTIVA DO RATING DE "ESTÁVEL" PARA "POSITIVA"
“A agência de classificação de risco Fitch indicou ontem (29/06) uma possibilidade maior de elevação da nota do Brasil.
A instituição manteve a classificação da dívida de longo prazo em moeda estrangeira e local em BBB-, mas alterou a perspectiva da nota de estável para positiva.
Isso significa que a probabilidade de o ‘rating’ do Brasil ser elevado nos próximos dois anos é superior a 50%.
Desde 2008, o Brasil é considerado grau de investimento pela Fitch e pela Standard & Poor's. Em 2009, a Moody's concedeu a nota. O ‘rating’ mede a capacidade do país de honrar suas dívidas.
Segundo a Fitch, a revisão da perspectiva reflete o desempenho melhor do que o esperado do Brasil.
A agência elogia a "política econômica relativamente prudente" do país e diz não esperar mudança significativa na condução da economia no próximo governo.
"O Brasil tem resistido bem à crise global e apresenta uma das mais rápidas recuperações", disse em relatório Shelly Shetty, chefe de ratings soberanos da Fitch para América Latina. A Fitch projeta que o Brasil crescerá 7% neste ano e 4,5% em 2011.”
Conclui a “Folha”:
“ALERTA
(...) Na avaliação do economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central, uma nova elevação pode até ter consequências negativas. Segundo ele, a maior entrada de recursos estrangeiros pode valorizar mais o real e prejudicar as exportações.”
[Será que por isso, para evitar esse “malefício” acima apontado pelo jornal tucano, que o governo FHC/PSDB/DEM levou o Brasil para péssimos níveis de capacidade do país de honrar suas dívidas e, com isso, os índices de classificação “Risco Brasil” eram naquele governo cerca de dez vezes piores que o atual?!?
Em outra reportagem, a ‘Folha” de ontem reproduz texto de Martin Wolf, do "Financial Times", que expressa: “o Banco Central [no Governo Lula/PT] reduziu a taxa de juros de referência [SELIC] de 45% [nos anos FHC] a apenas 8,75% em 2009. A estabilidade se escorou no acúmulo de reservas cambiais, que chegaram a US$ 235 bilhões em fevereiro de 2010, ante US$ 33 bilhões em janeiro de 1999.” [Faltou o FT mencionar que FHC/PSDB passou o governo com inflação crescente de 12% e projetando-se para 20% no final do ano. O governo Lula/PT conseguiu 'domar o dragão' e reduziu a inflação para índices próximos a 5%].
Depreendo que a “Folha” vê como positivo aquele quadro ruim da economia nacional sob governo tucano, pois com ele não havia atração para investimentos estrangeiros no Brasil. Deve ser por isso que o jornal há 8 anos luta arduamente para a volta dos demotucanos ao poder].
FONTE: publicado na Folha de São Paulo [título e trechos entre colchetes colocados por este blog]
DILMA DESAFIA A “FOLHA” E MOSTRA QUE O PIG NÃO TEM O QUE PERGUNTAR
“No programa Roda Morta [Roda Viva], o funcionário da Folha tentou imprensar a Dilma Rousseff sobre os dois dossiês da Folha: o dossiê sobre a relação da filha do Serra com a irmã do Dantas; e sobre o Imposto de Renda de um grão tucano, Eduardo Jorge.
Por Paulo Henrique Amorim, no blog “Conversa Afiada”
Dilma deu o troco. Exigiu que a Folha mostrasse as provas de que os dois dossiês saíram da campanha dela. Dilma disse que processou o Serra, quando [ele] fez a acusação. E só não processou a Folha porque respeita o direito de a Folha resguardar a fonte.
Mas, exigiu: cadê as provas? Ou seja, cadê o áudio do grampo? Dilma disse: numa democracia não se aceita acusação sem prova. Para ficar claro: o tal dossiê sobre a filha do Serra não é dossiê nenhum, mas um livro que o jornalista Amaury Ribeiro Jr vai lançar logo depois da Copa.
O livro vai se chamar Os Porões da Privataria. A “privataria” do governo FHC/Serra que, entre outras coisas, transformou o Daniel Dantas em “brilhante”, e vendeu a Vale na bacia das almas, por pressão do ministro do Planejamento José Serra.
É a privataria que será descrita pelo Amaury. E vai deixar o Serra nu. E, antes de ficar nu, Serra, com a Folha, acusou a Dilma de cumplicidade com o tal dossiê do dossiê do dossiê. E terá que responder por isso na Justiça.
E o mais importante, além da provocação do funcionário da Folha: Dilma disse que não se podem criar obstáculos à liberdade de imprensa, opinião, expressão e organização. Nisso, não se toca – disse ela.
Agora, sobre um novo “marco regulatório” para a mídia, isso é um assunto de controle público, e não privado – disse ela. Ou seja, Dilma não repudiou fazer, como a Cristina Kirchner, uma “Ley de Medios”. Ou seja, estabelecer controle público sobre a mídia. Através de uma lei publicamente discutida.
Como de hábito, os jornalistas do PiG fingiram não perceber o que ela disse. Mas a Dilma sabe que muita gente percebeu. Como este ordinário blogueiro.
O PIG NÃO TEM O QUE PERGUNTAR
O programa Roda Morta da TV Cultura também fez importante revelação. O PiG não tem o que perguntar à Dilma. E isso é muito significativo. Porque, como disse a presidente da associação dos jornais, Judith Brito, funcionária da Folha, o PiG é a oposição. (Porque, de fato, se depender do Álvaro Dias …)
O PiG estava bem representado ali na bancada. Dilma passou uma escavadeira sobre o funcionário da Folha que perguntou sobre a (falta de) infraestrutura. Natural. Porque existe um PAC, o de verdade, e um “PAC da Folha”, que não sai do lugar.
O PiG quis saber se a Dilma é um poste; se a Dilma vai controlar o PT; se vai reduzir os impostos dos leitores do PiG; se vai taxar a fortuna dos leitores do PiG; se o Lula vai mandar nela; se há “desindustrialização” do Brasil — só se foi no governo do Farol de Alexandria (Fernando Henrique Cardoso).
(Faltou perguntar se o Bolsa Família é o Bolsa Vagabundagem.)
Dilma tirou de letra. A amostra que estava ali é lamentável. Se a elite do PiG não passa disso, é melhor chamar o Marcelo Bielsa. E, como diz o Luiz Claudio Cunha: “em todas as regiões do país, a aprovação popular do inventor de Dilma varia de 80% (sul) a 90% (nordeste), batendo em 84% no triângulo estratégico de Rio-São Paulo-Minas, onde se concentram 58 milhões dos 134 milhões de eleitores.”
Ao PiG e ao Serra só resta a baixaria. Que virá. (E o livro do Amaury, também.)”
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado nos portais “Conversa Afiada” e “Vermelho” [imagem colocada por este blog]
O "PROJETO NACIONAL" DOS TUCANOS É CONTRA O DESENVOLVIMENTO
(caricatura por Aroeira)
“O tucano José Serra e seus aliados acusam Dilma Rousseff e o campo progressista de não ter um projeto nacional. Não é verdade: os tucanos “esquecem” que esta é uma luta histórica e que eles são, hoje, os herdeiros e continuadores da política antinacional que, desde os tempos de José Bonifácio, impede o desenvolvimento e atrasa o país.
Por José Carlos Ruy
Só há uma explicação para a repetida acusação feita pelo bloco conservador e pelo candidato da oposição, o tucano José Serra, de que o governo Lula e a candidata progressista Dilma Rousseff não têm um projeto nacional. É a amnésia histórica daqueles que aderiram ao pensamento único e ao dogma neoliberal de que não existe alternativa além do fracassado projeto que impuseram ao Brasil em sua longa passagem pela presidência da República, com Fernando Collor de Mello e, depois, Fernando Henrique Cardoso.
Os tucanos e conservadores insistem naquela tecla esquecendo o conflito histórico que, em todo o período independente de nossa história, opôs os desenvolvimentistas aos liberais, os pregoeiros do uso da força do Estado para fomentar o crescimento da economia aos partidários da submissão brasileira a uma divisão do trabalho que perpetua o atraso.
Esse conflito eclodiu já nos anos da luta pela Independência, quando José Bonifácio defendeu o fim da escravidão, a reforma agrária e o favorecimento da produção de alimentos ao lado da agricultura de exportação, o apoio à industrialização, a instrução do povo e a inclusão de negros e índios à comunidade nacional, e a afirmação nacional soberana perante as potências estrangeiras.
José Bonifácio foi nomeado ministro do Reino e dos Estrangeiros por D. Pedro no início de 1822, tornando-se nessa condição o primeiro chefe de governo no Brasil. Ele estava na contra mão dos bisavós dos atuais neoliberais, cujo campeão foi José da Silva Lisboa, o visconde de Cairu, que defendia a Inglaterra com a mesma ênfase com que os tucanos defendem, hoje, os EUA.
Cairu era a expressão dos interesses da oligarquia agromercantil e seu projeto econômico baseado na escravidão e na monocultura latifundiária, na exportação de produtos agrícolas e na oposição à industrialização, subordinando a nação que se formava a uma economia mundial dominada pelos ingleses. José Bonifácio bateu de frente com os interesses daquela elite agromercantil, aliada dos ingleses sendo por isso afastado do governo, abrindo caminho para que fosse mantida, após a Independência, a arcaica estrutura social colonial, escravista e latifundiária.
Venceu, com isso, a política econômica liberal e antiindustrialista que, com um pequeno interregno na década de 1840, vigorou em todo o período imperial. Um exemplo das dificuldades que aquela política impunha ao desenvolvimento é a trajetória de Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá. Este grande empresário construiu o estaleiro de Porto de Areia, um dos maiores do mundo, mas faliu fragorosamente quando a política econômica liberal foi intensificada na década de 1850; sua história é emblemática de contradições que ainda hoje não estão resolvidas.
Os primeiros anos da República significaram outro interregno, breve, naquela política antinacional. Foi uma época marcada pelas intensas disputas entre setores urbanos (classe média e parte da burguesia) radicalizados, e a coalizão de latifundiários, grandes comerciantes do comércio externo e os representantes do capital estrangeiro (na época, principalmente inglês), que dominava a economia e a política brasileira desde os tempos do império. O choque cresceu durante os dois primeiros governos republicanos, dirigido pelos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, quando as iniciativas do novo regime ameaçavam os interesses colonialistas ao apontar para a construção de uma nação autônoma do ponto de vista político e econômico.
Quando o latifundiário Prudente de Moraes assumiu a presidência da República, na sucessão de Floriano Peixoto, o projeto industrialista foi abandonado. Os antepassados dos atuais neoliberais, que eram então chamados de livre-cambistas, passaram a dominar o governo e implantaram a mesma velha política econômica liberal. Rodrigues Alves, grande fazendeiro de café e ministro da Fazenda de Prudente de Moraes, dizia que a indústria prejudicava a agricultura ao atrair “a mão-de-obra e os capitais necessários à lavoura". A elite latifundiária e o capital comercial que controlava o comércio externo do país mantiveram a economia subordinada a esse princípio nocivo ao desenvolvimento nacional.
Era a abertura de um período liberal que durou até 1930, quando a revolução que acabou com a República Velha e levou Getúlio Vargas ao governo sinalizou o aprofundamento do desenvolvimento capitalista brasileiro e deu ao Estado um papel decisivo na promoção do desenvolvimento. As políticas econômica, cambial, industrial e agrícola voltavam-se agora ao atendimento dos interesses desse desenvolvimento. Mas a ruptura com o passado não foi completa, pois as velhas oligarquias agromercantis foram derrotadas, mas não eliminadas.
