quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

PARA INGLESES, ALSTOM PAGOU PROPINA PARA O PSDB EM SP


JUSTIÇA BRITÂNICA SUSPEITA QUE ESQUEMA DE US$ 120 MILHÕES ENVOLVIA CONTRATOS DO METRÔ

“A Justiça britânica suspeita que dois funcionários da empresa francesa Alstom seriam responsáveis por organizar pagamento de propinas para funcionários públicos no Brasil. Os funcionários da empresa, segundo os britânicos, teriam pago mais de US$ 120 milhões em propinas para garantir contratos públicos em todo o mundo.

Parte teria vindo para o Brasil, num caso em que a Justiça suíça já informou ao Ministério Público. As suspeitas são de que a rota do pagamento de propinas passava por Paris, Londres e chegava a funcionários públicos brasileiros, entre outros.

Os envolvidos seriam Stephen Burgin, presidente da unidade inglesa da Alstom, e Robert Purcell, diretor financeiro. Ambos haviam sido detidos em 2010 para questionamento e a Alstom optou por lançar processo questionando a atitude dos britânicos. Agora, a documentação dos britânicos alega que eles fariam parte de uma célula que organizava o pagamento da propina. Eles teriam pago propinas a funcionários públicos estrangeiros como forma de garantir contratos públicos.

Em São Paulo, a suspeita está relacionada com os contratos do Metrô. Na França e na Suíça, a Alstom é suspeita de ter distribuído milhões de dólares entre 1995 e 2003 para garantir contratos no Brasil, Venezuela, Indonésia e outros mercados emergentes. No Reino Unido, a suspeita é de que o pagamento de propinas continuou em todo o mundo após 2004 e mesmo até 2010.

ROTAS

A Justiça suíça confirmou ao Estado que manteve reuniões com a Justiça brasileira em relação ao caso e que já havia informado que uma das rotas da propina passava pelo Reino Unido. A suspeita é de que o dinheiro sairia da matriz em Paris, seguiria para o escritório na cidade de Rubgy e de lá aos brasileiros.

Segundo as conclusões do “Escritório contra Fraude no Reino Unido”, o pagamento estaria disfarçado de pagamentos de consultorias. De acordo com o documento, o pagamento era uma "estratégia global" da empresa.

Na Suíça, contas em nome de 19 pessoas físicas e jurídicas brasileiras estão bloqueados. No ano passado, o Ministério Público da Suíça congelou US$ 7,5 milhões em nome de Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes do governo [paulista] de Luiz Antonio Fleury Filho. Suspeita-se que o dinheiro seria fruto de pagamentos de propinas da Alstom para garantir contratos públicos.

Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e chefe da Casa Civil do governador [tucano] Mário Covas entre 1995 e 1997, também está sendo investigado, mas não se manifesta sobre o caso, que corre em segredo de Justiça.

PARA LEMBRAR: JORNAL DOS EUA REVELOU CASO EM 2008

Em 2008, o ‘Wall Street Journal’ revelou que a Alstom estava sendo investigada por pagar propina a funcionários públicos no Brasil. Segundo o Ministério Público suíço, políticos brasileiros favoreceram a empresa em licitação do Metrô de São Paulo. A Suíça bloqueou uma suposta conta do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Robson Marinho. Ele teria recebido US$ 1 milhão da Alstom. Em dezembro do ano passado, a Justiça quebrou os sigilos fiscal e bancário de Marinho. As investigações continuam.”

FONTE: blog “Os amigos do Presidente Lula”, com base em texto do “O Estado de São Paulo” (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2011/01/para-ingleses-alstom-pagou-propina-para.html).

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