sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

RETRATO DO BRASIL NUNCA FOI TÃO POSITIVO


RETRATO DO BRASIL NUNCA FOI TÃO POSITIVO
[Porém, a “Folha”, tucana, acrescenta, como sempre com conjunções adversativas, para depreciar elogios ao Brasil: “MAS GASTO É PREOCUPAÇÃO”...]

Por Clovis Rossi, da “Folha”, enviado a Davos

“Se o ex-presidente Lula tivesse vindo neste ano a Davos, poderia usar com plena razão o seu bordão favorito: nunca antes, nos 20 anos que este repórter acompanha o convescote das grandes corporações globais, o retrato do Brasil foi tão positivo.

Moisés Naím, a principal voz do Fórum Econômico Mundial para América Latina, chegou ao exagero de chamar de "milagre" o fato de o Brasil ter crescido como cresceu no período Lula e, ao mesmo tempo, ter reduzido a desigualdade.

A ‘Folha’ [tucana, para depreciar elogios ao Brasil como sempre] observou que a redução da desigualdade se dera apenas entre os salários, mas não no desnível principal, que é entre a renda do capital e a do trabalho.

Naím aceitou o argumento, mas fez questão de manter o rótulo de "milagre", porque, lembrou, países que crescem muito tendem a aumentar a desigualdade (é o caso da China, por exemplo).

É esse ambiente amplamente amável e simpático que encontrará a delegação brasileira que apresentará amanhã a nova administração, na sessão batizada "Panorama do Brasil".

Nela estarão três representantes do governo federal (Luciano Coutinho e Alexandre Tombini, presidentes do BNDES e do BC, e Antonio Patriota, o novo chanceler).

Estarão também Frederico Fleury Curado (Embraer) e Renato Augusto Villela, secretário de Finanças do Rio.

Ontem, sessão sobre América Latina permitiu antecipar quais serão as observações que o público de Davos tende a apresentar à comitiva brasileira.

Diz, por exemplo, Ricardo Hausmann, diretor do Centro para o Desenvolvimento Internacional da Escola Kennedy de Harvard: "Minha preocupação sobre o Brasil é que a política fiscal é muito relaxada, o que leva a uma política monetária excessivamente dura".

Tradução [da 'Folha']: como o governo gasta muito, é preciso manter os juros elevados para combater a inflação

[Segundo a 'Folha', FHC/PSDB/DEM "não gastavam muito", apesar da dívida, carga tributária, desemprego e inflação crescentes. Os tucanos têm saudades dos tempos deles no governo, de baixos investimentos, de estagnação da economia, quando a 'elite' podia dirigir tranquila nas ruas vazias, encontravam muitas vagas para estacionar, os restaurantes, cinemas, hotéis e aviões sempre tinham lugares disponíveis. Agora, por conta dos investimentos, do crescimento e dinamização da economia, eles têm que 'torcer o nariz' e disputar tudo isso com os ex-pobres. Que chato!].

Consequência: juros altos atraem capital, o que leva à apreciação da moeda e ao risco de desindustrialização.

Nada que não se diga abundantemente no Brasil.

Moisés Naím acrescenta um temor: o de que Dilma não tenha cintura política para evitar a nomeação de pessoas não competentes, só para atender ao apetite dos aliados e do próprio PT.

De todo modo, ele acredita que Dilma sabe perfeitamente como gerenciar a economia, pelo menos até que seja testada por eventuais problemas econômicos, que não estão à vista.”

FONTE: escrito por Clovis Rossi, colunista da tucana “Folha de São Paulo” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me2701201116.htm) [imagem do google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].

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