De qualquer forma, depois de 1930 foi claramente rompido o vínculo com os princípios liberais; e as relações entre a indústria e o governo se tornaram mais cordiais. Vargas adotou medidas de forte impacto econômico e social, promovendo a intervenção do Estado para estimular o desenvolvimento industrial.
Sob o Estado Novo foram criados organismos técnicos de assessoria nos quais o governo e a burguesia industrial discutiam e formulavam as estratégias econômicas. Os industriais participaram de forma intensa deles, liderados por aquele que, na época, se destacou como seu maior líder: o paulista Roberto Simonsen, que propunha a proteção à produção industrial brasileira e a liberação da importação de equipamentos e matérias primas necessárias para ela. Desde então a produção nacional cresceu e se diversificou; um de seus marcos principais foi a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda.
A modernização acentuada no período pós-1930 foi marcada também pela emergência de outro personagem decisivo no cenário político, o proletariado que, com o Partido Comunista do Brasil à frente, engrossou a luta pelo desenvolvimento que impulsionou a partir de suas próprias reivindicações de classe.
Aquela política de modernização marcou a fase conhecida como “Era Vargas”, recolocando o conflito entre os dois projetos antagônicos em outro patamar. A luta pelo desenvolvimento dominou durante meio século, e entrou em crise na década de 1980, colocando o Brasil em uma encruzilhada histórica na qual emergiu a hegemonia temporária do projeto neoliberal que atualizava as velhas teses conservadoras contra o desenvolvimento industrial e pela subordinação do país aos interesses de potências estrangeiras. Essa hegemonia foi anunciada quando, em dezembro de 1994, Fernando Henrique Cardoso despediu-se do Senado para assumir a presidência da República anunciando a intenção de colocar um ponto final à Era Vargas e ao “seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado intervencionista”. Os resultados funestos dessa decisão foram sentidos pelos brasileiros durante os oito anos de domínio do tucanato, sob FHC, com sua política de privatizações; desmantelamento do Estado; submissão aos Estados Unidos e às agências econômicas do imperialismo, como o FMI; ataques aos direitos sociais dos trabalhadores e aos direitos políticos dos brasileiros.
Aquele foi o “projeto nacional” dos tucanos, que começou a ser desmontado desde 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a presidência da República, acelerando-se no segundo mandato, em 2007. Esta escolha pelo desenvolvimento precisa ser reafirmada e aprofundada no novo período presidencial que começa em 2011.”
FONTE: publicado no portal “Vermelho”
IRÃ DIZ SÓ VOLTAR A NEGOCIAR EM AGOSTO E COM A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL E TURQUIA
“Mahmoud Ahmadinejad condiciona, porém, conversas sobre impasse nuclear à integração de Brasil e Turquia. Segundo o presidente do Irã, intervalo para volta ao diálogo é "punição" a Ocidente por aprovar as novas sanções na ONU.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, se disse ontem preparado para reatar conversas nucleares no final de agosto, apesar das novas sanções na ONU. Mas condicionou a retomada à integração do Brasil e da Turquia.
Segundo o iraniano, a postergação em dois meses da volta à mesa de negociações é "punição" às potências pela aprovação da quarta rodada de sanções contra Teerã no Conselho de Segurança.
"Chamamos isso de mau comportamento", disse o iraniano a jornalistas na capital do Irã. "É um castigo para puni-las de maneira que aprendam como se comportar em um diálogo com esta nação."
Ahmadinejad afirmou que a base das negociações deverá ser a proposta de acordo obtida no mês passado após intervenção brasileiro-turca.
A proposta, que prevê o envio de urânio pouco enriquecido à Turquia e o recebimento do material enriquecido a 20% -próprio para uso medicinal- num ano, se baseia em acordo delineado pelo Ocidente no ano passado.
Mas o texto foi rejeitado pelos EUA e aliados, que lideraram as gestões pelas novas sanções da ONU. As potências temem que o programa nuclear iraniano possua fins militares -o que o Irã nega [o “temor” é pretexto ‘do Ocidente’ (dos EUA) para as duras e danosas sanções preparatórias para a invasão militar do Irã e controle das suas produção e exportação de petróleo, estratégia adotada com sucesso no Iraque].
BRASIL E TURQUIA
O presidente do Irã cobrou ainda a inclusão dos governos do Brasil e da Turquia no grupo que negocia uma solução para o impasse nuclear, hoje formado por EUA, França e Rússia (Grupo de Viena) - aos quais se somam China, Rússia e Alemanha no “P5+1”.
Para ele, os aliados -que votaram contra as sanções- são países independentes e creem em justiça e respeito.
O iraniano também cobrou do “Ocidente” [metáfora significando na prática os EUA] esclarecimentos de sua posição sobre o arsenal nuclear de Israel [apoiado, protegido e omitido pelos EUA, apesar de Israel construir bombas atômicas, não admitir visitas da AIEA e não integrar o TNP] e o desarmamento nuclear global e [pergunta] se o “Ocidente” irá às negociações como amigo ou inimigo do Irã.
Anteontem (28/06), duas empresas de petróleo ocidentais -a francesa Total e a espanhola Repsol- anunciaram a suspensão dos negócios mantidos no Irã, nos primeiros desdobramentos das novas sanções aplicadas contra o país.
Além da punição da ONU, medidas adicionais e ainda mais duras já foram aprovadas pelo Congresso dos EUA, e o mesmo deve ocorrer em um mês na União Europeia.”
FONTE: publicado na Folha de São Paulo [título, trechos entre colchetes e imagem colocados por este blog].
CRESCE A CADA ANO O NÚMERO DE SOLDADOS MORTOS NA INVASÃO DO AFEGANISTÃO
TROPAS INTERNACIONAIS PERDEM MAIS DE 100 SOLDADOS NO AFEGANISTÃO EM JUNHO
“Cabul, 29 jun (EFE).- O mês de junho foi o de mais perdas para as tropas internacionais desdobradas no Afeganistão, que sofreram pela primeira vez mais de 100 baixas, de acordo com dados do portal independente "Icasualties.org" divulgados nesta terça-feira.
Até o momento, segundo estes dados, 101 soldados das tropas internacionais morreram em junho, máximo mensal histórico, fazendo chegar a 321 o número de soldados falecidos em 2010.
Em 2009, ano mais sangrento desde a ocupação do Afeganistão, morreram no país 521 soldados, segundo o "Icasualties", que mantém uma apuração constante sobre as vítimas militares internacionais no conflito armado contra os talibãs.
No Afeganistão estão desdobrados na atualidade cerca de 130 mil soldados estrangeiros, e está previsto que esse número chegue a 150 mil quando chegarem os últimos reforços anunciados pelos diferentes países que compõem a coalizão militar.
Nas últimas semanas, a estratégia militar das tropas estrangeiras foi objeto de controvérsia, após a saída do general ao comando, Stanley McChrystal, que fez comentários críticos em relação à Administração americana.
Os talibãs, que reforçaram sua presença em grandes áreas do país nos últimos anos, buscam tanto a expulsão das tropas estrangeiras como a derrocada do Governo de Hamid Karzai, para proclamar em seu lugar um regime fundamentalista islâmico.
Entre suas táticas favoritas estão os atentados suicidas, as ações de guerrilha e, sobretudo, a colocação de bombas em zonas de patrulha das tropas estrangeiras.
Segundo o "Icasualties", as vítimas militares das tropas estrangeiras não deixaram de aumentar desde 2004, quando morreram 60 soldados: 131 morreram em 2005, 191 em 2006, 232 em 2007, 295 em 2008 e 591 em 2009.
Mais da metade - 172 - das baixas registradas em 2010 ocorreram na província sulina de Helmand, um das fortificações tradicionais dos insurgentes, onde as tropas internacionais lançaram uma ofensiva em fevereiro.”
FONTE: divulgado no Afeganistão pela agência espanhola de notícias EFE e republicado no portal UOL [título e imagem colocados por este blog].
DILMA: “RENDA DOS POBRES TEM 'CRESCIMENTO CHINÊS' COM O GOVERNO LULA”
“A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou anteontem (28), durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que a população mais pobre tem sentido os efeitos inéditos de um "crescimento chinês" e forte nos níveis de renda. Segundo ela, os motivos são os programas sociais do governo e, principalmente, a renda obtida com emprego de carteira assinada.
Os entrevistadores perguntaram sobre temas como impostos, segurança pública, gastos públicos e eleições presidenciais. Com transmissão ao vivo pela internet, várias pessoas mandaram perguntas para conhecer mais as posições de Dilma sobre educação e saúde.
Perguntada se o Brasil vive um processo de desindustrialização, Dilma disse que está ocorrendo o contrário: aumentam as cadeias produtivas e existe a volta de alguns setores industriais que tinham perdido força no passado, como a construção de navios.
“Eu não acho que país esteja passando por isso [desindustrialização]. Até acho que nós temos aumentado e introduzindo segmentos novos na economia brasileira. Vou dar como exemplo a indústria naval. Voltamos a fazer política industrial, tanto que voltou a ter estaleiros no Brasil”, disse.
LULA
Dilma disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exercerá um papel importante de aconselhamento em um provável governo chefiado por ela.
Segundo a candidata do PT, durante os últimos sete anos e meio, ela construiu uma relação de muita confiança com Lula e que não abrirá mão disso no futuro.
“Uma coisa muito forte é a relação que construi com o Lula na minha vida. Foi uma relação em que participei diuturnamente com o presidente nesse processo desde 2005, quando teve toda aquela crise", disse. "Não comecei no governo com 76% de aprovação. Vou querer muito que o presidente me aconselhe, não temo nenhuma interferência. Eu vou querer que o presidente me ajude a aprovar reformas importantes. Mas, tenho clareza que ele participará como ex-presidente.”
SAÚDE
Segundo Dilma, o grande desafio da saúde é fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). "Existe o programa de Saúde da Família, que reforçamos muito, os postos de saúde e os hospitais. Sou a favor das UPAs [Unidade de Pronto Atendimento] iniciadas há três anos pelo governo, que atendem urgência e emergência”, afirmou, ressaltando a importância das clínicas especializadas para atender casos que não sejam de alta complexidade, em que o atendimento é no hospital.
Dilma lembrou que a perda da arrecadação com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) causou grandes prejuízos ao financiamento da saúde e que esse debate terá que ser travado no futuro.
Contudo, descartou a volta da CPMF e disse que não fará campanha para isso. “Acho que a gente não volta atrás na história. Mas ninguém vai me dizer que a saúde perde R$ 40 bilhões e fica por isso mesmo. Acabou, está acabado [a CPMF]. Mas vamos ter que abrir o debate sobre financiamento da saúde no Brasil”.
IMPOSTOS
Dilma defendeu uma Reforma Tributária que reduza a zero o peso dos impostos nos investimentos das empresas e diminua a carga sobre a folha de pagamento de salários. Contudo, ela disse que pode se fazer um grande avanço no sistema tributário com medidas pontuais.
EDUCAÇÃO
A petista disse que o país precisa garantir educação de qualidade para todos. Para isso, de acordo com ela, é fundamental levar ensino técnico profissionalizante para todos os municípios com mais de 50 mil habitantes e elevar a qualificação dos professores.
Ela salientou ainda que a leitura deve voltar a ser obrigatória nas salas de aula. “Fazer aquilo que se fazia no país: um ler para o outro em voz alta. Com isso, a gente aprendia e interpretava o texto também. Isso e matemática são fundamentais para nossas crianças”.
“Precisamos dar educação de qualidade e para isso precisamos colocar o professor no centro da questão. Para isso é necessário um [específico] salário mínimo. Demos um primeiro passo com isso com o piso do magistério, mas precisa melhorar. Um segundo passo é a formação continuada dos professores. É inaceitável que professores do Ensino Básico e Médio não tenham formação superior", acrescentou.”
FONTE: publicado no blog “Dilma na web” (www.dilmanaweb.com.br).
