Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi o entrevistado do programa 'Bom Dia Ministro', de terça-feira (22/3). Foto: Elza Fiúza/ABr
“Ciente que a campanha pelo desarmamento no país é instrumento eficaz na redução de homicídios, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse, em entrevista ao programa ‘Bom Dia, Ministro’, que o governo prepara a retomada do desarmamento.
Durante a entrevista, transmitida pela Rádio Nacional com a participação de outros emissoras brasileiras, Cardozo considerou importante a parceria entre os governos federal, estaduais e municipais no combate à criminalidade, e destacou que ações contra o crime organizado passam também pelo combate à corrupção policial.
No programa, o ministro da Justiça afirmou que o consumo do crack é um dos maiores problemas e explicou que o enfrentamento se dá com a repressão, mas também com a prevenção e o tratamento dos viciados. Nisso, conforme explicou, a parceria com o Ministério da Saúde tem sido importante. Cardozo assegurou, também, ser necessário obter dados mais atuais que mostrem a violência no país para que o governo possa atuar de imediato. Segundo destacou, a base de dados para a elaboração do ‘Mapa da Violância 2011‘ tem defasagem de quatro anos.
“Isso é terrível, pois é possível que a situação tenha piorado ou melhorado. Precisamos aperfeiçoar o sistema de informação que permita acompanhamento on line. Não é fácil. No caso de cidades como Marabá, por exemplo, precisamos ter diagnósticos para decidirmos políticas repressivas” disse o ministro ao responder intervenção de uma emissora de Marabá (PA).
Cardozo deu como exemplo a operação que aconteceu no Rio, que contou com a participação da Polícia Federal, no desmonte da quadrilha que agia no setor de segurança pública do estado. “Ações ofensivas como ocorreram no Rio. Em algumas cidades, vamos ter que fazer isso; noutras, teremos a elevação da presença do Estado”, explicou.
O programa teve a primeira intervenção de uma emissora do Recife (PE). A questão do crack foi o tema colocado inicialmente em debate. Cardozo lembrou que existe parceria com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no sentido de reforçar o programa “Pacto pela Vida”. Conforme avaliou o ministro, essa ação estadual tem permitido a redução da criminalidade naquele estado.
“Você tem razão quando fala do problema do crack como problema nacional. É gravíssimo. Danoso à saúde. Tipo de droga que tem produção barata, de penetração muito veloz. Devemos fazer ação integrada no combate ao crack. Articular três tipos de políticas que acho importantes. A primeira é a repressiva. A questão do narcotráfico tem que ser objeto de repressão”, disse o ministro, ao informar que as outras ações são o tratamento e a prevenção.
Porém, segundo deu ênfase, os resultados somente serão alcançados se houver participação integrada com estados, municípios e setores da sociedade. “O trabalho que vem sendo feito em Pernambuco é dos melhores do país no combate à violência. O ‘Pacto pela Vida’ é impressionante. Redução de homicídios. Índices bem elevados. Plano exitoso e bem engendrado”, afirmou.
O ministro disse que o exemplo de Pernambuco pode ser usado por outros estados. Ele explicou que Alagoas, atualmente estado detentor das maiores taxas de criminalidade do país, deve ter programa semelhante ao desenvolvido pelo governo pernambucano. Cardozo já mantém entendimentos com o governador Theotônio Vilela para por em prática ações de combate à criminalidade.
“Eu estive recentemente em Maceió a partir de contato com o governador. Ele está muito preocupado com a questão da segurança pública. Afirmou que essa é questão prioritária para o governo dele. Não se trata de fazer uma única ação. Vamos desenvolver ações que permitam atacar vários problemas. Combater situação de impunidade de crimes em Alagoas. Existem muitos inquéritos abertos, por isso deslocamos 30 delegados da Polícia Federal para tocar os inquéritos. Quem comete delitos, mata, tem de ser punido”, disse.
Durante o programa, em diversas intervenções, Cardozo buscou dar ênfase ao combate ao tráfico de drogas, ao plano de redução dos homicídios e ao tráfico de pessoas. Segundo ele, trata-se de outro tema que vem merecendo acompanhamento constante do governo. Ainda na entrevista, o ministro da Justiça manifestou-se favorável a mudanças na Lei de Execuções Penais.”
FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/governo-quer-retomar-campanha-pelo-desarmamento-no-pais/)
o desarmamento só atinge o povo de bem, que usa a arma pra se proteger e a entrega de boa vontade. o bandido (ou futuro bandido) não entrega não. o resultado é o já vemos hoje: cidadãos desarmados e criminosos armados até os dentes. se a policia ainda fizesse seu papel... o que pesa pra manutenção da violencia em niveis alarmantes é a impunidade, que em muitos estados daqui chega a 85%. as penas suaves também não ajudam muito. a solução é fazer uma reforma no código criminal e investir mais na policia, em inteligencia e aparatos modernos. é que os eua fez, onde todo mundo anda armado e a violencia é baixa. inclusive o fato da população não ter sido desarmada contribui pra esse quadro: a bandidagem pensa mil vezes antes de abordar um cidadão quando esse pode estar armado. não sei porque o brasil insiste em querer fazer diferente...
ResponderExcluirAlexandre,
ResponderExcluirSuas observações são muito pertinentes.
Não opino sobre o assunto porque necessito estudos mais aprofundados. Contudo, quanto ao modelo norte-americano, não o vejo como bem-sucedido e que deva ser imitado pelo Brasil. Volta e meia, lemos sobre grandes tragédias nos EUA, com dezenas de mortes, porque, além dos bandidos, até crianças adquirem e portam armas sem controle. Lá, há mais de 200 anos, e como hoje, a indústria de armas é fortíssima, implantou poderes para ela até na Constituição. A maior parte das guerras no mundo foram de interesse dessa indústria.
Maria Tereza