sábado, 26 de junho de 2010

"O GLOBO" DEPRECIA INDÚSTRIA NAVAL BRASILEIRA


TRANSPETRO LANÇA AO MAR NAVIO CONSTRUÍDO NO RJ

“A Transpetro lançou ao mar (em 24/6), no Estaleiro Mauá, o primeiro navio construído no estado do Rio para o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). O lançamento contou com a presença do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, da presidente em exercício da Petrobras, Maria das Graças Foster, e do presidente da Transpetro, Sergio Machado.

O evento marcou o reencontro do Estado, berço da indústria naval no País, com uma de suas vocações econômicas.

O navio foi batizado ‘Celso Furtado’, em homenagem ao economista que participou da criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e lançou os fundamentos do mais recente ciclo de crescimento do país. É uma embarcação para transporte de derivados claros de petróleo, com capacidade para 48,3 mil toneladas de porte bruto e 183 metros de comprimento. Além do batismo e lançamento do Celso Furtado, também foi realizado o batimento de quilha do segundo de quatro navios de produtos encomendados no Estaleiro Mauá pelo Promef, simbolizando o início da montagem da nova embarcação.

O cronograma de lançamentos de navios previsto para este ano se iniciou no último dia 7 de maio, no Estaleiro Atlântico Sul (PE), com o Suezmax João Cândido. O Estado do Rio, maior e mais tradicional polo naval do país, já conta com 16 navios encomendados pelo Promef, com R$ 2,2 bilhões em investimentos. O programa vai criar pelo menos 50 mil empregos no Estado, sendo 10 mil diretos e 40 mil indiretos.

O Estaleiro Mauá, que construirá quatro navios de produtos do Promef, está localizado na Ponta D’Areia, em Niterói, região onde nasceu a indústria naval brasileira no século XIX pelas mãos do Barão de Mauá. “Este lançamento tem um significado histórico muito grande, já que foi ali mesmo na Ponta D’Areia onde a tradição brasileira de construir navios começou. Estamos retomando esta tradição”, destaca o presidente da Transpetro, Sergio Machado.

O navio Celso Furtado é o primeiro encomendado a um estaleiro fluminense pelo Sistema Petrobras a ser lançado ao mar, 13 anos após a última entrega. O último havia sido o Livramento, finalizado em 1997 pelo Estaleiro Eisa. O Livramento levara 10 anos para ser concluído, em meio a uma grave crise do setor. A indústria naval brasileira, que havia sido a segunda maior fabricante mundial nos anos 1970, praticamente desaparecera dos radares a partir dos anos 1980.

Com a encomenda de 49 navios do Promef, um dos principais projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), os estaleiros foram modernizados e surgiram novas unidades de produção, como o Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco. Hoje, cinco anos após o lançamento do Promef, o Brasil já possui a quarta maior carteira mundial de encomendas de petroleiros.

Em todo o país, a construção dos 49 novos navios da Transpetro vai gerar cerca de 200 mil empregos, entre diretos e indiretos. Do total previsto, já foram licitadas 46 embarcações, com 38 contratadas. Os últimos três navios do programa estão em fase final de licitação.

Dos 49 navios contratados, pelo menos 16 serão construídos no Rio de Janeiro. A indústria naval fluminense tem fortalecido sua posição no cenário nacional impulsionada pelo Promef, com demanda e oferta equilibradas, mão de obra qualificada e competitividade.

Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparo Naval e Offshore (Sinaval), o Rio de Janeiro concentra mais de 50% do total da capacidade produtiva do País, com habilidade para processar 288 mil toneladas de aço por ano.

Mais de 40% do total de empregos diretos gerados no setor estão no estado, que conta hoje com quase 25 mil trabalhadores. Antes da criação do Promef, a indústria brasileira de construção naval empregava cerca de 2 mil trabalhadores em todo o País. Hoje, esse número já supera 46 mil.