SATÉLITE GEOESTACIONÁRIO BRASILEIRO
CONSÓRCIO ESTUDA CONSTRUÇÃO DE SATÉLITE
“Parcerias: Projeto foi encomendado pela Agência Espacial Brasileira e visa comunicação militar e estratégica
Virgínia Silveira
A Agência Espacial Brasileira (AEB) selecionou o consórcio formado pelas empresas AAA, AGR, Union Engenharia e Telecom Bizz para fazer um estudo jurídico e de viabilidade econômico-financeira, no modelo de Parceria Público Privada (PPP), para o projeto de um satélite geoestacionário brasileiro (SGB).
Esse tipo de satélite gira na mesma velocidade da Terra e fica parado em um ponto fixo sobre a linha do Equador, a uma altitude de 36 mil quilômetros. O satélite terá como missões prioritárias serviços para as áreas de comunicações militares e estratégicas, e de meteorologia.
O estudo de viabilidade começou a ser elaborado em abril, mas alguns resultados preliminares já foram apresentados à Agência Espacial. Segundo o diretor de satélites, aplicações e desenvolvimento da agência, Thyrso Villela, a previsão é de que o trabalho completo do consórcio fique pronto no fim do ano. Para Villela, é bem provável que seja feita a opção pelo desenvolvimento de dois satélites: um para meteorologia e outro para comunicações estratégicas.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) financia o estudo, avaliado em R$ 800 mil, mas não para o desenvolvimento do satélite. O lançamento do equipamento também será abordado no estudo encomendado pela Agência Espacial.
Mas a ideia, segundo Villela, é priorizar o uso do foguete Cyclone-4, em fase de desenvolvimento e que futuramente será operado pelo consórcio ucraniano-brasileiro Alcântara Cyclone Space (ACS).
A parte de construção do satélite, seus equipamentos e sistemas, no entanto [diferentemente do projeto ucraniano da ACS], terá uma participação expressiva da indústria nacional. "A ideia da Agência Espacial é proporcionar o maior envolvimento possível das empresas brasileiras", ressaltou Villela.
Atualmente, o índice de participação da indústria nacional nos projetos de satélites é superior a 80% e envolve cerca de 15 empresas, a maior parte delas situada no polo aeroespacial de São José dos Campos, interior de São Paulo.
O uso de satélites geoestacionários, segundo o diretor da agência, é fundamental para garantir a obtenção de dados meteorológicos de forma autônoma e também para prover comunicações estratégicas ao governo. A maioria dos satélites artificiais de telecomunicações fica em órbita geoestacionária, para receber e transmitir dados para uma mesma região o tempo todo.
Para o meteorologista Carlos Nobre, chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) e um dos maiores especialistas em mudanças climáticas no Brasil, o país ainda tem um grande atraso a recuperar na área de satélites meteorológicos, que podem melhorar muito a previsão de tempo feita no país e a sua capacidade de resposta aos eventos de desastres naturais causados por chuvas intensas.
"O desenvolvimento de um satélite brasileiro deve ser uma das prioridades do programa espacial na próxima década, pois daria mais autonomia ao país, que hoje depende de informações de satélites americanos e europeus, além de maior capacidade para monitorar os sistemas de tempo com alta frequência temporal, ressalta Nobre.
"Quando há emergência nos Estados Unidos, nós ficamos sem a cadência de imagens que nos interessa e já aconteceu de o Brasil ficar sem essas informações, comprometendo a qualidade das previsões de tempo e clima, completa o diretor Thyrso Villela. Esse fato, segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, aconteceu recentemente, no período de dezembro de 2009 até maio deste ano, quando houve a substituição do satélite meteorológico americano Goes-10, que foi cedido ao Brasil pelos Estados Unidos, mas já estava em final de vida útil.
O novo satélite Goes-12 também poderá ser utilizado pelo Brasil, conforme acordo firmado com os Estados Unidos. Mas em caso de eventos climáticos extremos ou catástrofes no lado americano, a recepção de imagens para o nosso país será mais lenta. Os meteorologistas também argumentam que a posição orbital do Goes-12 não é a mais adequada para cobrir o território nacional.
METEOROLOGIA PASSA A INTEGRAR OBJETIVOS DA MISSÃO
O satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) começou a ser concebido em 2004, com a contratação da empresa Atech e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) para a elaboração do primeiro estudo de viabilidade técnica e econômica. A missão do SGB priorizava, então, as áreas de comunicações militares e de controle de tráfego aéreo.
Nessa época, a decisão de se fazer um satélite geoestacionário próprio foi motivada, principalmente, pelo compromisso assumido pelo Brasil de se adequar às recomendações feitas pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), para que os países se adaptassem ao novo sistema de navegação aérea via satélite.
O estudo, concluído em 2005, teve um custo de R$ 10 milhões e foi financiado pelo Fundo Setorial de Telecomunicações (Funttel), gerido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Antes de ser transferido para a Agência Espacial Brasileira (AEB), em 2007, o projeto do SGB estava subordinado aos Ministérios da Defesa e das Comunicações e era gerenciado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
"Houve uma mudança na missão do satélite, que agora vai priorizar o atendimento às demandas nas áreas de comunicações militares e estratégicas e também de meteorologia", explica o diretor da AEB, Thyrso Villela. A mudança, diz ele, ocorreu porque se concluiu que o projeto anterior sairia muito caro e seria difícil de efetivar.
"Nosso objetivo com o SGB hoje é simplificar e otimizar", diz Villela. "Para atender às áreas de navegação e controle de tráfego aéreo seriam necessários dois satélites. Além disso, existem problemas técnicos de propagação, que atrapalhariam o sinal do satélite, o que exigiria um investimento muito alto, tanto em equipamentos quanto em pesquisa".
FONTE: reportagem de Virgínia Silveira publicada no jornal “Valor Econômico” [título, trechos entre colchetes e imagem colocados por este blog].
AVANÇA NOVAMENTE O PROJETO DO VEÍCULO LANÇADOR DE SATÉLITES (VLS)
EQUIPES TÉCNICAS TRABALHAM NO SISTEMA PLATAFORMA DE LANÇAMENTO DO VLS-1
“Equipes do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) [integrante do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial-CTA, do Comando da Aeronáutica] e do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) trabalham, desde junho de 2009, no acompanhamento das obras do “Sistema Plataforma de Lançamento” do VLS-1 (SISPLAT), construção da mais alta tecnologia envolvendo plataformas de lançamento para veículos do porte do VLS-1.
O Complexo de Lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) faz parte do Setor de Preparação e Lançamento (SPL) do CLA e se compõe de ‘facilidades’ [instalações] que se destinam a dar apoio à integração final do veículo desenvolvido pelo IAE, à ativação e ao controle final do mesmo. O SISPLAT também está sendo preparado para lançamento de outros veículos de porte médio com propulsores a combustível sólido ou líquido, assegurando maior flexibilidade às instalações do CLA.
O SISPLAT é constituído pela Torre Móvel de Integração (TMI), Torre de Umbilicais (TU), Mesa de Lançamento (ML), Torre e Túnel de Escape (TTE), Casa de Equipamentos e Apoio, Sala de Interfaces Eletrônicas (SI), Sistema de Pressurização e Refrigeração, Sistema de Detecção e Alarme Contra Incêndio (SDACI), Sistema de Proteção Contra Descargas atmosféricas (SPDA) e Sistemas Elétricos e de Automação (SEA).
A TMI é constituída por estrutura metálica equipada com sistemas de rodagem sobre trilhos entre as posições de montagem, testes e lançamento.
Atendendo à integração final do Veículo na vertical, plataformas fixas e móveis dão acesso aos vários níveis de trabalho – as primeiras, destinadas ao acesso de pessoal às regiões periféricas internas e, as últimas, à intervenção de pessoal junto às interfaces do veículo durante sua integração.
Ao lado da TMI está a TTE, uma torre em concreto ligada a um túnel de escape subterrâneo (que dá o acesso a uma área distante) dos gases em caso de acidente. Essa Torre é equipada com sistema de pressurização que impede a entrada de gases do veículo. Além disso, tubos metálicos, escorregadores verticais de duto elástico e escadas tipo marinheiro formam o conjunto que permite, em caso de emergência, a rápida evacuação das pessoas em atividade dentro da TMI.
Particularidades como o sistema de monitoramento e operação à distância, com transmissão de dados via fibra ótica para o acionamento de portas e plataformas, e para a movimentação da TMI, são possibilitadas pelo SEA. Os comandos são externos, realizados na Casa de Equipamentos e Apoio (Sala de Comando), a uma distância de aproximadamente 90 metros da Mesa de Lançamento.
Todas as etapas de construção, montagem e inspeção foram realizadas com o acompanhamento da equipe técnica do IAE, que se reveza na fiscalização da obra, nas inspeções de fabricação e nas diversas reuniões realizadas com engenheiros representantes do Consórcio Jaraguá/Lavitta. As obras civis e de montagem das estruturas metálicas serão concluídas em julho deste ano, quando serão iniciadas as instalações elétricas e de automação.
A equipe, formada de militares e engenheiros de diversas áreas de especialização, acompanha as atividades desde a especificação técnica do projeto e prosseguirá até a finalização das instalações, sempre priorizando a segurança e dos técnicos usuários a confiabilidade, para o bom desempenho das atividades realizadas em períodos de campanhas de lançamento.”
FONTE: informação do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) [integrante do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial-CTA, do Comando da Aeronáutica] publicada no endereço: http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=5508 [título e entre colchetes colocados por este blog].
WASHINGTON, AINDA NÃO ENTENDE A AMÉRICA LATINA
“A ELITE DE WASHINGTON AINDA NÃO ENTENDE A AMÉRICA LATINA. UM DIA VAI ENTENDER?
por Mark Weisbrot, no jornal britânico The Guardian, em 26.06.2010
No filme “Guantanamera”, o último do renomado diretor cubano Tomás Gutiérrez Alea, o mito de criação iorubá é apresentado como metáfora para as dificuldades em provocar mudanças. Nesse mito, os humanos eram inicialmente imortais, mas o resultado é que os velhos acabavam sufocando os jovens, e assim a morte teve de ser criada.
Aqui em Washington, muitas vezes só a morte ou aposentadoria permitem a possibilidade de mudança — e ainda assim as instituições permanecem imortais e muitas vezes imutáveis. Em nenhum outro lugar isso é mais verdadeiro que no ‘establishment’ de política externa.
Nas últimas semanas eu visitei cinco países e participei de numerosos eventos que cercaram o lançamento recente de um documentário — como Guantanamera, “South of the Border” também é um ‘road movie’ — que Oliver Stone dirigiu e eu escrevi com Tariq Ali. Retornando a Washington, a grande distância que separa a elite da política externa dos Estados Unidos da vasta maioria de seus vizinhos ao Sul nos atinge como um choque cultural.
Para as pessoas dessa elite, as mudanças históricas que varreram a América Latina — especialmente a América do Sul — na última década são vistas através das lentes da mentalidade da Guerra Fria que julga toda mudança em termos de como ela afeta o poder dos Estados Unidos na região.
Jorge Castañeda é um ex-ministro das relações exteriores do México que ensina na Universidade de Nova York e se tornou um porta-voz na mídia para o ‘establishment’ de política externa de Washington. Em um recente artigo, ele divide o continente entre “aqueles que são neutros no confronto entre Estados Unidos e o presidente venezuelano Hugo Chávez (e Cuba), ou que se opõem abertamente aos assim chamados governos ‘bolivarianos’ da Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Venezuela”, que ele rotula de “Americas-2″ e “esquerda radical”.
