sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
CAÇAS: EUA COMEMORAM RETOMADA DE NEGOCIAÇÃO
“A notícia da reabertura das negociações para a compra de novos caças pela Força Aérea Brasileira (FAB) foi comemorada por um dos mais altos funcionários da equipe militar do presidente democrata Barack Obama, o secretário da Marinha, Ray Mabus. Em entrevista ao GLOBO, depois de reunião em Brasília com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, Mabus sinalizou que o uso progressivamente maior de biocombustíveis pelo robusto sistema de defesa americano pode pesar a favor dos interesses da Boeing, na disputa com o caça Rafale francês e o Gripen, da Suécia.
Mabus disse que os EUA mantêm a proposta inicial [Ressalte-se que qualquer proposta firmada pelos EUA historicamente não tem crédito. Eles, inúmeras vezes, pelo mundo afora, descumpriram compromissos assinados, alegando obscuras razões de “segurança nacional”. Basta o país que comprou suas armas não atender determinações do governo dos EUA para que os suprimentos sejam cortados e os equipamentos fiquem inoperantes].
Acrescentou que os americanos estão determinados a permitir que, até 2020, metade da força da sua Marinha, com orçamento anual de US$150 bilhões e mais de 900 mil militares, seja movida por energia renovável.
- “Se o F/A-18 for escolhido aqui, ele vai dividir a pesquisa e as aplicações práticas dos biocombustíveis. E eu quero dizer que a nossa relação de defesa com o Brasil é muito maior do que isso (a compra dos caças). Estamos contentes que o processo esteja aberto porque nós estamos absolutamente convencidos que o F/A-18 é a melhor aeronave” - afirmou.
Sob o comando do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a disputa estava praticamente decidida a favor da França. Lula não escondia sua preferência pelo modelo Rafale [foto acima]. Já boa parte da área militar defendia, nos bastidores, o sueco Gripen, produzido pela [sueca] SAAB [o Gripen, infelizmente, também tem muitos componentes norte-americanos. Isso significa idêntico risco dos típicos e imprevisíveis embargos nos suprimentos ao Brasil por parte dos EUA].
Mabus assegurou que é "absurdo" o receio que algumas pessoas têm, incluindo autoridades brasileiras, em relação à Quarta Frota no Atlântico Sul. Disse que a presença “dos equipamentos” não significa qualquer ameaça à soberania do Brasil. E revelou que os navios americanos na região podem ser usados em projetos de “cooperação para combater o narcotráfico e o tráfico de armas” [sic].
[Para ele, ao que parece, não tem cabimento desconfiar da 4ª Frota aqui nas costas do Brasil e do nosso pré-sal. Não acreditarmos nas boas intenções da 'pacífica e bondosa' 4ª Frota seria o mesmo “absurdo” de as galinhas desconfiarem da “prestativa e boa” raposa circulando no galinheiro].
O diretor da SAAB no Brasil, Bengte Janér, disse que vê com naturalidade a decisão do governo brasileiro de rever o processo de escolha. Para ele, a prorrogação da concorrência não vai alterar o quadro atual da disputa entre a sueca SAAB, com os caças Gripen NG, a americana Boeing, com os F/A-18 Super Hornet, e a francesa Dassault, com os Rafale. Janér não acredita na inclusão de outras empresas nem em alterações profundas nas propostas já apresentadas.
O embaixador da França Yves Edouard Saint-Geours não quis comentar o assunto. Mas diplomatas franceses dizem que não há problema na decisão do governo brasileiro de rever a disputa pelos caças. O ex-presidente Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deram sinais de que a proposta da empresa francesa, que inclui transferência total de tecnologia, era a que mais se encaixava nos interesses estratégicos do governo brasileiro.
- “Como o presidente Lula não tomou a decisão, a presidente Dilma precisará de mais tempo para estudar as propostas. Não é um adiamento" - afirmou um auxiliar do embaixador.“
[Na opinião deste blog, o Presidente Lula ficou decepcionado e perdeu a confiança nos franceses depois de Sarkozy lhe ter assegurado, olho no olho, que imediatamente comunicaria ao Irã o respeito ao acordo formalizado com o Brasil e a Turquia. Não cumpriu. Ao contrário. Ignorou o acordo e, para agradar os EUA, apoiou novas sanções ao Irã. Sarkosy também não cumpriu o compromisso de logo agradecer ao Irã a libertação de ativista francesa, imediatamente conseguida no Irã por Lula a pedido do presidente francês. Como então confiar nos compromissos franceses de “offset” no Programa FX-2?].
FONTE: reportagem de Eliane Oliveira e Roberto Maltchik (colaborou Jailton de Carvalho) publicada no site (http://www.defesanet.com.br/01_lz/fx2/110119_glo_fx2_eua_boieng.html) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
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