ENCOMENDAS CONTRATADAS DO PROMEF:

● Dez navios Suezmax (160.000 Toneladas de Porte Bruto-TPB) – EAS (PE) – US$ 1,2 bilhão
● Cinco navios Aframax (110.000 TPB) – EAS (PE) – US$ 693 milhões
● Quatro navios Panamax (73.000 TPB) – EISA (RJ) – US$ 468 milhões
● Quatro navios de produtos (48.000 TPB) – Mauá (RJ) – US$ 284 milhões
● Quatro navios aliviadores Suezmax DP (com posicionamento dinâmico) (160.00 TPB) – EAS (PE) – US$ 746 milhões
● Três navios aliviadores Aframax DP (com posicionamento dinâmico) (110.000 TPB) – EAS (PE) – US$ 477 milhões
● Três navios de bunker (óleo combustível marítimo) – Superpesa (RJ) – US$ 46 milhões
● Cinco navios de Produtos, para transporte de derivados de petróleo – 30 mil TPB – Estaleiro Rio Nave (RJ) – US$ 268 milhões
Encomendas com o resultado definido, à espera da assinatura dos contratos:
● Oito navios gaseiros (quatro de 7.000 m³, dois de 12.000 m³ e dois de 4.000 m³), para transporte de gás liquefeito de petróleo – Promar Ceará (CE) – US$ 536 milhões

Total dos 46 Navios: US$ 4,7 bilhões

Encomendas em fase final de licitação:

● Três navios de Produtos, para transporte de derivados de petróleo

PERSPECTIVAS DE DEMANDA FUTURA

A exploração (estudos e perfurações para descoberta de reservatórios) e a entrada em produção dos campos do pré-sal abrem importantes perspectivas de encomendas para a indústria naval brasileira. De acordo com o novo Plano de Negócios da Petrobras (2010-2014), a produção de petróleo e gás praticamente dobrará, saltando de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente/dia em 2010 para 5,3 milhões de barris/dia em 2020 e aumentando consideravelmente a demanda por transporte marítimo.

Os poços do pré-sal estão situados em camadas mais profundas do subsolo marinho (seis mil metros de profundidade), na maioria a pelo menos 250 km de distância da costa. Com isso, o transporte do óleo ou do gás produzidos e o suprimento das plataformas de produção demandam soluções inovadoras de logística.

As demandas para os estaleiros ainda estão sendo quantificadas pelo Sistema Petrobras e pela Transpetro. De antemão, sabe-se que a necessidade de navios, plataformas de produção e de barcos de apoio deverá aumentar expressivamente em relação às duas primeiras fases do Promef, projetadas antes das descobertas do pré-sal.”

FONTE: publicado no blog “Fatos e Dados”, da Petrobras.

POST SCRIPTUM: do Blog “Tijolaço, de Brizola Neto

A GLOBO NÃO RESPEITA OS MORTOS NEM A VERDADE




“Fiquei indignado com uma chamadinha de capa de O Globo (25/06), sobre o lançamento do navio “Celso Furtado”, ao qual estive presente, 24/06, no Rio. Não é apenas infeliz e desrespeitoso com um dos brasileiros mais respeitados, tanto pela sua qualidade como economista quanto por sua paixão pelo desenvolvimento brasileiro, mas nada tem a ver com a história que, muito corretamente, a repórter Danielle Nogueira conta lá dentro, na página 31 do jornal.

O que ocorre é o seguinte: a única fabricante de chapas de aço na espessura exigida em petroleiros no Brasil é a Usiminas, empresa privatizada no Governo Collor – e com apoio de O Globo - que aumentou e parece que pretende aumentar mais o seu preço. Não há outra empresa nacional que fabrique este material, enquanto não entrar em operação a Siderúrgica do Atlântico, aqui no Rio, que terá uma unidade de chapas pesadas.

A Petrobras supervisiona as compras de aço pelos estaleiros, para que o preço do material não torne demasiadamente cara a produção das embarcações e assim se inviabilizar a sua construção no Brasil.

Não temos outras usinas capazes de produzir estes aços pesados porque quem poderia investir nisso, que é a Vale, não apenas compra navios lá fora como se recusa a investir mais na siderurgia. Mas, pelo menos, estamos fazendo aqui os navios, que os tucanos compravam todos no exterior.

O Celso Furtado é um navio brasileiro, feito por brasileiros e batizado com o nome de um grande brasileiro. E se parte – só parte - do seu aço vem da China, feito talvez com o minério brasileiro é porque gente que não ama este país, mas é adorada pelo O Globo, tem privatizado e atrasado a siderurgia brasileira.”

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