Para Castañeda, como para a secretária de Estado Hillary Clinton, é particularmente irritante que “tão recentemente quanto em 7 de junho, os países bolivarianos foram capazes de evitar o restabelecimento de Honduras à Organização dos Estados Americanos, apesar das eleições essencialmente livres e justas que foram realizadas em novembro passado”.
Mas não foram apenas os “paises bolivarianos” que não aceitaram eleições realizadas sob ditadura como “livres e justas”. O Brasil, a Argentina e governos representando a maior parte do hemisfério estão no mesmo campo. Na verdade, quando o Grupo do Rio divulgou sua declaração em novembro de 2009 dizendo que a imediata restituição de Mel Zelaya era uma condição necessária para o reconhecimento das eleições, mesmo os governos de direita aliados de Obama — Colômbia, Peru e Panamá — se sentiram obrigados a apoiar.
O golpe de Honduras, promovido por aliados dos Estados Unidos e por oficiais treinados pelos Estados Unidos contra um presidente eleito democraticamente, foi um marco nas relações entre Washington e a América Latina. Foi mais ou menos um ano atrás, em 28 de junho, que a esperança de que o governo Obama trataria seus vizinhos ao Sul de forma diferente do que fazia o time de Bush, foi destruída. Enquanto o confidente e assessor dos Clinton, Lanny Davis, aconselhava e fazia lobby em nome do regime golpista, o governo Obama fez tudo o que pôde para ajudar a ditadura sobreviver e se legitimar.
Isso apesar de resoluções unânimes da OEA e das Nações Unidas pedindo o “restabelecimento imediato e incondicional” do presidente Zelaya, duas palavras que o governo Obama nunca pronunciou, assim como ignorou por mais de cinco meses os assassinatos, o fechamento de órgãos da mídia e outras violações maciças de direitos humanos que tornaram o “livres e justas” das eleições de novembro em Honduras uma piada doentia. A União Europeia e a Organização dos Estados Americanos nem mesmo mandaram observadores.
Mas com Washington ainda lutando para legitimar o governo hondurenho — apesar do assassinato de dezenas de ativistas políticos e de nove jornalistas desde que o governo “eleito” assumiu o poder — é típico retratar essa tentativa como uma luta contra governos “inimigos” em vez de uma disputa com a maior parte da região. O que essas pessoas não podem reconhecer, ou talvez nem mesmo entendam, é que se trata de uma questão de independência e autodeterminação, assim como de democracia.
Michele Bachelet do Chile e Lula da Silva do Brasil ficaram tão revoltados quanto os governos “Americas 2″ quando o governo Obama decidiu em agosto passado expandir sua presença em sete bases militares na Colômbia.
E foi Felipe Calderón, o presidente direitista do México, que sediou a conferência de fevereiro em Cancún que decidiu criar uma nova organização para as Américas, que poderia eventualmente substituir a OEA, sem Estados Unidos e Canadá. O papel dos Estados Unidos e do Canadá ao bloquear medidas mais fortes da OEA contra a ditadura de Honduras sem dúvida jogou um papel motivador nessa medida.
Naturalmente, Washington tem o poder de tornar sua visão de Guerra Fria em relação ao hemisfério parecer meio real, ao adotar medidas de tratamento especial para governos mais à esquerda. Na Bolívia, a eleição de Evo Morales causou mudanças análogas ao fim do apartheid na África do Sul, com a maioria indígena do país ganhando voz em seu governo pela primeira vez em 500 anos. Seria o caso de imaginar que o governo Obama teria senso comum no cérebro para entrar do lado certo nesta questão. Mas não, eles continuam a aplicar sanções comerciais impostas inicialmente pelo governo Bush contra a Bolívia sob o assim chamado ‘Andean Trade Promotion and Drug Eradication Act’ (ATPDEA), retiraram a certificação da Bolívia como país que coopera com a Guerra contra as Drogas e continuam a não informar quem exatamente os Estados Unidos financiam na Bolívia — isto é, quais grupos de oposição — com dinheiro do Departamento de Estado.
Tive o privilégio de assistir “South of the Border” em um estádio com mais de 6 mil pessoas em Cochabamba, Bolívia, algumas semanas atrás. Num momento do filme Evo Morales conta a história de Tupac Katari, um líder indígena que lutou contra os colonizadores espanhóis no século 18. Evo relembra as últimas palavras de Tupac Katari, antes de ele ser esquartejado pelos espanhóis: “Morro como um, mas voltarei como milhões”. Evo então olha para a câmera e diz: “Agora somos milhões”.
Ao contrário do que acontece em Washington, toda pessoa que estava naquele estádio sabia exatamente o que Evo queria dizer.”
FONTE: escrito por Mark Weisbrot, no jornal britânico “The Guardian”, em 26.06.2010, e republicado no portal “Viomundo”, do jornalista Luiz Carlos Azenha.
por Mark Weisbrot, no jornal britânico The Guardian, em 26.06.2010
No filme “Guantanamera”, o último do renomado diretor cubano Tomás Gutiérrez Alea, o mito de criação iorubá é apresentado como metáfora para as dificuldades em provocar mudanças. Nesse mito, os humanos eram inicialmente imortais, mas o resultado é que os velhos acabavam sufocando os jovens, e assim a morte teve de ser criada.
Aqui em Washington, muitas vezes só a morte ou aposentadoria permitem a possibilidade de mudança — e ainda assim as instituições permanecem imortais e muitas vezes imutáveis. Em nenhum outro lugar isso é mais verdadeiro que no ‘establishment’ de política externa.
Nas últimas semanas eu visitei cinco países e participei de numerosos eventos que cercaram o lançamento recente de um documentário — como Guantanamera, “South of the Border” também é um ‘road movie’ — que Oliver Stone dirigiu e eu escrevi com Tariq Ali. Retornando a Washington, a grande distância que separa a elite da política externa dos Estados Unidos da vasta maioria de seus vizinhos ao Sul nos atinge como um choque cultural.
Para as pessoas dessa elite, as mudanças históricas que varreram a América Latina — especialmente a América do Sul — na última década são vistas através das lentes da mentalidade da Guerra Fria que julga toda mudança em termos de como ela afeta o poder dos Estados Unidos na região.
Jorge Castañeda é um ex-ministro das relações exteriores do México que ensina na Universidade de Nova York e se tornou um porta-voz na mídia para o ‘establishment’ de política externa de Washington. Em um recente artigo, ele divide o continente entre “aqueles que são neutros no confronto entre Estados Unidos e o presidente venezuelano Hugo Chávez (e Cuba), ou que se opõem abertamente aos assim chamados governos ‘bolivarianos’ da Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Venezuela”, que ele rotula de “Americas-2″ e “esquerda radical”.
Para Castañeda, como para a secretária de Estado Hillary Clinton, é particularmente irritante que “tão recentemente quanto em 7 de junho, os países bolivarianos foram capazes de evitar o restabelecimento de Honduras à Organização dos Estados Americanos, apesar das eleições essencialmente livres e justas que foram realizadas em novembro passado”.
Mas não foram apenas os “paises bolivarianos” que não aceitaram eleições realizadas sob ditadura como “livres e justas”. O Brasil, a Argentina e governos representando a maior parte do hemisfério estão no mesmo campo. Na verdade, quando o Grupo do Rio divulgou sua declaração em novembro de 2009 dizendo que a imediata restituição de Mel Zelaya era uma condição necessária para o reconhecimento das eleições, mesmo os governos de direita aliados de Obama — Colômbia, Peru e Panamá — se sentiram obrigados a apoiar.
O golpe de Honduras, promovido por aliados dos Estados Unidos e por oficiais treinados pelos Estados Unidos contra um presidente eleito democraticamente, foi um marco nas relações entre Washington e a América Latina. Foi mais ou menos um ano atrás, em 28 de junho, que a esperança de que o governo Obama trataria seus vizinhos ao Sul de forma diferente do que fazia o time de Bush, foi destruída. Enquanto o confidente e assessor dos Clinton, Lanny Davis, aconselhava e fazia lobby em nome do regime golpista, o governo Obama fez tudo o que pôde para ajudar a ditadura sobreviver e se legitimar.
Isso apesar de resoluções unânimes da OEA e das Nações Unidas pedindo o “restabelecimento imediato e incondicional” do presidente Zelaya, duas palavras que o governo Obama nunca pronunciou, assim como ignorou por mais de cinco meses os assassinatos, o fechamento de órgãos da mídia e outras violações maciças de direitos humanos que tornaram o “livres e justas” das eleições de novembro em Honduras uma piada doentia. A União Europeia e a Organização dos Estados Americanos nem mesmo mandaram observadores.
Mas com Washington ainda lutando para legitimar o governo hondurenho — apesar do assassinato de dezenas de ativistas políticos e de nove jornalistas desde que o governo “eleito” assumiu o poder — é típico retratar essa tentativa como uma luta contra governos “inimigos” em vez de uma disputa com a maior parte da região. O que essas pessoas não podem reconhecer, ou talvez nem mesmo entendam, é que se trata de uma questão de independência e autodeterminação, assim como de democracia.
Michele Bachelet do Chile e Lula da Silva do Brasil ficaram tão revoltados quanto os governos “Americas 2″ quando o governo Obama decidiu em agosto passado expandir sua presença em sete bases militares na Colômbia.
E foi Felipe Calderón, o presidente direitista do México, que sediou a conferência de fevereiro em Cancún que decidiu criar uma nova organização para as Américas, que poderia eventualmente substituir a OEA, sem Estados Unidos e Canadá. O papel dos Estados Unidos e do Canadá ao bloquear medidas mais fortes da OEA contra a ditadura de Honduras sem dúvida jogou um papel motivador nessa medida.
Naturalmente, Washington tem o poder de tornar sua visão de Guerra Fria em relação ao hemisfério parecer meio real, ao adotar medidas de tratamento especial para governos mais à esquerda. Na Bolívia, a eleição de Evo Morales causou mudanças análogas ao fim do apartheid na África do Sul, com a maioria indígena do país ganhando voz em seu governo pela primeira vez em 500 anos. Seria o caso de imaginar que o governo Obama teria senso comum no cérebro para entrar do lado certo nesta questão. Mas não, eles continuam a aplicar sanções comerciais impostas inicialmente pelo governo Bush contra a Bolívia sob o assim chamado ‘Andean Trade Promotion and Drug Eradication Act’ (ATPDEA), retiraram a certificação da Bolívia como país que coopera com a Guerra contra as Drogas e continuam a não informar quem exatamente os Estados Unidos financiam na Bolívia — isto é, quais grupos de oposição — com dinheiro do Departamento de Estado.
Tive o privilégio de assistir “South of the Border” em um estádio com mais de 6 mil pessoas em Cochabamba, Bolívia, algumas semanas atrás. Num momento do filme Evo Morales conta a história de Tupac Katari, um líder indígena que lutou contra os colonizadores espanhóis no século 18. Evo relembra as últimas palavras de Tupac Katari, antes de ele ser esquartejado pelos espanhóis: “Morro como um, mas voltarei como milhões”. Evo então olha para a câmera e diz: “Agora somos milhões”.
Ao contrário do que acontece em Washington, toda pessoa que estava naquele estádio sabia exatamente o que Evo queria dizer.”
FONTE: escrito por Mark Weisbrot, no jornal britânico “The Guardian”, em 26.06.2010, e republicado no portal “Viomundo”, do jornalista Luiz Carlos Azenha.
PIB: CRESCIMENTO ECONÔMICO CHEGOU A QUASE 9% DE JANEIRO A ABRIL
“A economia nacional cresceu 8,8% em abril, comparativamente ao mesmo mês de 2009, informou ontem (28) a empresa de análise de crédito Serasa Experian.
Visto o primeiro quadrimestre de cada ano, em 2010 a alta acumulada da atividade econômica chegou a 8,9%, relativamente ao período janeiro/abril de 2009.
