quinta-feira, 26 de maio de 2011

PARCERIA NOS EUA PARA VENDER SUPER TUCANO À FORÇA AÉREA


Em associação com a americana “Sierra Nevada”, a Embraer vai disputar contrato para venda de 20 aeronaves turboélice Super Tucano a Força Aérea norte-americana (USAF).

Os aviões serão usados para treinamento avançado de pilotos e em operações de contrainsurgência no Afeganistão, dentro do programa conhecido como LAS (Light Air Support). O contrato está previsto para ser anunciado nos próximos meses e a Embraer concorre com a americana “Hawker Beechcraft”, fabricante do modelo AT-6, que ainda está em fase de desenvolvimento.

"Se ganharmos, vamos montar os aviões nos EUA e o lugar preferencial para abrigar a linha de montagem do Super Tucano será Jacksonville, na Flórida, onde já tivemos contato preliminar para avaliar a viabilidade desse projeto", disse o presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado.

Em 2004, a Embraer chegou a anunciar o início da construção de fábrica no mesmo local, onde planejava desenvolver programas de defesa e segurança nacional nos EUA. O primeiro projeto da unidade seria o programa “Aerial Common Sensor” (ACS), do Exército americano que, inicialmente, escolheu a plataforma do jato Embraer 145 para implantar sistema de nova geração para vigilância de batalha. Na época liderado pela “Lockheed Martin”, no entanto, o projeto não foi adiante.

Na nova concorrência, da qual participa o Super Tucano, a Embraer precisou se associar a uma empresa americana, em atendimento à lei "Buy American Act", que também exige a instalação de linha de fabricação das aeronaves no país. "A empresa “Sierra Nevada” não é um "prime contractor" americano, mas tem muita experiência em logística e em pós-venda e acabou sendo sócio interessante, porque o programa é muito pequeno", explicou.

O Super Tucano, segundo Curado, é aeronave bastante competitiva e que atende bem à especificação técnica do contrato, além de já ter sido testada por cinco Forças Aéreas da América Latina. O executivo acredita, no entanto, que a decisão transcende a questão técnica, pois existem fatores geopolíticos envolvidos e que deverão ser respeitados.

"Outro ponto a nosso favor é o prazo de entrega. Temos capacidade de fabricar e de entregar rapidamente. No caso da Beechcraft, ainda tem período de desenvolvimento. Essa variável tempo será importante se os EUA quiserem uma coisa muito a curto prazo", comentou.

A aeronave, segundo a Embraer, acumula até o momento total de 180 encomendas, das quais 152 já entregues. A receita obtida com a venda do modelo até agora, de acordo com a fabricante brasileira, é da ordem de US$ 1,6 bilhão. A Embraer projeta mercado de US$ 3,5 bilhões para a classe do Super Tucano, algo em torno de 300 aeronaves.

A aeronave já foi vendida para a Colômbia, Equador, Chile, Indonésia, República Dominicana, Guatemala e para dois clientes na África. "Nosso principal foco com o Super Tucano não são os países desenvolvidos, que já têm seus próprios aviões de treinamento. O Sudeste da Ásia, África e América Latina são os nossos mercados alvo", disse.

O modelo está configurado para missões de treinamento avançado, vigilância de fronteiras, ataque leve e contrainsurgência.”

FONTE: reportagem de Virgínia Silveira publicada no jornal “Valor Econômico”  (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/1125/Parceria-nos-EUA-para-vender-SuperTucano-a-Forca-Aerea).

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