quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
O CRIME DO GRAMPO STF/DEMO
Gilmar e Johnbim, a herança de FHC
JANIO: ‘FOLHA’ SE ASSUSTA COM O CRIME DO GRAMPO SEM ÁUDIO
Por Paulo Henrique Amorim
“Antes tarde do que nunca.
Janio de Freitas, na pág. A8 da Folha, mostra perplexidade (e indignação, provavelmente) com o crime do grampo sem áudio .
O título do artigo de Janio é sugestivo: “EM TEMPO” [ver transcrição ao final desta postagem].
“QUANDO NÃO SE ESPERAVA MAIS ESCLARECIMENTOS, PF DIZ QUE NÃO HOUVE GRAMPO ILEGAL EM GILMAR MENDES”.
Janio trata da perseguição de Gilmar Dantas ao corajoso Juiz Fausto De Sanctis.
A “grave” denúncia do Gilmar Dantas: o Brasil vive num “Estado Policial”.
Chama a intervenção do Nelson Johnbim de “gaiata” – com aquela babá eletrônica que o Johnbim produziu e não passava de um anúncio copiado da internet.
O assunto ia morrer nas mãos cautelosas e apropriadas do Diretor Geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, até que saiu uma notícia numa colona do Globo:
“A Polícia Federal concluiu que não houve grampo”.
Nem uma nota oficial, nem um documento da PF.
Apenas, um vazamento para o Globo.
Bem que o Dr Corrêa poderia encerrar sua gloriosa passagem pela PF com uma entrevista com o selo da PF ao fundo e dizer: o Brasil não conseguiu fazer essa notável contribuição à Civilização Ocidental: produzir um grampo sem áudio.
O grampo do Gilmar não tinha áudio !
Logo, não existe.
Mas, sabe como é, amigo navegante, o Dr Corrêa não cria problemas.
Resumo da história, segundo Janio: Demóstenes Torres (a outra ponta do “grampo”) “não participava das elucubrações de ‘Estado Policial’ de Gilmar Mendes e Nelson Johnbim (sempre juntos – PHA !), nem dos conflitos do primeiro com a Polícia Federal, com o Juiz De Sanctis e com o delegado Protogenes; nem da investida do segundo (Johnbim – PHA) contra dirigentes da ABIN (o ínclito delegado Dr. Paulo Lacerda – PHA), cuja demissão sumária sugeriu a Lula e viu atendida”.
Viva o Brasil !
Em tempo: a PF do Dr Corrêa poderia usar a tecnologia da VEJA. A VEJA fez uma capa a quatro mãos (Márcio Aith e Daniel Dantas) e assegurou que o presidente Lula tinha uma conta secreta num paraíso fiscal, porque não conseguiu provar que essa conta não existia. O Dr. Corrêa poderia ter dito, quem sabe ?: não conseguimos provar que o grampo não existia, logo, ele existe ! Ou, como não conseguimos provar que Papai Noel não existe, ele existe. É mais ou menos assim na VEJA – e no PiG.
Em tempo2: nem todos os articulistas da Folha (*) são como Janio. Na pág. 2. a colonista Eliane Catanhêde publica a carta de viúva de uma vítima do desastre da TAM em Congonhas. A carta é comovente. A colona, repugnante. A colonista da Folha é, como se sabe, especialista em “Assuntos do Ar”. Ela fez parte o grupo mais aguerrido de colonistas que responsabilizou o presidente Lula pela queda do avião da Gol e pela tragédia da TAM. Catanhêde não desiste: continua a acertar suas contas com Lula. Para ela, segundo essa colona, Lula foi quem não quis pisar no freio do avião da TAM. Viva o Brasil !”
FONTE: texto acima escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado em seu portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/pig/2010/12/28/janio-folha-se-assusta-com-o-crime-do-grampo-sem-audio/).