De março para abril deste ano, de acordo com a Serasa, a pecuária foi o setor que mais cresceu.
Os economistas da Serasa estimam que a economia cresceu menos no período abril/junho, em conseqüência do fim dos estímulos fiscais para compra de veículos e eletrodomésticos, dos cortes anunciados no orçamento federal e dos efeitos da alta na taxa básica de juros da economia.”
FONTE: publicado no site “Brasília Confidencial” (www.brasiliaconfidencial.com.br) http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/economia-5/crescimento-economico-chegou-a-quase-9-de-janeiro-a-abril-8461.html
Visto o primeiro quadrimestre de cada ano, em 2010 a alta acumulada da atividade econômica chegou a 8,9%, relativamente ao período janeiro/abril de 2009.
De março para abril deste ano, de acordo com a Serasa, a pecuária foi o setor que mais cresceu.
Os economistas da Serasa estimam que a economia cresceu menos no período abril/junho, em conseqüência do fim dos estímulos fiscais para compra de veículos e eletrodomésticos, dos cortes anunciados no orçamento federal e dos efeitos da alta na taxa básica de juros da economia.”
FONTE: publicado no site “Brasília Confidencial” (www.brasiliaconfidencial.com.br) http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/economia-5/crescimento-economico-chegou-a-quase-9-de-janeiro-a-abril-8461.html
OLIVER STONE REBATE A CRÍTICA A SEU FILME SOBRE A AMÉRICA LATINA
OLIVER STONE CONTESTA CRÍTICA DE LARRY ROHTER A FILME SOBRE GUINADA À ESQUERDA NA AMÉRICA LATINA
“Uma semana após ser lançado em Nova Iorque, o último documentário do cineasta Oliver Stone, Ao Sul da Fronteira, é alvo de polêmica, provocando um debate entre o diretor e o jornalista Larry Rohter, ex-correspondente do jornal New York Times no Brasil.
Em texto publicado na sexta-feira (25/6), Rohter apontou várias imprecisões ou erros no filme, acusando-o de apresentar uma visão deturpada sobre a “guinada à esquerda” dos governos latino-americanos, principalmente, do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Em resposta, Stone e os co-roteiristas Tariq Ali e Mark Weisbrot escreveram segunda-feira (28/6) uma carta aberta ao NYT rebatendo as críticas.
Leia abaixo a íntegra da resposta dos realizadores do filme ao jornal.
CARTA AO NEW YORK TIMES
OLIVER STONE, MARK WEISBROT E TARIQ ALI
“Larry Rohter ataca nosso filme, Ao Sul da Fronteira, por “erros, afirmações incorretas e ausência de detalhes”. Mas um exame cuidadoso revela que os erros, afirmações incorretas e ausência de detalhes são dele, e que o filme é uma obra caprichada do ponto de vista factual.
Pediremos a vocês que considerem os inúmeros erros factuais nos ataques de Rohter, registrados abaixo, e as claras evidências de má-fé e conflito de interesses em sua tentativa de desqualificar o filme, e então pedimos ao New York Times que publique uma correção completa para esses erros.
1) Ao acusar o filme de “mal informado”, Rohter escreve que “um voo de Caracas a La Paz, Bolívia, cruza principalmente a Amazônia, e não os Andes”. Mas a nossa narração não diz que o voo cruza “principalmente” a Amazônia, e sim que ele voa sobre os Andes, o que é correto (fonte: Google Earth).
2) Também na categoria de “má informação”, Rohter escreve que “os Estados Unidos não importam mais petróleo da Venezuela do que de qualquer outra nação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)”, e que a posição “pertenceu à Arábia Saudita no período de 2004-10”.
A frase citada por Rohter foi dita no filme por um analista da indústria do petróleo, Phil Flynn, que apareceu por cerca de 30 segundos em clipe de programas de TV exibidos nos Estados Unidos. O que ocorre é que Rohter está errado, e Flynn, correto. Flynn fala em abril de 2002 (o que está claro no filme), portanto Rohter está errado ao citar a data de 2004-2010.
Se olharmos o período de 1997 a 2001, que é relevante para a afirmação de Flynn, ele está correto. A Venezuela está à frente de todos os países da OPEP, incluindo Arábia Saudita, para o petróleo importado pelos Estados Unidos durante todo esse período. (fonte: Agência de Informações sobre Energia dos EUA, para a Venezuela e Arábia Saudita).
3) Rohter tenta desqualificar o filme por conta da breve descrição da corrida presidencial de 1998 na Venezuela:
“Segundo ‘Ao Sul da Fronteira’, a principal oponente de Chávez na corrida inicial pela presidência em 1998 era uma loira de 1,85 m, a ex-miss Universo Irene Sáez, e então a eleição ficou conhecida como a disputa entre a Bela e a Fera. Mas o principal oponente de Chávez não era a senhora Sáez, que terminou em terceiro lugar com menos de 3 por cento dos votos. Era Henrique Salas Romer, um agradável ex-governador que venceu com 40% dos votos”.
A crítica de Rohter está mal direcionada. A descrição da corrida presidencial no filme, citada por Rohter, é de Bart Jones, que cobria a Venezuela para a Associated Press, a partir de Caracas, nessa época. A descrição é acurada, apesar do resultado final da eleição. Para a maior parte da disputa, que começou em 1997, Irene Sáez era sim a principal oponente de Chávez, e a disputa foi reportada como a escolha entre “a Bela e a Fera”.
Nos seis meses que antecederam a eleição, ela começou a cair enquanto Salas Romer ganhava apoio; seus 40% expressam fortemente o resultado de uma decisão dos dois grandes partidos políticos venezuelanos da época, COPEI e AD, que comandaram o país por décadas, de apoiá-lo. (Veja, por exemplo, este artigo de 2008 da BBC [o link pode ser encontrado na fonte ‘Viomundo’] , que descreve a corrida presidencial como faz o filme, e nem mesmo menciona Salas Romer).
A descrição de Rohter faz parecer que Saéz era uma candidata menor, o que é absurdo.
4) Rohter tenta enquadrar o tratamento dado pelo filme ao golpe de 2002 na Venezuela como uma “teoria da conspiração”. Ele escreve:
“Como o Sr. Stone fez com o assassinato de Kennedy, esta parte de ‘Ao Sul da Fronteira’ depende da identidade de um ou mais atiradores que podem ou não fazer parte de uma conspiração maior”.
A descrição é completamente falsa. O filme não faz afirmações sobre a identidade dos atiradores nem apresenta nenhuma teoria de uma “conspiração maior” de qualquer atirador.
Diferentemente, o filme registra duas questões sobre o golpe: 1) que a mídia venezuelana (e isso foi repetido pela mídia norte-americana e pela mídia internacional) manipulou imagens para fazer parecer que um grupo de apoiadores de Chávez estava armado e que atirou em 19 pessoas, que foram mortas no dia do golpe. Esta manipulação da filmagem foi demonstrada de forma muito clara no filme, e, portanto, não é colocada “apenas na conta de Gregory Wilpert”, como Rohter também falsamente alega. A gravação fala por si só. 2) que o governo dos Estados Unidos estava envolvido no golpe (veja http://southoftheborderdoc.com/2002-venezuela-coup/).
Ironicamente, é Rohter quem abraça teorias conspiratórias, citando versões discutíveis que, para ele, devíamos ter incluído no filme.
5) Rohter nos acusa de “juntar fatos e omitir informações” sobre a Argentina, permitindo a Néstor Kirchner e sua sucessora, Cristina Kirchner, declarar que “começaram uma política diferente antes”.
“Na realidade, o predecessor de Kirchner, Eduardo Duhalde, e seu ministro das Finanças, Roberto Lavagna, foram os arquitetos de uma mudança política e da subsequente recuperação econômica, que começou quando o Sr. Kirchner era ainda um obscuro governador da pequena província da Patagônia”, escreve ele.
Esta crítica é em alguma medida obscura e, talvez, ridícula. Os Kirchners estiveram na presidência por cinco dos seis anos da destacada recuperação econômica argentina, em que o país cresceu 63%. Algumas das políticas que permitiram esse crescimento começaram em 2002, e outras começaram em 2003, ou até depois. Onde exatamente estão “juntados” os fatos e “omitidas” as informações aqui?
6) Rohter tenta criar uma questão sobre o fato de que o logo da ONG ‘Human Rights Watch’ aparece por dois segundos na tela durante a discussão dos "dois pesos, duas medidas" de Washington sobre direitos humanos. O filme não diz nem insinua nada sobre a HRW.
Mais importante que isso, em sua entrevista a Rohter, o diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco, confirma exatamente o que o filme diz: que há dois pesos e duas medidas nos EUA para enquadrar as denúncias de abusos de direitos humanos na Venezuela enquanto se ignora ou desmerece as muito mais numerosas e mais embasadas denúncias de abusos de direitos humanos na Colômbia. "É verdade que vários dos mais ferozes críticos de Chávez em Washington fizeram vista grossa para o currículo impressionante de direitos humanos na Colômbia", diz Vivanco.
7) Rohter ataca o co-roteirista Tariq Ali por dizer que "O governo [da Bolívia] decidiu vender o fornecimento de água de Cochabamba para a Bechtel, uma empresa dos EUA". Rohter escreve: "Na verdade, o governo não vendeu o fornecimento de água: concedeu a um consórcio que incluía a Bechtel um contrato de concessão de 40 anos".
Rohter realmente força a barra neste ponto. "Vender o fornecimento de água" para mãos privadas é uma descrição honesta do que aconteceu, tão correta em termos práticos quanto "atribuir uma concessão de 40 anos". As empresas ganharam controle sobre o fornecimento de água da cidade e a renda que pode ser obtida de sua venda.
A má-fé e o conflito de interesses de Rohter: demos a Rohter uma quantidade gigantesca de informação factual para embasar os principais argumentos no filme. Ele não apenas os ignorou, mas, nas citações que escolheu para a matéria, escolheu apenas aquelas que não tinham relações com fatos que poderiam ser usados para ilustrar o que considerava ser o viés do diretor e do co-autor. Isto não é jornalismo ético; de fato, é questionável se isso é jornalismo em absoluto.
Por exemplo, Rohter recebeu evidência detalhada e documental do envolvimento dos EUA no golpe de 2002 (ver http://southoftheborderdoc.com/2002-venezuela-coup/). Este é um dos principais argumentos no filme, e foi embasado no testemunho do então editor de internacional do ‘Washington Post’, Scott Wilson, que cobriu o golpe em Caracas. Em nossas conversas com Rohter, ele simplesmente descartou todas essas provas, e não aparece nada sobre isso na matéria.
Rohter deveria ter revelado seu próprio conflito de interesses nessa crítica. O filme critica o ‘New York Times’ pelo respaldo de seu conselho editorial ao golpe militar de 11 de abril de 2002 contra o governo democraticamente eleito da Venezuela, o que foi constrangedor para o NYT. Além disso, o próprio Rohter escreveu uma matéria em 12 de abril que foi mais longe que o apoio do jornal ao golpe:
"Nem a derrubada de Chávez, um ex-coronel do exército, nem a de Mahuad, dois anos atrás, podem ser classificadas como um golpe militar latino-americano convencional. As forças armadas não tomaram o poder de fato na quinta-feira. Foram os apoiadores do presidente deposto que parecem ter sido responsáveis pelas mortes que não passaram de 12, em vez de centenas ou milhares, e os direitos políticos e garantias foram restaurados em vez de suspensos" - Larry Rohter, New York Times, 12 de abril de 2002.
Essas alegações de que "o golpe não foi um golpe" - não apenas por Rohter - provocou um desmentido por um colega de Rohter no New York Times, Tim Weiner, que escreveu uma matéria dominical dois dias depois, sob o título de “Um Golpe com Outro Nome” (New York Times, 14 de abril de 2002).
