segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

FX-2: PLANALTO TRAÇA TRÊS PLANOS PARA COMPRA DE CAÇAS

                                   F-35 Lightning
                                      Su-35

                                       Su-50

                                  Typhoon Eurofighter

                                   Gripen NG

                                      Rafale
                                 
                              F-18 Super Hornet

                 
“A escolha do novo caça de tecnologia avançada da Força Aérea, o processo F-X2, deve ser decidido até julho, tem dito o ministro da Defesa, Nelson Jobim. A decisão está na agenda de 2011 da presidente Dilma.

O Planalto considera três hipóteses para o contrato, que prevê a compra inicial de 36 caças, podendo chegar a 120 até 2027: 1) manter a F-X2 como está, 2) adiar a decisão por um ano ou, em ação radical, 3) encerrar essa operação e abrir outra imediatamente, uma espécie de F-X3 de prazo curto, única forma de admitir novos participantes.

A medida, todavia, traria desgaste diplomático. A seleção já dura 15 anos. Os três concorrentes são patrocinados por seus governos e têm investido pesado em estruturas locais de acompanhamento e de informação. O cientista social Gunther Rudzit, especialista em relações internacionais, alerta: "A imagem do Brasil será arranhada - e a postura da nossa diplomacia será questionada, afetando a aura de eficiência e profissionalismo que o Itamaraty sempre teve".

NOVOS AVIÕES

A entrada de outros competidores foi bem recebida no mercado especializado. A americana Lockheed-Martin não esconde a disposição de levar à mesa de negociações o F-35 Lightning, o mais avançado caça de múltiplo emprego em produção regular no mundo.

Será o próximo avião principal dos EUA, com versões para a força aérea e a aviação naval. Construído com materiais e recursos eletrônicos ‘stealth’, para escapar da detecção por radar ou sensores laser, é tão moderno que só começa a ser entregue em 2016. É caro, mas o preço está em queda: começou em US$ 89 milhões cada e chegará a US$ 73 milhões, resultado da fabricação em larga escala - 2.376 unidades vendidas para EUA, Austrália, Canadá, Itália, Dinamarca, Holanda, Noruega, Israel, Turquia e Grã-Bretanha. Outra vez, a dificuldade será a transferência de tecnologia.

Há outros pretendentes no F-X2. A Rússia, com o Su-35 e futuro Su-50. E a União Europeia, por meio do Typhoon Eurofighter. A proposta de menor valor é a da sueca Saab, que oferece o Gripen NG, em desenvolvimento, por US$ 4 bilhões. O mais caro e o preferido da Defesa - e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - é o francês Rafale, avaliado em cerca de R$ 6 bilhões. Entre um e outro está o americano F-18 Super Hornet.

O governo condiciona a compra à transferência de tecnologia em todas as áreas. É aí que as negociações ficam diferentes. Os franceses oferecem acesso irrestrito ao conhecimento pretendido. Os suecos convidam os especialistas militares e a indústria Aeronáutica a uma parceria ampla. Os americanos esbarram na complexa legislação do setor e no poder do Congresso para vetar o atendimento às exigências.

Os acertos entre o então presidente Lula e seu colega francês, Nicolas Sarkozy, eram fáceis em abril de 2010. No dia 22, Lula recebeu um telefonema de Sarkozy, empenhado em garantir a preferência pelo Rafale. Diante de cinco pessoas, Lula convidou-o para passar férias em Fernando de Noronha - e foi convidado a descansar no Vale do Loire. Riram e contaram piadas.

O clima desandou em maio. Lula liderou a proposta ao Irã para troca de urânio [conforme parâmetros previamente solicitados por Obama em carta pessoal. Lula foi bem sucedido. Surpreendeu a todos e alcançou rapidamente o longamente desejado (?) acordo. Logo a seguir, Obama ignorou o acordo e impôs adicionais e mais duras sanções ao Irã. Sarkozy e alguns outros obedeceram os EUA e imitaram Obama. Todos eles interessados em pretexto para bombardear e invadir o Irã, visando ao controle da produção e exportação de petróleo. Mesmos pretextos e objetivos que usaram em relação ao Iraque]. Assim, de ambos os lados [Lula e Sarkozy] os convites acima foram esquecidos. O encontro de trabalho entre os dois, previsto para dezembro, não houve. E a decisão do F-X2 ficou para Dilma Rousseff.”

FONTE: escrito por Roberto Godoy, publicado no “O Estado de São Paulo” e transcrito no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=23/01/2011&page=mostra_notimpol) [imagens do Google e trechos entre colchetes no último parágrafo adicionados por este blog].

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