quarta-feira, 27 de julho de 2011
A CAMINHO NOVA GERAÇÃO DE CIENTISTAS BRASILEIROS
[OBS deste 'democracia&política':
As grandes empresas nacionais e estrangeiras que aqui operam, em significa parcela, empreendem seus maiores esforços advocatícios e financeiros para melhor desviar o dinheiro público, ao sonegar impostos que deveriam pagar, e não se empenham na inovação, que seria o caminho mais seguro para o sucesso.
Fazem até chantagem. Somente investirão na pesquisa em busca de melhores e mais competitivos produtos se o governo desonerá-las de impostos.
Assim, (como expressa 'Carta Maior'), o baixo nível, numa comparação internacional, de investimento das empresas nacionais em inovação tecnológica levou o governo a lançar um programa de bolsa de estudos para brasileiros frequentarem universidades estrangeiras].
Do "Correio Braziliense"
“O Planalto vê, como estratégica para o país, a formação de mão de obra especializada em tecnologia e pretende oferecer a estudantes brasileiros 100 mil bolsas de estudo nas melhores universidades do exterior, além de recrutar pesquisadores estrangeiros.
O governo pretende aumentar [dos atuais 5.000 e] de 75 mil [planejados em maio] para 100 mil o número de bolsas que serão disponibilizadas, até 2014, para brasileiros estudarem nas 30 melhores universidades do mundo.
A diferença de 25 mil benefícios em relação ao anunciado no início de maio seria bancada por empresários que fazem parte do ‘Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social’, órgão consultivo da Presidência.
O programa, batizado de ‘Brasil sem Fronteiras’, tem outra vertente: trazer cientistas estrangeiros para liderar pesquisas em universidades nacionais. A proposta da presidente deve movimentar entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões até o fim de seu mandato.
A presidente Dilma Rousseff disse que o governo pretende conceder as bolsas, prioritariamente, aos melhores alunos qualificados no ‘Programa Universidade para Todos’ (ProUni), no ‘Exame Nacional do Ensino Médio’ (ENEM) e no ‘Exame Nacional de Desempenho de Estudantes’ (ENADE). Com isso, pretende privilegiar estudantes de baixa renda, mas com alto potencial de aprendizagem e conhecimento. "O critério será por mérito. Só os melhores serão escolhidos", afirmou a presidente ontem. "Vamos oferecer bolsas para graduação, pós-graduação, doutorado e pós-doutorado", emendou.
As primeiras bolsas do ‘Brasil sem Fronteiras’ devem começar a ser distribuídas no ano que vem. Hoje, existem 5 mil brasileiros estudando no exterior. Os destinos mais procurados são Estados Unidos, França e Alemanha.
O objetivo do governo é melhorar a qualificação da mão de obra disponível no país, capaz de empreender ciclo de desenvolvimento de alta tecnologia. O Brasil tem déficit, por exemplo, de doutores. A presidente disse, em outras ocasiões, que o país não conseguirá dar salto de qualidade se for dependente de outras nações na área tecnológica. "O Brasil tem ‘gap’ de conhecimento que precisa ser resolvido", afirmou a presidente.
NASA
No exterior, Dilma está de olho, especificamente, em milhares de engenheiros demitidos da ‘Agência Espacial dos Estados Unidos’ (NASA, na sigla em inglês) nos últimos anos, em decorrência do fim das missões com ônibus espaciais. "Tem muito cientista desempregado nos Estados Unidos e na Europa. Somente a NASA demitiu 4 mil engenheiros", afirmou a presidente. Os estrangeiros seriam admitidos, de acordo com a ideia de Dilma, por até 10 anos pelas instituições de ensino brasileiras. "É preciso criar carreira especial temporária com duração de cinco anos, renovável por mais cinco anos", emendou. "Nós precisamos de cientistas e pesquisadores de fora", emendou. Como atrativo aos estrangeiros, o governo pretende conceder uma série de benefícios, como auxílio-moradia.
Dilma afirmou ter discutido a proposta com o professor Miguel Nicolelis, neurocientista, pesquisador da Duke University e entusiasta de iniciativas que visem descentralizar a pesquisa científica brasileira do eixo Rio-São Paulo.