Ao contrário do conselho editorial do NYT, que publicou uma revisão rancorosa de sua posição pró-golpe de dias antes (incluída em nosso filme), Rohter parece ter-se apegado às fantasias direitistas sobre o golpe. Não surpreende que alguém que apoia a derrubada militar de um governo eleito democraticamente não iria gostar de um documentário como este, que comemora os triunfos da democracia eleitoral na América do Sul ao longo da última década.
Mas ele deveria ter pelo menos informado aos seus leitores que o ‘New York Times’ estava sob ataque neste documentário, e também sobre seu próprio trabalho como repórter: em 1999 e 2000, ele cobriu a Venezuela para o NYT, escrevendo inúmeras matérias antiChávez. A representação enviesada e distorcida da Venezuela na América Latina é um dos grandes temas do documentário, o qual Rohter convenientemente ignora em sua tentativa de desqualificar o filme em 1.665 palavras.
Passamos horas com Rohter ao longo de dois dias e demos a ele toda a informação que ele pediu, ainda que sua hostilidade estivesse clara desde o início. Mas ele estava determinado a apresentar sua narrativa de repórter intrépido que revelaria uma direção desleixada. O resultado é uma tentativa muito desonesta de desqualificar o filme ao retratá-lo como factualmente impreciso - usando declarações falsas e enganosas, fora de contexto, citações seletivas de entrevistas com o diretor e escritores, e ataques pessoas.
O ‘Times’ deveria pedir desculpas por ter publicado o texto.
Sinceramente,
Oliver Stone, Mark Weisbrot e Tariq Ali “
FONTE: publicado no portal UOL
“Uma semana após ser lançado em Nova Iorque, o último documentário do cineasta Oliver Stone, Ao Sul da Fronteira, é alvo de polêmica, provocando um debate entre o diretor e o jornalista Larry Rohter, ex-correspondente do jornal New York Times no Brasil.
Em texto publicado na sexta-feira (25/6), Rohter apontou várias imprecisões ou erros no filme, acusando-o de apresentar uma visão deturpada sobre a “guinada à esquerda” dos governos latino-americanos, principalmente, do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Em resposta, Stone e os co-roteiristas Tariq Ali e Mark Weisbrot escreveram segunda-feira (28/6) uma carta aberta ao NYT rebatendo as críticas.
Leia abaixo a íntegra da resposta dos realizadores do filme ao jornal.
CARTA AO NEW YORK TIMES
OLIVER STONE, MARK WEISBROT E TARIQ ALI
“Larry Rohter ataca nosso filme, Ao Sul da Fronteira, por “erros, afirmações incorretas e ausência de detalhes”. Mas um exame cuidadoso revela que os erros, afirmações incorretas e ausência de detalhes são dele, e que o filme é uma obra caprichada do ponto de vista factual.
Pediremos a vocês que considerem os inúmeros erros factuais nos ataques de Rohter, registrados abaixo, e as claras evidências de má-fé e conflito de interesses em sua tentativa de desqualificar o filme, e então pedimos ao New York Times que publique uma correção completa para esses erros.
1) Ao acusar o filme de “mal informado”, Rohter escreve que “um voo de Caracas a La Paz, Bolívia, cruza principalmente a Amazônia, e não os Andes”. Mas a nossa narração não diz que o voo cruza “principalmente” a Amazônia, e sim que ele voa sobre os Andes, o que é correto (fonte: Google Earth).
2) Também na categoria de “má informação”, Rohter escreve que “os Estados Unidos não importam mais petróleo da Venezuela do que de qualquer outra nação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)”, e que a posição “pertenceu à Arábia Saudita no período de 2004-10”.
A frase citada por Rohter foi dita no filme por um analista da indústria do petróleo, Phil Flynn, que apareceu por cerca de 30 segundos em clipe de programas de TV exibidos nos Estados Unidos. O que ocorre é que Rohter está errado, e Flynn, correto. Flynn fala em abril de 2002 (o que está claro no filme), portanto Rohter está errado ao citar a data de 2004-2010.
Se olharmos o período de 1997 a 2001, que é relevante para a afirmação de Flynn, ele está correto. A Venezuela está à frente de todos os países da OPEP, incluindo Arábia Saudita, para o petróleo importado pelos Estados Unidos durante todo esse período. (fonte: Agência de Informações sobre Energia dos EUA, para a Venezuela e Arábia Saudita).
3) Rohter tenta desqualificar o filme por conta da breve descrição da corrida presidencial de 1998 na Venezuela:
“Segundo ‘Ao Sul da Fronteira’, a principal oponente de Chávez na corrida inicial pela presidência em 1998 era uma loira de 1,85 m, a ex-miss Universo Irene Sáez, e então a eleição ficou conhecida como a disputa entre a Bela e a Fera. Mas o principal oponente de Chávez não era a senhora Sáez, que terminou em terceiro lugar com menos de 3 por cento dos votos. Era Henrique Salas Romer, um agradável ex-governador que venceu com 40% dos votos”.
A crítica de Rohter está mal direcionada. A descrição da corrida presidencial no filme, citada por Rohter, é de Bart Jones, que cobria a Venezuela para a Associated Press, a partir de Caracas, nessa época. A descrição é acurada, apesar do resultado final da eleição. Para a maior parte da disputa, que começou em 1997, Irene Sáez era sim a principal oponente de Chávez, e a disputa foi reportada como a escolha entre “a Bela e a Fera”.
Nos seis meses que antecederam a eleição, ela começou a cair enquanto Salas Romer ganhava apoio; seus 40% expressam fortemente o resultado de uma decisão dos dois grandes partidos políticos venezuelanos da época, COPEI e AD, que comandaram o país por décadas, de apoiá-lo. (Veja, por exemplo, este artigo de 2008 da BBC [o link pode ser encontrado na fonte ‘Viomundo’] , que descreve a corrida presidencial como faz o filme, e nem mesmo menciona Salas Romer).
A descrição de Rohter faz parecer que Saéz era uma candidata menor, o que é absurdo.
4) Rohter tenta enquadrar o tratamento dado pelo filme ao golpe de 2002 na Venezuela como uma “teoria da conspiração”. Ele escreve:
“Como o Sr. Stone fez com o assassinato de Kennedy, esta parte de ‘Ao Sul da Fronteira’ depende da identidade de um ou mais atiradores que podem ou não fazer parte de uma conspiração maior”.
A descrição é completamente falsa. O filme não faz afirmações sobre a identidade dos atiradores nem apresenta nenhuma teoria de uma “conspiração maior” de qualquer atirador.
Diferentemente, o filme registra duas questões sobre o golpe: 1) que a mídia venezuelana (e isso foi repetido pela mídia norte-americana e pela mídia internacional) manipulou imagens para fazer parecer que um grupo de apoiadores de Chávez estava armado e que atirou em 19 pessoas, que foram mortas no dia do golpe. Esta manipulação da filmagem foi demonstrada de forma muito clara no filme, e, portanto, não é colocada “apenas na conta de Gregory Wilpert”, como Rohter também falsamente alega. A gravação fala por si só. 2) que o governo dos Estados Unidos estava envolvido no golpe (veja http://southoftheborderdoc.com/2002-venezuela-coup/).
Ironicamente, é Rohter quem abraça teorias conspiratórias, citando versões discutíveis que, para ele, devíamos ter incluído no filme.
5) Rohter nos acusa de “juntar fatos e omitir informações” sobre a Argentina, permitindo a Néstor Kirchner e sua sucessora, Cristina Kirchner, declarar que “começaram uma política diferente antes”.
“Na realidade, o predecessor de Kirchner, Eduardo Duhalde, e seu ministro das Finanças, Roberto Lavagna, foram os arquitetos de uma mudança política e da subsequente recuperação econômica, que começou quando o Sr. Kirchner era ainda um obscuro governador da pequena província da Patagônia”, escreve ele.
Esta crítica é em alguma medida obscura e, talvez, ridícula. Os Kirchners estiveram na presidência por cinco dos seis anos da destacada recuperação econômica argentina, em que o país cresceu 63%. Algumas das políticas que permitiram esse crescimento começaram em 2002, e outras começaram em 2003, ou até depois. Onde exatamente estão “juntados” os fatos e “omitidas” as informações aqui?
6) Rohter tenta criar uma questão sobre o fato de que o logo da ONG ‘Human Rights Watch’ aparece por dois segundos na tela durante a discussão dos "dois pesos, duas medidas" de Washington sobre direitos humanos. O filme não diz nem insinua nada sobre a HRW.
Mais importante que isso, em sua entrevista a Rohter, o diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco, confirma exatamente o que o filme diz: que há dois pesos e duas medidas nos EUA para enquadrar as denúncias de abusos de direitos humanos na Venezuela enquanto se ignora ou desmerece as muito mais numerosas e mais embasadas denúncias de abusos de direitos humanos na Colômbia. "É verdade que vários dos mais ferozes críticos de Chávez em Washington fizeram vista grossa para o currículo impressionante de direitos humanos na Colômbia", diz Vivanco.
7) Rohter ataca o co-roteirista Tariq Ali por dizer que "O governo [da Bolívia] decidiu vender o fornecimento de água de Cochabamba para a Bechtel, uma empresa dos EUA". Rohter escreve: "Na verdade, o governo não vendeu o fornecimento de água: concedeu a um consórcio que incluía a Bechtel um contrato de concessão de 40 anos".
Rohter realmente força a barra neste ponto. "Vender o fornecimento de água" para mãos privadas é uma descrição honesta do que aconteceu, tão correta em termos práticos quanto "atribuir uma concessão de 40 anos". As empresas ganharam controle sobre o fornecimento de água da cidade e a renda que pode ser obtida de sua venda.
A má-fé e o conflito de interesses de Rohter: demos a Rohter uma quantidade gigantesca de informação factual para embasar os principais argumentos no filme. Ele não apenas os ignorou, mas, nas citações que escolheu para a matéria, escolheu apenas aquelas que não tinham relações com fatos que poderiam ser usados para ilustrar o que considerava ser o viés do diretor e do co-autor. Isto não é jornalismo ético; de fato, é questionável se isso é jornalismo em absoluto.
Por exemplo, Rohter recebeu evidência detalhada e documental do envolvimento dos EUA no golpe de 2002 (ver http://southoftheborderdoc.com/2002-venezuela-coup/). Este é um dos principais argumentos no filme, e foi embasado no testemunho do então editor de internacional do ‘Washington Post’, Scott Wilson, que cobriu o golpe em Caracas. Em nossas conversas com Rohter, ele simplesmente descartou todas essas provas, e não aparece nada sobre isso na matéria.
Rohter deveria ter revelado seu próprio conflito de interesses nessa crítica. O filme critica o ‘New York Times’ pelo respaldo de seu conselho editorial ao golpe militar de 11 de abril de 2002 contra o governo democraticamente eleito da Venezuela, o que foi constrangedor para o NYT. Além disso, o próprio Rohter escreveu uma matéria em 12 de abril que foi mais longe que o apoio do jornal ao golpe:
"Nem a derrubada de Chávez, um ex-coronel do exército, nem a de Mahuad, dois anos atrás, podem ser classificadas como um golpe militar latino-americano convencional. As forças armadas não tomaram o poder de fato na quinta-feira. Foram os apoiadores do presidente deposto que parecem ter sido responsáveis pelas mortes que não passaram de 12, em vez de centenas ou milhares, e os direitos políticos e garantias foram restaurados em vez de suspensos" - Larry Rohter, New York Times, 12 de abril de 2002.
Essas alegações de que "o golpe não foi um golpe" - não apenas por Rohter - provocou um desmentido por um colega de Rohter no New York Times, Tim Weiner, que escreveu uma matéria dominical dois dias depois, sob o título de “Um Golpe com Outro Nome” (New York Times, 14 de abril de 2002).
