terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A GRAVE CARÊNCIA DE PILOTOS

                            Cockpit (cabine de comando)

[Adaptado com título, imagem e trechos entre colchetes inseridos por este blog em comentário de leitor do blog do Nassif sobre a postagem "Controle Aéreo" (ver 'fonte' citada ao final)]:

“Parece-me que a ANAC "acordou" para a emergencial situação da formação profissional de pilotos civis. Esse é o "gargalo" dessa especialíssima atividade. Cobre, inicialmente, [a formação dos] chamados "cadetes" [copilotos] que ocuparão o assento da direita (função de auxiliar direto do piloto em comando e seu possível substituto [após capacitados]).

[Com o “cadete”], ainda teremos [que despender muito] mais tempo para efetivamente formar um profissional competente e experiente. Aviação é, como sempre dizemos, "bunda no assento". Traduzindo, experiência se adquire voando. A questão de substituir [essa experiência] por horas de simulador é apenas um requisito básico. [Não substitui o vôo real; bem complementa a formação]. Pode anotar, para efetivamente atingirmos [com segurança] o preenchimento de todas as vagas que existirão nos próximos cinco anos [com a crescente demanda da aviação comercial brasileira], teremos que ter [consumido] período de 10 anos de plena formação da [adicional] força de trabalho operacional [Portanto, estamos atrasados 5 anos!].

Esse caminho, agora "desvendado" pela ANAC, outros países já trilharam e viveram péssimas situações. Recentemente, num país asiático, o "cadete" deixado sozinho no ‘cockpit’ (pois o comandante se ausentou para ir ao WC) desligou o P.A. (piloto automático) involuntariamente e perdeu o controle do avião e, sem [correta] atitude [de pilotagem], quase que provoca um sério acidente aéreo. O salvou o comandante, que retornou a tempo de recuperar [o controle da] aeronave. Outro fatal acidente ocorreu com o [Air France] AF 447 [que caiu no Atlântico]. No momento, estavam no ‘cockpit’ o ‘captain cruise’ e o copiloto, ambos não responsavéis pelo comando da aeronave (típica tripulação de longo curso, de acordo com a legislação francesa: um comandante (experiente), um ‘captain cruise’ (copiloto com mais horas de vôo) e um copiloto (aprendiz ou [copiloto] com pouca experiência). Do fato de que somente o corpo do comandante foi resgatado, [depreendeu-se que] se encontrava na área de descanso, pela localização dos destroços [e do corpo, pois] tal área de descanso fica ao lado das ‘gallets’ (comissarias) resgatadas.

Ainda vivemos [no Brasil, infelizmente] período de ‘menor custo e maior lucro’. Se depender do empregador, o piloto é [somente] um mal necessário. Por isso, é que estamos vivenciando clima de greve no setor aeronáutico; aliás muito justa, pois os patrões somente angariaram a experiência de ampliar seus lucros. Segurança, serviço e profissionalismo que se danem.”

FONTE: comentário publicado no portal do jornalista Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-problemas-do-controle-aereo#more) [título, imagem e trechos entre colchetes adicionados por este blog].

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