segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Lula: "O QUE EXISTE AGORA, SOBRE A INDÚSTRIA NAVAL, SÓ PODE MERECER O NOME DE RENASCIMENTO"
“O presidente Lula fez, semana passada [segunda-feira (19)], palestra no Sindicato da Indústria de Construção Naval. E falou de seu orgulho –justificado– de ter reerguido a indústria naval brasileira, que tinha, praticamente, desaparecido, depois de ser a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a do Japão. 40 mil brasileiros chegaram a trabalhar, em 1974, nos estaleiros nacionais.
Herdamos a tradição armadora de Portugal e tivemos imensos feitos, tanto com o Arsenal de Marinha quanto com o Estaleiro da Ponta da Areia, do visionário barão de Mauá.
Com Vargas, essa indústria avançou, com a construção local de diversos navios para a Marinha de Guerra.
Nos anos 80, porém, essa produção começo a cair e nos anos 90 fecharam os grandes estaleiros, como o Ishikavajima e o Verolme, este em Angra dos Reis.
O que existe agora só pode merecer o nome de "renascimento".
Você pode ver na tabela acima o número de empregos gerados por essa atividade [hoje: 56.368], que, em 2002, tinham se reduzido a pouco menos de dois mil. Nos anos 70 e 80, chegávamos a fazer 50 navios por ano, e a exportar um quinto dessa produção.
E dá para imaginar o que isso poderia ser se não fosse a infeliz decisão, tão combatida por Lula, tomada pela Vale [privatizada (praticamente doada) por FHC/PSDB], ao decidir fazer no exterior seus doze supernavios, cada um deles de 400 mil toneladas de porte bruto, perfazendo um total de 4,8 milhões de TPB.
Equivaleria, simplesmente, a acréscimo de 80% em nossa produção naval.
E ainda seria muito pouco, porque o país tem déficit –valor do ano passado– de US$ 6,4 bilhões em sua balança de pagamentos com o pagamento de fretes internacionais, grande parte deles navais.
Mas não perdemos apenas empregos e dinheiro. Perdemos conhecimento no setor, que já foi avançadíssimo. Hoje, boa parte do que fazemos é baseado em projetos estrangeiros, porque perdemos a massa crítica de conhecimento que mais de 15 anos de retração da indústria nos levaram.
Países que dependem da navegação –pesqueira, petroleira e de transporte de cargas e pessoas– como a Noruega, uma das líderes do setor naval, federalizaram a formação de pessoal de engenharia e de operação.
O Brasil está se reerguendo na construção naval, mas tem de pensar grande para ser, de novo, grande nesta área
[OBS deste blog ‘democracia&política’ com base em informações do blog “Os amigos do Presidente Lula”: são mais de 56 mil pessoas trabalhando em 37 estaleiros, em cerca de 300 projetos, incluindo 19 plataformas de petróleo. O Brasil já é o 5º colocado em volume de encomendas, e há mais seis estaleiros em construção. O crescimento da indústria naval foi impulsionado pela Petrobras, que fez investimentos pesados em infraestrutura e priorizou a indústria nacional. “A frota atual da Transpetro [braço logístico da Petrobras] conta com 53 navios. Espera-se que esse número chegue a 110 em 2015. O índice de nacionalização das embarcações ultrapassa os 70%, não apenas garantindo as atividades dos estaleiros, mas também impulsionando toda uma cadeia produtiva e incentivando a instalação de fornecedores no país”, ressaltou Lula em seu discurso, no Rio de Janeiro].
Hoje os jornais anunciam a volta da Ishikawajima (agora com o nome de IHI) ao Brasil, de onde saiu nos anos 90, deixando um imenso estaleiro abandonado na Ponta do Caju, no Rio de Janeiro.
Por anos, quem passava pela ponte Rio-Niterói via quebrada e caída a lança gigantesca de um imenso guindaste do estaleiro, uma metáfora de aço da decadência da indústria naval.
Agora, quem passar por lá vai ver trabalho intenso de recuperação, que começou com a recomposição do atracadouro. Arrendado pela Petrobras e rebatizado de estaleiro Inhaúma, ali serão convertidos em plataformas flutuantes de petróleo quatro grandes navios, que se tornarão os chamados FPSO (Floating Production Storage and Offloading).
Quer ter uma ideia do que isso representa? Cada um desses cascos de navio (superpetroleiros que se tornaram deficitários para a navegação convencional) custa US$ 30 milhões.
Já sua restauração e transformação em plataformas de petróleo pode chegar a custar mais de US$ 1 bilhão.
É essa “bagatela” que passa a ser gasta aqui, com a recuperação de nossa capacidade industrial.”
FONTE: escrito por Fernando Brito no blog “Projeto Nacional” (http://blogprojetonacional.com.br/o-que-existe-agora-sobre-a-industria-naval-so-pode-merecer-o-nome-de-renascimento/) [trecho entre colchetes adicionado por este blog ‘democracia&política’ com base em informações do blog “Os amigos do Presidente Lula].
Lula será o 16º doutor honoris causa de universidade francesa em 140 anos
ResponderExcluirPela primeira vez, um latino-americano receberá o título de instituto que formou nomes como François Miterrand, Marcel Proust e Pascal Lamy
Por: Redação da Rede Brasil Atual
Desde que deixou o Planalto, Lula recebeu outros seis honoris causa, o mais recente na UFBA, no dia 20 de setembro
São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o 16º agraciado com o título de doutor honoris causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris em 140 anos de história. Na próxima terça-feira (27), a Sciences Po, como é conhecido, concederá pela primeira vez a honraria a uma personalidade latino-americana.