Ao contrário do conselho editorial do NYT, que publicou uma revisão rancorosa de sua posição pró-golpe de dias antes (incluída em nosso filme), Rohter parece ter-se apegado às fantasias direitistas sobre o golpe. Não surpreende que alguém que apoia a derrubada militar de um governo eleito democraticamente não iria gostar de um documentário como este, que comemora os triunfos da democracia eleitoral na América do Sul ao longo da última década.
Mas ele deveria ter pelo menos informado aos seus leitores que o ‘New York Times’ estava sob ataque neste documentário, e também sobre seu próprio trabalho como repórter: em 1999 e 2000, ele cobriu a Venezuela para o NYT, escrevendo inúmeras matérias antiChávez. A representação enviesada e distorcida da Venezuela na América Latina é um dos grandes temas do documentário, o qual Rohter convenientemente ignora em sua tentativa de desqualificar o filme em 1.665 palavras.
Passamos horas com Rohter ao longo de dois dias e demos a ele toda a informação que ele pediu, ainda que sua hostilidade estivesse clara desde o início. Mas ele estava determinado a apresentar sua narrativa de repórter intrépido que revelaria uma direção desleixada. O resultado é uma tentativa muito desonesta de desqualificar o filme ao retratá-lo como factualmente impreciso - usando declarações falsas e enganosas, fora de contexto, citações seletivas de entrevistas com o diretor e escritores, e ataques pessoas.
O ‘Times’ deveria pedir desculpas por ter publicado o texto.
Sinceramente,
Oliver Stone, Mark Weisbrot e Tariq Ali “
FONTE: publicado no portal UOL
terça-feira, 29 de junho de 2010
RODA VIVA: DILMA MOSTRA FIRMEZA E DESMONTA "LENDA" DA OPOSIÇÃO
“A candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, esteve segunda-feira (28) no estúdio da TV Cultura, em São Paulo, onde gravou sua entrevista ao programa Roda Viva. A ex-ministra chegou à sede pouco depois das 18h. Dilma é a terceira candidata presidencial a participar do programa. Os candidatos José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) também já foram sabatinados pelo 'pool' de jornalistas convidados pelo programa.
Mediado pelo jornalista Heródoto Barbeiro, o Roda Viva desta segunda teve como entrevistadores os jornalistas Germano Oliveira (Chefe de redação da sucursal do jornal O Globo, em São Paulo), Luiz Fernando Rila (editor-executivo e coordenador da cobertura eleitoral do Grupo Estado), Sérgio Dávila (editor-executivo do jornal Folha de S. Paulo) e Vera Brandimarte (diretora de redação do jornal Valor Econômico).
Mesmo sendo encostada na parede muitas vezes com perguntas incisivas, a candidata petista não deixou perguntas no ar e mostrou firmeza nas respostas e conhecimento dos assuntos abordados. Com isso, desmontou uma "lenda" criada pelos oposicionistas de que ela não estaria preparada para participar de sabatinas como a do Roda Viva e que estaria "fugindo" do debate.
A ex-ministra aproveitou a rodada de perguntas para falar sobre a atribuição de que não teria competência para para ser presidente: “Concordo que não tenho experiência eleitoral, mas até acho positivo. Tenho aprendido muito em termos de retorno da população. Entendo que muitos queiram dizer que eu sou um poste, mas isso não me transforma num poste”, disse Dilma.
Entre outros temas, a candidata defendeu as reformas tributária e política, negou que sua campanha estivesse por trás de qualquer "dossiê" contra adversários e disse ser a favor da união civil entre homossexuais.
Leia os principais trechos da entrevista da ex-ministra:
À SOMBRA DE LULA
- O presidente sempre será uma das pessoas mais importantes desse processo. [...] Vou querer muito que o presidente me aconselhe, até porque tenho uma relação forte com ele. Lula jamais seria capaz de ter um tipo de interferência [em um possível governo Dilma. [...] Vou querer que o presidente me ajude a aprovar reformas importantes e que ele participe do conselho, mas terei certeza de que ele participará como ex-presidente.
DOSSIÊ
"Se há dossiê, porque até agora eu não vi papel nenhum, se foi feito, não foi pela minha campanha. [...] Até hoje não vi nenhum papel sobre isso. [...] Lanzetta era uma empresa contratada para fornecer pessoal. A gente indicava e ele fornecida uma análise de mídia. Não somos responsáveis pelo o que uma empresa terceirizada [faz]. Nós não somos os únicos clientes [da empresa]. [...] Não podemos aceitar acusações sem provas. Quem acusa é que prova. [...] É importante que o jornal (Folha) mostre os documentos ao público. Enquanto não mostrar as provas, é uma acusação infundada. Não podemos aceitar acusações sem provas".
ABORTO
"Sempre digo uma coisa: não acredito que tem uma mulher que seja a favor do aborto. Não acho que as mulheres fazem aborto porque são a favor. [...] O que eu acho é que mulheres têm o direito de fazer [o aborto] na rede pública porque não se pode deixar, e tem de deixar acessível. Mulheres ricas vão à clínica, as pobres usam a agulha de tricô. Eu protesto que alguém seja a favor do aborto".
HOMOSSEXUAIS
"Sou a favor da união civil [entre pessoas do mesmo sexo]. A questão do casamento é uma questão religiosa. Eu como indivíduo me posicionaria sobre a religião. Agora, os direitos civis básicos, como aposentadoria, têm de ser reconhecidos de forma civil".
“POSTE”
"Experiência administrativa eu tenho bastante. Presidi o conselho da Petrobras, fui secretária da Fazenda e sempre fui dessa área de energia. [...] Agora, concordo contigo. Eu não tenho experiência eleitoral. Mas fico pensando se isso não é uma vantagem em um quadro em que há tanto desgaste no quadro político. Eu lamento. Nesse período de pré candidatura, tenho tido um contato grande com a população e tenho aprendido muito em termos de retorno. [...] Eu entendo que muitos queiram dizer que eu sou um poste, mas isso não me torna um poste".
IMPOSTOS
"[Sou a favor de] diminuir [a carga tributária] sobre investimento, empresas que têm folhas de salários maiores, fazer uma tributação mais proporcional. Sou a favor de uma avaliação e redução na área de energia elétrica".
OPOSIÇÃO
"Acredito que eleição a gente deixa claro as nossas diferenças e faz as disputas. Mas ninguém governa se não for pra todos. [...] E se a oposição não for raivosa, [...] dá para governar com todos os partidos. Mas é obrigatório governar com os outros partidos nos governos e prefeituras".
DÍVIDA PÚBLICA
“Dizem que a nossa dívida é muito alta. Isso não é verdade”, afirma Dilma, sobre o nível de endividamento do País. Sobre a alta taxa de juros, a candidata diz que “os outros países tão com taxa próxima de zero porque precisavam disso por razões cíclicas. Eles estão fazendo isso porque estão numa situação extremamente complicada. Caminhamos para uma redução célere da taxa”.
REFORMA POLÍTICA
"Sou a favor de uma reforma política. Acho que o Brasil precisa de uma reforma política em que haja financiamento público de campanha e voto em lista".”
FONTE: publicado no portal “Vermelho”
VOX POPULI: DILMA ROUSSEFF 40% x JOSÉ SERRA 35%
ESPONTÂNEA: DILMA 26% X SERRA 20%
“Pesquisa Vox Populi sobre a eleição presidencial indica que Dilma Rousseff (PT) tem 40% das intenções de voto. José Serra (PSDB) tem 35%. Marina Silva (PV), 8%. A sondagem foi feita de 24 a 26 jun 2010 e tem margem de erro de 1,8 ponto percentual.
Pela 1ª vez, Dilma passa a frente de Serra em pesquisa Vox Populi. A última sondagem do instituto (feita de 8 a 13 mai 2010) indicou empate técnico entre os candidatos, por conta da margem de erro – que era de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Em maio, no cenário em que apenas Dilma, Serra e Marina foram apresentados aos entrevistados , a petista teve 37% (podendo variar de 34,8% a 39,2%, por conta da margem de erro). O tucano teve 34% (variando de 31,8% a 36,2%).
Na semana passada (em 23 jun 2010), o Ibope também divulgou sua 1ª pesquisa em que Dilma ficou à frente de Serra. Por coincidência, o resultado foi 40% contra 35%.
ESPONTÂNEA
Os resultados acima são da pesquisa estimulada (em que o entrevistador apresenta uma lista com nomes dos candidatos para o entrevistado). A pesquisa Vox Populi divulgada hoje (29 jun 2010) mostra ainda resultados obtidos na modalidade espontânea (em que o eleitor diz qual é seu candidato sem ver nenhuma lista de nomes): Dilma tem 26% e Serra tem 20%.
O Vox Populi entrevistou 3 mil eleitores, de 24 a 26.jun.2010. O registro da pesquisa no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é o 16944/2010.
FONTE: divulgado hoje (29/06) no blog de Fernando Rodrigues no portal UOL [imagem colocada por este blog].
“EFEITO IBOPE”: MARINA NÃO QUER MAIS PARECER NEOTUCANA
“EFEITO IBOPE”: MARINA NÃO QUER MAIS PARECER NEOTUCANA
[APÓS PESQUISA DO IBOPE,] MARINA MUDA TOM [DEIXA DE AJUDAR OSTENSIVAMENTE SERRA] E AGORA [MAQUIAVELICAMENTE FINGE QUE] FLERTA COM A BASE DE LULA
[CAMUFLAGEM TUCANA:] VERDE AMPLIA ‘ELOGIOS’ AO PRESIDENTE E APOSTA NO SLOGAN DE "OUTRA SILVA"
ALIADO [TUCANO] DIZ QUE SENADORA CONHECE O POTENCIAL DA "MARCA LULA'; ELA NEGA TER ALTERADO O DISCURSO COM OBJETIVOS ELEITORAIS
“A chegada de um operário ao poder tirou 25 milhões de pessoas da pobreza e mostrou que é possível crescer com distribuição de renda.
O presidente Lula não precisa de um opositor, mas de um sucessor que saiba reconhecer suas conquistas e fazer o país avançar mais.
O povo brasileiro perdeu o medo de ver um Silva no Palácio do Planalto.
As ideias acima podiam estar numa cartilha petista, mas foram apresentadas nas últimas duas semanas pela candidata do PV à Presidência, Marina Silva.
Depois de iniciar a campanha com críticas duras ao governo, ela mudou o tom e adotou um discurso mais ameno, valorizando as semelhanças com o ex-chefe [“Efeito Ibope”...].
A guinada [“para inglês ver”] foi discutida na cúpula verde, após pesquisas mostrarem que a senadora começava a ser vista [que injustiça!...] como uma figura de oposição ao líder mais popular da história recente do país.”
FONTE: reportagem de Bernardo Mello Franco publicada na Folha de São Paulo [título, imagem e entre colchetes colocados por este blog].
LULA TRANSFERE A DILMA VOTOS, MAS NÃO PRECONCEITOS
LULA TRANSFERE VOTO, MAS NÃO PRECONCEITO A DILMA
Paulo Henrique Amorim
“Na coluna “Rosa dos Ventos”, da Carta Capital desta semana, Mauricio Dias faz aguda análise das intenções de votos em Lula, em 2006, e votos da Dilma, em 2010, a partir da Sensus.
Dias mostra que, quanto mais altas a escolaridade e a renda familiar, menor a intenção de voto em Lula.
Dilma não sofre esta discriminação.
Segue Dias: “A oposição contra Lula é violenta e golpista. São quase oito anos de absoluta hostilidade. A imprensa, desrespeitosa com o presidente da República, tem rompido com frequência a linha da legitimidade. A fúria preconceituosa produz grandes desatinos. É o caso do cientista político Luis Werneck Viana, ex-militante comunista e hoje o mais instruído formulador do pensamento neoconservador brasileiro. Em artigo para o “Valor Econômico”, ele escreveu que Lula seria, como uma criança de ficção, ‘bafejado pelo sortilégio de ter vindo ao mundo de bunda para a lua’ “.