PARCERIA
Inicialmente, a proposta de Dilma para o ‘Brasil sem Fronteira’ era conceder 75 mil bolsas no exterior, mas ela decidiu elevar o número, tendo como ideia fazer parceria com a iniciativa privada, começando com os integrantes do ‘Conselhão’, que são fávoráveis à ideia. Os 75 mil benefícios serão divididos entre a ‘Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior’ (CAPES), com 45 mil; e o ‘Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico’ (CNPq), com 30 mil. Ainda não foi estipulado como serão distribuídas as 25 mil bolsas restantes.
O CAPES pretende oferecer 65% das vagas para graduação e ‘doutorado dividido’, chamado de ‘sanduíche’ no jargão acadêmico. Nessa modalidade, parte do curso é feito no Brasil e a outra no exterior. Este ano, a CAPES tem como meta chegar a 8 mil bolsas. Em 2012, seriam 13 mil, até chegar a 4 mil por ano até 2014.”
FONTE: reportagem de Luiz Carlos Azedo e Tiago Pariz publicada no “Correio Braziliense” e transcrita no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=23/07/2011&page=mostra_notimpol) [imagem do google adicionada por este blog].
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COMPLEMENTAÇÃO DA NOTÍCIA ACIMA
“VAMOS FORMAR A BASE DE PENSAMENTO EDUCACIONAL DO NOSSO PAÍS”
Presidenta Dilma Rousseff discursa ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para lançar o programa “Ciência sem Fronteiras”. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
“Ao anunciar o ‘Ciência sem Fronteiras’, programa federal que visa conceder 75 mil bolsas de estudo no exterior a jovens brasileiros, a presidenta Dilma Rousseff frisou que o Brasil passará a outro patamar na área de ciência, tecnologia e inovação e que esses estudantes, ao retornarem ao país, formarão a nova base de pensamento educacional.
O programa foi lançado ontem, terça-feira (26/7), em Brasília (DF), durante a ‘38ª Reunião Ordinária do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social’ (CDES). Aproveitando a presença de grandes empresários brasileiros, a presidenta reiterou contar com o apoio da iniciativa privada que, segundo desenho do ‘Ciência sem Fronteiras’, deve colaborar com o custeio de outras 25 mil bolsas de estudo, totalizando 100 mil benefícios. Os recursos federais para o programa somam R$ 3,16 bilhões.
“Com esse projeto, nós não estamos dizendo ‘de automático’ que vamos formar 75 mil cientistas individuais, ou 75 mil Einsteins. Nós estamos dizendo o seguinte: nós vamos formar a base de pensamento educacional do país”.
Os bolsistas serão escolhidos “exclusivamente por mérito”, explicou a presidenta, ao informar que os contemplados serão selecionados a partir do ‘Sistema de Seleção Unificada’ (SISU), gerenciado pelo Ministério da Educação, além dos que atingirem nota mínima de 600 pontos no ‘Exame Nacional do Ensino Médio’ (ENEM). Nesse universo, 124 mil alunos estão aptos a concorrerem às bolsas.
“Serão os melhores estudantes do Brasil nas melhores universidades do mundo”, explicou o ministro Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, ao apresentar detalhes do novo programa antes do discurso da presidenta Dilma.
Outra informação divulgada pela presidenta é referente às áreas de conhecimento contempladas pelas bolsas: ciências da saúde, ciências da vida e engenharias e tecnologias. Segundo Dilma Rousseff, a escolha se deu em função da [atual] deficiência do país na área de inovação e do aumento da demanda resultante do crescimento do país.
“Nós não queremos apenas que jovens talentos brasileiros estudem no exterior; queremos que eles estudem nas melhores escolas em cada área (…) e vamos escolher as áreas de conhecimento que interessem ao Brasil, que são essenciais para o desenvolvimento próspero do país”, explicou.”
FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/%e2%80%9cvamos-formar-a-base-de-pensamento-educacional-do-nosso-pais%e2%80%9d/) [imagem inicial, do google, adicionada por este blog].
Maria Tereza
ResponderExcluirNão adianta ter cientistas formados no exterior se eles não encontrarem ao voltar empresas que os absorvam.
Se isso ocorrer eles voltarão para o exterior.
Temos que ter um outra campanha : "Empreendedores de Alta tecnologia".
Iurikorolev,
ResponderExcluirAcho a sua solução mais coerente com a realidade nacional e mais eficaz. Contudo, faço elucubração inicial: a eficiência dependerá de sabermos pré-identificar quais empreendedores têm maior potencial para desenvolver altas tecnologias que tenham maior probabilidade de trazer retorno para a sociedade, a ponto de justificar os incentivos governamentais a eles especialmente dirigidos.
Maria Tereza