sexta-feira, 30 de setembro de 2011
TENHA CORAGEM DE DEFENDER GASOLINA MAIS CARA, D. MIRIAM
“A Miriam Leitão [Globo] não tem qualquer pudor quando se trata de atacar a Petrobras. Para isso, como disse dela José Serra, fala qualquer bobagem.
Agora, está dizendo que o Governo reduziu a CIDE para “favorecer” a Petrobras.
Favorecer? Pode uma empresa que está segurando no peito o preço da gasolina para não onerar o consumidor e não piorar a inflação ser acusada de favorecimento por se reduzir o imposto pago pelo produto que vende?
Veja o que ela própria, Miriam Leitão, escreveu há dois meses:
“A Petrobras paga, em média, R$ 1,35 pela gasolina importada (litro), mas a vende para as distribuidoras (preço na refinaria) mais barato, por R$ 1,05. Ou seja, perde R$ 0,30 a cada litro de gasolina que importa. Como foram comprados até junho deste ano quase 2,6 milhões de barris –mais de 413 milhões de litros, a empresa já perdeu R$ 125,59 milhões com importação de gasolina.”
Como a redução da CIDE representa quatro centavos, a perda da Petrobras ficaria “só” em 26 centavos por litro de gasolina importada.
Que “favor”, hein?
E a gasolina nacional?
Como a importada é vendida nas refinarias da Petrobras, desde 2009, por R$ 1,05. Ou, como petróleo é uma commodity internacional, o equivalente em dólares de janeiro a US$ 0,633. Em dólares desta semana (26), a US$ 0,577.
Portanto, uma perda de 5,6 centavos de dólar por litro só na variação cambial. Ou 10 centavos de real.
Se a redução da CIDE representa quatro centavos, a petroleira passa a perder “só” seis centavos por litro com este “favorecimento”.
Como é possível chamar de favorecimento algo que, no máximo, está amenizando –e um pouquinho só– os prejuízos?
E ainda por cima é não entender que isso não foi para diminuir o prejuízo da Petrobras, porque seria irrisório, mas para fazer com que ela possa encarar o aumento da importação do combustível nos novos valores do dólar.
Miriam diz que é “uma insensatez do ponto de vista econômico: O governo está abrindo mão de um imposto que poderia ser investido em estradas, no transporte coletivo, para favorecer a Petrobras”. E o dinheiro que entra na Petrobras não é investido, D. Miriam? De onde a senhora acha que a empresa tira para fazer refinarias, perfurar o pré-sal, investir em transporte?
Quem favorece é a Petrobras, que está mantendo o preço e o favorecido é o Brasil. Se a Petrobras fosse uma empresa privada, não teria porque segurar preços. E menos ainda de importar gasolina para suprir o vazio deixado pelos usineiros no etanol. O país e o consumidor que se lixassem.
Como a Shell, a BP, a Exxon [a Chevron, para a qual Serra prometera favorecer, se eleito, em detrimento da Petrobras, segundo o Wikileaks] e petroleira alguma faria isso para ajudar seu país, como os usineiros também não fizeram com o etanol. Mandaram foi aumento, sem dó nem piedade.
Mas não é, graças a Deus. E investir em novas fontes é muito bom e correto –e a Petrobras é a empresa que mais investe nisso– mas demora e não resolve o problema de hoje.
O que Dona Míriam quer dizer e não diz, porque não tem coragem, é que o preço da gasolina devia subir mais. Porque isso ajudaria a inflação a subir e o Brasil a fracassar.
Não é à toa que a chamam de ‘urubóloga’.”
FONTE: postado por Fernando Brito no blog “Projeto Nacional” (http://blogprojetonacional.com.br/tenha-coragem-de-defender-gasolina-mais-cara-d-miriam/) [trechos entre colchetes acrescentados por este blog].
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