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JANIO DE FREITAS: “EM TEMPO”
QUANDO NÃO SE ESPERAVA MAIS ESCLARECIMENTOS, PF DIZ QUE NÃO HOUVE GRAMPO ILEGAL EM TELEFONES DE GILMAR MENDES
"Tardou, sem que seja o caso de pensar-se em dificuldades técnicas, o esclarecimento ao menos preliminar de um episódio tão grave à sua época quanto, por isso mesmo, depois cercado de conveniências para fazê-lo esquecido. Nem era esperado que emitisse ainda um sinal, o que só se deu e se explica pela circunstância propícia de que o governo apaga suas luzes, e o silêncio do caso ficaria pesando sobre os comandos da Polícia Federal que se retiram também.
O episódio originário está na memória recente, embora amortecida. Em confronto aberto com o juiz Fausto De Sanctis, que acompanhava judicialmente as ações da Operação Satiagraha e do delegado Protógenes Queiroz, o ministro Gilmar Mendes, então presidente do Supremo Tribunal Federal, acusou com retumbância um "Estado policial" no Brasil.
Não era sua primeira entrada no tema, mas daquela vez instalou-o sobre um alicerce factual: o seu telefone, o telefone do próprio presidente do STF, estava grampeado, o que dizia haver constatado por uma gravação de telefonema recebido do senador Demóstenes Torres.
A Polícia Federal ficava aí em situação péssima, pela óbvia dedução da Satiagraha como autora do grampo e por ser o próprio cerne do "Estado policial".
Por extensão, comprometeram-se a Abin e seus dirigentes. Mas as varreduras no STF e no Senado, e testes no sistema de telefonia, não encontraram indício algum de grampeamento. Diante disso, surgiu do STF a explicação alternativa de que as gravações teriam sido no exterior do prédio, dirigidas ao gabinete de Mendes.
Para não faltar o toque brasileiramente gaiato, Nelson Jobim, ministro da Defesa, fez na Câmara dos Deputados a revelação de que a Abin comprara, por intermédio da comissão de compras do Exército em Washington, aparelhos capazes de gravações externas, à distância. E entregou até uma cópia do respectivo prospecto.
Bem, logo se constatou que o prospecto era apenas um anúncio copiado da internet. Jobim voltou com outras informações, até que não deu para continuar, quando especialistas do seu ministério desmentiram que o equipamento comprado pela Abin fizesse gravações à distância.
O assunto sumiu. Até sábado, o distraído Natal, quando uma notinha no "Globo", simples e objetiva, informava: "A Polícia Federal concluiu que não houve grampo ilegal nos telefones do então presidente do STF, Gilmar Mendes, no episódio em que foi divulgado diálogo com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO)".
Grampo legal, por sua vez, seria passível de constatação no processo, em que Gilmar Mendes interveio com duas decisões. Não cabe no episódio, portanto, grampo algum. Gravação externa só poderia captar a voz de Mendes falando ao telefone em sua sala, se dirigida ao STF, ou a de Demóstenes, se voltada para o Senado.
A voz do fone de ouvido, em um ou em outro prédio, não seria alcançada por captação externa. Poderia haver, isso sim, gravação feita por um dos interlocutores, em seu próprio telefone. Ou, se apenas para citar depois o que foi dito, nem haver gravação.
Não fosse já sua conduta capaz de desacreditar expedientes escusos, o pasmo do senador Demóstenes Torres, ao ouvir sobre a alegada gravação de seu telefone, valeu como álibi inquestionado. Já na ocasião e nas investigações em seu gabinete e suas comunicações. E ele não participava das elucubrações de "Estado policial" de Gilmar Mendes e Nelson Jobim, nem dos conflitos do primeiro com a Polícia Federal, com o juiz De Sanctis e com Protógenes; nem da investida do segundo contra os dirigentes da Abin, cuja demissão sumária sugeriu a Lula e viu atendida.”
FONTE: a íntegra do artigo "Em tempo" foi obtida no blog do jornalista Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/janio-grampo-falso-aponta-para-gilmar-mendes#more)
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