“Nas discussões sobre ações de combate ao terrorismo, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu 2ª feira (27) o fim do preconceito e da xenofobia, assim como o esforço em busca da tolerância. O debate ocorre no momento em que o Irã enfrenta sanções impostas pelo órgão e seguidas unilateralmente por diversos países.
“Devemos nos precaver contra a retórica perigosa e posições de xenofobia e preconceito. A tolerância é a chave para evitar a polarização e o extremismo violento”, afirmou Amorim. “É nosso dever comum prevenir e combater o terrorismo. Estratégias de combate ao terrorismo devem ser baseadas no direito primário e na proteção integral dos direitos humanos de todos os envolvidos.”
O chanceler reiterou ainda que os esforços do Brasil são em favor da busca de soluções contra o terrorismo, mas mantendo a proposta de defesa do desarmamento e o fim das armas de destruição em massa.
Segundo ele, as ações devem ser pensadas de forma universal incluindo todos os temas referentes às necessidades urgentes nas sociedades em desenvolvimento e também nas desenvolvidas.
“A plena realização dos direitos humanos universais, incluindo o direito ao desenvolvimento, devem ser parte integrante de todos os esforços para combater a ameaça terrorista”, afirmou Amorim. “O Brasil está plenamente comprometido na busca por uma resposta coordenada e multidimensional para todos os desafios colocados pelo terrorismo. A ONU [Organização das Nações Unidas] deveria estar na vanguarda deste esforço”, disse.
O chanceler afirmou ainda que a Constituição do Brasil, de 1988, em vigência, é clara em relação ao terrorismo. “O Brasil sempre condenou o terrorismo em todas suas formas e manifestações. Nossa Constituição consagra o repúdio ao terrorismo como um princípio fundamental das nossas relações internacionais”, disse ele. “Na luta contra o terrorismo, o Brasil tem uma forte preferência por acordos verdadeiramente multilaterais e negociações.”
Desde 9 de junho, o Irã é alvo de uma série de restrições aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Apenas o Brasil e a Turquia votaram contra as sanções, enquanto o Líbano se absteve. As medidas atingem os setores militar e econômico do Irã. Em seguida, de forma unilateral, os Estados Unidos, a União Europeia, a Austrália, o Canadá e o Japão aprovaram mais restrições ao Irã.
Para Amorim, o ideal é buscar uma solução negociada com o Irã para evitar as sanções. O Brasil e a Turquia intermediaram um acordo determinando a troca de urânio levemente enriquecido pelo produto enriquecido a 20% em território turco. Mas a proposta foi rejeitada pela maior parte da comunidade internacional e as sanções foram impostas em seguida. Para os Estados Unidos e os países que o apoiam, o Irã [e também os Estados Unidos, Israel, Rússia, França, Reino Unido, China, Índia, Paquistão e a Coréia do Norte] produz secretamente armas atômicas colocando em ameaça o mundo.”
FONTE: reportagem de Renata Giraldi publicada pela Agência Brasil (edição: Talita Cavalcante) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica-externa?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1051271) [entre colchetes no último parágrafo colocado por este blog].
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