sexta-feira, 22 de abril de 2011

O GOLPE É O CAMINHO

                              Eduardo Gomes (UDN)

Por Lustosa da Costa

“O ex-governador e ex-senador Virgílio Távora [UDN; hoje seria o DEM; foi "indicado" (não eleito) governador do Ceará pelo presidente Ernesto Geisel em 1978] costumava contar como ficou surpreso com a reação do diretor de "O Estado de S. Paulo", ante a derrota da segunda candidatura pela UDN de Eduardo Gomes (foto) à Presidência da República. Júlio Mesquita lhe teria dito: "Somos cada vez menores e melhores". Quem age assim, desprezando a manifestação popular, é porque confia no golpe. Golpe que a UDN defendeu, pensando que ficaria com o poder, tomado pelos militares.

NADA DE POVÃO

Tal manifestação lembra artigo de Fernando Henrique Cardoso, concitando o PSDB a não perseguir os votos do povão que, estes, segundo ele, estão comprometidos com o PT por conta do programa Bolsa Família que seus aliados afirmam, antes de condená-lo, ter sido iniciativa sua, do governo tucano.


FANTÁSTICO

Pela lógica do sociólogo, que até andou errando no português em tal manifestação, o eleitor vota em Lula e Dilma por conta da melhoria da condição social. Pela elevação de dezenas de milhões da miséria absoluta à pobreza, fruto dos anos de governo petista que mudaram a face social do Brasil.

Vota em FHC se for grato ao que ele fez, doando a amigos as empresas estatais, ao mesmo tempo em que multiplicava astronomicamente a dívida interna.

O que ele disse foi que o eleitor vota conforme seu interesse. Os banqueiros falidos, por exemplo, sufragam os tucanos porque sabem que foi durante seu período de governo que tiveram a garantia de que nada sofreriam de prejuízos, que seriam pagos por nós, através do PROER.

PRECONCEITO

No fundo, pela boca de FHC fala o preconceito contra o Nordeste, que ele considera o grande beneficiário do programa Bolsa Família e que, por isso, teria dado a vitória ao PT em três eleições presidenciais. Ele pensa exatamente como o boletim do Serra, que despreza publicamente o Nordeste e os nordestinos, numa exibição odiosa, porque escancarada do preconceito, da discriminação. Em suma, a plutocracia paulista, de que FHC se fez porta-voz, nutre manifesta má-vontade contra os nordestinos que não deviam, jamais, ser presidente da República e apenas lavar privadas e assentar pedras do calçamento das ruas, antes do asfalto, tarefas as mais modestas quando não humildes.

PARTIDO DOS RICOS

O PSDB assumiu o papel de partido dos ricos, querendo mais que "o pobre se exploda", como aquele personagem de Chico Anysio. Os tucanos nada querem com o povão, e, sim, com a banqueirada, os Daniel Dantas e os Ricardo Sérgio, aquele que recebeu, comprovadamente, 30 milhões de propinas na privatização das teles.

Não tem salvação nas urnas. Aposta nas teses da extrema direita como o candidato José Serra, ou se filia à Opus Dei, como o governador Alckmin. Somente no golpe como a antiga UDN a que substitui em seu reacionarismo. E na postura antipovo.”

                FHC e seu ídolo Carlos Lacerda (UDN)

FONTE: escrito por Lustosa da Costa em sua coluna no Diário do Nordeste (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=968502) [imagens do Google adicionadas por este blog].

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