Texto da Carta Capital: LIÇÕES GROUCHO-MARXISTAS
Por Mauricio Dias
“Até aqui chega o preconceito social anti-Lula, mas não abala sua popularidade e não atinge Dilma
Pela última vez Lula seguiu a rotina que criou para as comemorações juninas na Granja do Torto ao longo de dois mandatos. Como parte do ritual da festa, realizada no sábado, 19 de junho, o presidente carregou um estandarte com a imagem de Santo Antônio, ao lado da primeira-dama, dona Marisa. Como ocorreu de outras vezes, o casal vestiu-se à moda caipira e comandou a procissão seguida por familiares e amigos.
A foto dessa ocasião, que, além da fé, retrata a alma popular do presidente, deve ter provocado urticária na elite brasileira e reforçado o preconceito contra o metalúrgico que chegou a mandatário do País sem trocar a camisa da origem.
A imprensa multiplica essa discriminação social em textos e contextos. E as pesquisas de intenção de voto comprovam, de forma surpreendente, essa atitude de rejeição a Lula a partir dos itens “Renda Familiar” e “Escolaridade” dos entrevistados.
Eis o que mostram as respostas dos mais pobres e menos escolarizados, comparadas com o que responderam os mais ricos e mais escolarizados.
O porcentual das intenções de voto em Lula, em maio de 2006, e o da intenção de voto em Dilma, em maio de 2010, expõem o preconceito. O metalúrgico Lula da Silva, pobre e de baixa escolaridade, transfere votos, mas não transfere preconceito para a economista Dilma Rousseff, nascida em berço de classe média alta.
As respostas às pesquisas, da base ao topo da pirâmide social, mostram como o voto em Lula varia de 46,7% entre os que ganham até um salário mínimo a 25% entre os que ganham acima de 20 mínimos. Essa inconstância é repetida no item da escolaridade: de 47% entre os de ensino fundamental a 28,8% entre os de curso superior.
A intenção de voto ao nome de Dilma, no entanto, não é contaminada pelo preconceito que pesa sobre o nome de Lula. A variação dos porcentuais entre o eleitor mais pobre e o mais rico, ou entre os menos escolarizados e os mais escolarizados, no caso dela, é mais uniforme: de 38,3% a 32,1%; e de 36,9% a 31,7%, respectivamente.
A oposição contra Lula é violenta e golpista. São quase oito anos de absoluta hostilidade. A imprensa, desrespeitosa com o presidente da República, tem rompido com frequência a linha da legitimidade. A fúria preconceituosa produz grandes desatinos. É o caso do cientista político Luís Werneck Viana, ex-militante comunista e hoje o mais instruído formulador do pensamento neoconservador no Brasil. Em artigo para o Valor Econômico, ele escreveu que Lula seria, como uma criança de ficção, “bafejado pelo sortilégio de ter vindo ao mundo de bunda para a lua”.
A realidade não foi tão longe. Lula nasceu em Garanhuns (PE) em meio à miséria, sem pai, com infância de fome e sede e de juventude difícil em São Paulo, para onde se deslocou num “pau de arara”. Werneck se despede do bom senso e sustenta que tudo, com Lula, é uma questão de sorte.
O que pretende ser análise é piada, contada por um teórico groucho-marxista, para arrancar sorriso de alguns grã-finos.“
FONTE: publicado no portal “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim [imagem colocada por este blog].
LULA FALA SOBRE CHUVAS NO NORDESTE E ORÇAMENTO DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS
Programa de rádio “Café com o Presidente”, com o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Rádio Nacional, 28 de junho de 2010
“Luciano Seixas: Olá, você em todo o Brasil. Eu sou Luciano Seixas e começa agora o “Café com o Presidente”, o programa de rádio do presidente Lula. Olá, Presidente, como vai? Tudo bem?
Presidente: Tudo bem, Luciano.
Luciano Seixas: Presidente, as fortes chuvas castigaram cidades dos estados de Alagoas e Pernambuco. Nessa semana o senhor esteve em algumas áreas atingidas, não é isso?
Presidente: Olha, Luciano, nós fomos visitar algumas cidades que foram atingidas pelas enchentes nos estados de Pernambuco e de Alagoas, e ficamos todos estarrecidos com a gravidade do problema, com a quantidade de água que caiu num único dia. A maior enchente da história, que envolveu mais de 30 cidades, e que agora nós estamos num processo de reconstrução. Eu fiz questão de visitar a região e de levar vários ministros, para que a gente veja in loco a situação em que as pessoas estão vivendo e para que a gente tome medidas mais rápidas do que aquelas que a própria legislação permite que a gente tenha que tomar. Se nós formos cumprir todo o ritual de decretação de calamidade, de exigência de todos os papéis que precisa para dar recurso para as cidades, nós vamos demorar aí seis, sete, oito meses para resolver o problema, quando, na verdade, nós temos cidades praticamente destruídas. Nós tomamos a decisão de dar R$ 275 milhões para cada governador, foram depositados na conta do estado de Alagoas e na conta do estado de Pernambuco R$ 275 milhões. Depois é que nós vamos contabilizar isso e vamos querer documentação para provar onde esse dinheiro foi gasto, porque não é possível que a gente fique perdido na burocracia, enquanto milhares de pessoas estão perdidas, sem casa, sem endereço, cidade sem igreja, cidade sem prefeitura, cidade sem cartório. Ou seja, nós temos que reconstruir o máximo possível e o mais rapidamente possível. Nós precisamos, então, agora, apressar as atitudes do governo com saúde, com educação, reconstruir as escolas, reconstruir hospitais, levar vacinas, levar remédios e colocar dinheiro à disposição, para que as coisas possam começar a acontecer nessa região, sobretudo para despertar, outra vez, esperança no povo que mora nessas cidades. Obviamente que para reconstruir as casas, para reconstruir as cidades nós não poderemos gastar o dinheiro reconstruindo no mesmo local que teve enchente. Daí porque a responsabilidade dos prefeitos, dos governadores, de procurarem locais fora da área das enchentes, para que a gente possa utilizar os recursos do governo federal e reconstruir casas, reconstruir as cidades que precisam ser reconstruídas.
Luciano Seixas: Quais os próximos passos agora, Presidente?
Presidente: Na medida em que nós depositamos R$ 275 milhões na mão de cada governador, o que nós esperamos é que os governadores juntem os prefeitos e comecem a refazer e a reconstruir as cidades. Da parte do governo federal, por exemplo, nós colocamos R$ 1 bilhão de financiamento para financiar o comércio e a indústria. Ou seja, essas cidades têm pequenos e grandes comércios que precisam voltar a funcionar, e parte do comércio na beira do rio foi extinto, acabou. Então, é preciso que a gente permita que as pessoas se reconstruam e que possam voltar a ter uma atividade econômica para fazer a cidade crescer. Depois, nós também tomamos a atitude de liberar o Fundo de Garantia para aqueles trabalhadores que tenham Fundo de Garantia e, ao mesmo tempo, o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal, através do programa Minha Casa, Minha Vida, vão trabalhar para a reconstrução das cidades. Para isso, é importante que os prefeitos e os governadores nos ofereçam os terrenos fora da área de risco, para que a gente possa reconstruir as cidades que foram dizimadas pelas enchentes.
Luciano Seixas: Você está ouvindo o “Café com o Presidente”, o programa de rádio do presidente Lula. Presidente, agora mudando um pouco a pauta, o IBGE divulgou na quarta-feira passada pesquisa sobre os orçamentos das famílias brasileiras. O que os números mostram, Presidente?
Presidente: Olha, o que os números mostram, Luciano, é que a vida do povo brasileiro está melhorando. Eu, como cidadão brasileiro, como ex-metalúrgico, como ex-dirigente sindical e como presidente da República fico extremamente feliz quando eu percebo que as pessoas estão tendo um pouco mais de dinheiro para fazer a sua compra no final do mês. Isso, para mim, é motivo de orgulho: saber que o povo está comendo mais e está comendo melhor. Eu acho que isso é a compensação das políticas públicas que o governo tem feito, sobretudo na área de inclusão social, na área de distribuição de renda, na área de transferência de renda. Eu acho que está valendo a pena a gente dizer ao mundo que a gente tem que distribuir para a economia crescer, e não esperar a economia crescer para distribuir. Ou seja, quando você dá um pouco de dinheiro às pessoas mais pobres elas não compram dólares, elas não aplicam na Bolsa; elas vão ao supermercado comprar comida, comprar roupa, comprar as coisas que elas precisam para sobreviver. E é isso que me deixa muito feliz: saber que o nosso povo está melhorando a sua condição de vida.
Luciano Seixas: Muito obrigado, presidente Lula, e até a próxima semana.
Presidente: Obrigado a você, Luciano, e até a próxima semana.
Luciano Seixas: Você pode acessar este programa em www.cafe.ebc.com.br.
Presidente: Lembrando, Luciano, que no domingo que vem eu estarei falando com vocês de Guiné-Bissau, ou da Guiné Equatorial, porque eu estarei viajando. No sábado eu estarei em Cabo Verde, no domingo eu estarei em Guiné-Bissau, e à tarde estarei em Guiné Equatorial. Então, ou de Guiné-Bissau ou de Guiné Equatorial, eu estarei falando com o programa “Café com o Presidente”.
Luciano Seixas: Isso. O programa “Café com o Presidente” volta na próxima segunda-feira. Até lá.”
FONTE: publicado no Blog do Planalto http://imprensa.planalto.gov.br/download/Informe_da_Hora/pr1918-2@.doc
DILMA IRONIZA FHC: "NÃO É PRUDENTE SENTAR ANTES NA CADEIRA"
“A ex-ministra Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República, recusou-se a comentar, domingo (27), em Salvador, o seu crescimento nas pesquisas ou uma eventual vitória em primeiro turno. Ao receitar cautela a seus apoiadores, Dilma fez referência às eleições para a Prefeitura de São Paulo em 1985, quando o candidato Fernando Henrique Cardoso, num gesto de soberba, posou para fotos sentado na cadeira do prefeito dias antes do pleito.
Na ocasião, a foto acabou sendo publicada na véspera da eleição, quando FHC liderava com folgas as pesquisas de intenções de votos. A iniciativa foi desaprovada pelo eleitorado, e FHC acabou derrotado por Jânio Quadros, num vexame sem precedentes.
“Não é bom datar o dia da vitória. É preciso esperar a eleição, ver como tudo se comporta”, asseverou Dilma em entrevista coletiva concedida ao chegar ao Centro de Convenções da Bahia, onde participou da convenção estadual do PT. “Não é prudente sentar antes na cadeira, nem usar salto alto. Quem sentou antes perdeu a eleição. Aliás, a cadeira foi até desinfetada. Por isso, evito fazer prognósticos. Espero o resultado que o povo vai nos oferecer.”
A presidenciável tampouco falou sobre a crise interna entre PSDB e DEM em torno da indicação do nome que comporá a chapa majoritária como vice do candidato da oposição, José Serra (PSDB). Segundo Dilma, “não é correto” se manifestar a respeito da chapa de oposição. “Cada campanha tem as suas características. A minha é da aliança. A deles, o que eles acharem que deve ser. Não vou me manifestar sobre a chapa do adversário.”
A convenção – que reuniu mais de 3 mil delegados e militantes – homologou a candidatura do governador da Jaques Wagner à reeleição; do seu vice, Otto Alencar (PP); dos candidatos ao Senado, Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB); além das candidaturas de deputados federais e estaduais.”
FONTE: publicado no portal ‘Vermelho”.