A instituição de ensino, que tem em estrangeiros 40% de seu quadro de alunos, tem entre os formados os ex-presidentes franceses Jacques Chirac e François Mitterrand, o ex-primeiro-ministro Lionel Jospin, o escritor Marcel Proust, o príncipe Rainier III, de Mônaco, o ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, e a ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt.
"Durante sua presidência, Lula iniciou inúmeros programas sociais inovadores, favoreceu o desenvolvimento econômico em seu país e deu ao Brasil um papel significativo no cenário internacional", destacou o instituto. A referência diz respeito às ações de Lula em seus dois mandatos sucessivos como chefe do Estado.
Jean-Claude Casanova, membro do Instituto da França e presidente da Fundação Nacional das Ciências Políticas, pronunciará o “elogio do impetrante” e outorgará o título a Lula. “Essa láurea, mais do que um reconhecimento pessoal, é uma homenagem ao povo brasileiro, que nos últimos oito anos realizou, de modo pacífico e democrático, uma verdadeira revolução econômica e social”, ressaltou o ex-presidente em comunicado emitido pelo Instituto Lula, o antigo Instituto Cidadania.
Desde que deixou o Palácio do Planalto, o líder recebeu outros seis honoris causa, o mais recente na Universidade Federal da Bahia (UFBA), no dia 20 de setembro (foto).
Na segunda-feira (25), em Paris, Lula vai atender ao pedido de reunião com o presidente da França, Nicolás Sarkozy, no Palácio Elysée, como parte de uma agenda que inclui viagens também aos Estados Unidos, à Polônia e à Inglaterra.
Em Gdansk, cidade polonesa, Lula receberá o prêmio Lech Walesa, que presta homenagem a personalidades destacadas pelo respaldo à liberdade, à democracia e à cooperação internacional. Ele se encontrará com o ex-presidente, sindicalista e Prêmio Nobel da Paz Lech Walesa, cuja fundação concede o prêmio anualmente.
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2011/09/lula-sera-o-16o-doutor-honoris-causa-de-universidade-francesa-em-140-anos
26-09-2011
ResponderExcluirFrança - Sarkozy recebe Lula em Paris
Paris - O presidente francês Nicolas Sarkozy recebeu nesta segunda-feira no Palácio do Eliseu o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva nas vésperas da premiação académica que o ex-chefe de Estado receberá no prestigioso Instituto de Ciências Políticas de Paris.
O ex-presidente do Brasil, de 65 anos, que deixou o cargo em Janeiro, foi recebido às 11h00 locaispelo presidente francês quase com honras de um chefe de Estado em exercício.
Durante o encontro de mais de 45 minutos, o presidente francês convidou Lula a inaugurar um encontro no dia 21 de Outubro em Paris que reunirá ONGs e instituições educativas e de pesquisa para falar de desenvolvimento, antes da reunião de cúpula do G20 de Novembro, informaram fontes do Instituto Lula.
Ainda nesta segunda-feira, o ex-presidente brasileiro também deve reunir-se com o ex-ministro francês da Cultura Jack Lang.
Depois de deixar o poder, o ex-presidente criou o Instituto Lula, que tem como objectivo coordenar estudos, formular políticas públicas, divulgar as experiências brasileiras na área social e envolver as ONGs em projectos de infraestrutura.
Fontes da Presidência francesa classificaram o encontro de "privado" e não divulgaram nenhuma informação sobre o teor da conversa.
Lula, que quando deixou o poder tinha um índice de popularidade superior a 80 por cento após dois mandatos consecutivos, desembarcou no domingo em Paris, onde na terça-feira receberá o título de doutor Honoris Causa do Instituto de Ciências Políticas.
O ex-presidente do Brasil será a primeira personalidade latino-americana a receber o título desde a fundação do instituto em 1871.
A cerimónia na sede universitária acontecerá na terça-feira às 17H00 locais na presença de convidados especiais e professores do instituto de altos estudos, que a cada ano conta com mais de 130 estudantes brasileiros.
"Mais que um reconhecimento pessoal, é um tributo ao povo brasileiro, que nos últimos oito anos protagonizou uma verdadeira revolução económica e social de maneira pacífica e democrática", afirmou Lula há alguns meses.
Lula, metalúrgico e sindicalista sem formação académica, será premiado pela abertura de mais universidades públicas no país, assim como pelos programas de combate à fome e à pobreza "Fome Zero" e "Bolsa Família".
Nos oito anos de governação de Lula, o Brasil passou a ser uma das cinco principais economias emergentes do mundo e 29 milhões de brasileiros entraram para a classe média, enquanto outros 20 milhões saíram da pobreza.
Na quarta-feira, o ex-presidente se reunirá com o primeiro secretário do opositor Partido Socialista (PS), Harlem Désir.
O encontro acontecerá no momento em que os socialistas franceses celebram a conquista da maioria absoluta no Senado, um resultado que representa um forte apoio para as eleições presidenciais.
Lula chegou a Paris procedente dos Estados Unidos, onde se reuniu com o presidente da Federação Americana do Trabalho e do Congresso de Organizações Industriais, Richard Trumka.
No sábado, ofereceu uma conferência baptizada de "Avanços e desafios da América Latina" num encontro organizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
Na quarta-feira viajará a Gdansk (Polónia), onde receberá o Prémio Lech Walesa em reconhecimento pelo seu apoio à liberdade, democracia e cooperação internacional. Depois se reunirá com o ex-presidente polaco e Nobel da Paz.
No dia seguinte viajará a Londres, onde oferecerá duas conferências, uma sobre o "Crescimento económico e o desenvolvimento social no Brasil" e outra, sexta-feira, com o título "Encontro sobre mercados de alto crescimento" promovida pela revista The Economist.
http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/internacional/2011/8/39/Sarkozy-recebe-Lula-Paris,375fbc1e-6855-470d-903a-a1bf41d95584.html