segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Banco Mundial: “RELAÇÃO BRASIL-ÁFRICA PODE RELIGAR OS DOIS LADOS DO ATLÂNTICO”

RELATÓRIO DO BANCO MUNDIAL ANALISA A INTENSIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E DOS INVESTIMENTOS A PARTIR DE 2003

Pela "Agência Estado", com informações da BBC

“Outrora [há milhões de anos] pedaços de um único território, Brasil e África estão desenvolvendo modelo de relações que tem potencial de religar as duas margens do Atlântico Sul, segundo relatório do Banco Mundial obtido pela BBC Brasil.

O documento, cuja versão inicial deve ser divulgada no fim deste mês, analisa a intensificação das relações entre Brasil e África a partir de 2003, quando o governo Luiz Inácio Lula da Silva elegeu o continente [africano] como uma das prioridades de sua política externa, parte da estratégia de ampliar [o comércio internacional brasileiro e] a influência brasileira no mundo.

Há cerca de 200 milhões de anos, África e Brasil integravam o continente de "Gondwana". Hoje, ambos estão restabelecendo conexões que podem criar impactos significativos na prosperidade e no desenvolvimento dos dois”, afirma o Banco Mundial.

Segundo o relatório, um dos principais aspectos dessa aproximação foi o incremento no comércio entre Brasil e países africanos, que quintuplicou entre 2000 e 2010, passando de US$ 4 bilhões para US$ 20 bilhões.

O banco salienta o papel do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) nessa relação: em 2008, o banco emprestou US$ 477 milhões (R$ 838 milhões) a empresas brasileiras com operações na África; em 2010, o valor subiu para US$ 649 milhões (R$ 1,14 bilhão).

Essas companhias, afirma o relatório, estão presentes em quase todo o continente [africano] e atuam, sobretudo, nos setores de infraestrutura, energia e mineração.

Embora a operação dessas empresas na África tenha se tornado mais visível nos últimos anos, o documento diz que elas começaram a atuar no continente nos anos 1980, o que hoje as deixa em posição privilegiada.

Outro aspecto destacado pelo Banco Mundial é que as companhias brasileiras tendem a contratar trabalhadores locais em seus projetos, favorecendo sua capacitação profissional. Essa postura contrasta com a da China, que, nos últimos anos, se tornou principal parceira econômica de muitos países africanos, mas às vezes é contestada por empregar majoritariamente operários chineses em seus empreendimentos no continente.

O Banco Mundial também cita o papel desempenhado por pequenas e médias empresas brasileiras na África. Segundo o relatório, numa feira de negócios em São Paulo em abril de 2010, companhias brasileiras e africanas fecharam acordos de US$ 25 milhões nos setores de bebidas, alimentos, roupas, calçados, automóveis, eletrônicos, construção e cosméticos.

PROGRAMAS DE COOPERAÇÃO

Além da aproximação comercial, o relatório trata da crescente cooperação entre Brasil e nações africanas nos setores de agricultura, saúde, energia, proteção social e capacitação profissional.

O banco afirma que, graças a características geofísicas comuns (como clima e tipos de solo), a tecnologia brasileira costuma se adaptar a muitas regiões africanas. Diz ainda que sucessos recentes do Brasil nos campos social e econômico atraíram a atenção de muitos países na África, além dos lusófonos com quem o Brasil tem conexões históricas.

O relatório cita parcerias entre os governos do Brasil e de países africanos para o tratamento de HIV/Aids, malária e anemia falciforme e diz que a experiência brasileira em proteção social está sendo adaptada e replicada no Quênia, Senegal e em Angola.

Ainda assim, afirma que, como esses projetos começaram há menos de dez anos, é difícil mensurar seus resultados.

No entanto, em muitos casos, resultados iniciais têm sido positivos, destacando o potencial para uma relação mais sólida e de longo prazo”, conclui o Banco Mundial.”

FONTE: divulgado pela "Agência Estado", com informações da agência britânica de notícias BBC  (http://blogdofavre.ig.com.br/2011/10/relacao-brasil-africa-pode-religar-os-2-lados-do-atlantico-diz-banco-mundial/) [imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

10 comentários:

  1. 24/10/2011: Quem será o próximo, depois da Líbia?

    Por Paul Craig Roberts, no Global Research

    Se os planos de Washington forem bem-sucedidos, a Líbia vai se tornar mais um Estado fantoche dos Estados Unidos. A maior parte das cidades e infraestruturas foi destruída por ataques das forças aéreas dos EUA e dos seus fantoches da Otan.

    Empresas estadunidenses e europeias agora obterão polpudos contratos, financiados pelos contribuintes norte-americanos, para reconstruir a Líbia. O novo parque imobiliário será cuidadosamente concedido a uma nova classe dirigente escolhida por Washington. Isto colocará a Líbia firmemente sob as patas de Washington.

    Com a Líbia conquistada, o Africom começará a olhar para os outros países africanos nos quais a China tem investimentos em energia e mineração. Obama já enviou tropas para a África Central sob o pretexto de derrotar o Exército da Resistência de Deus, uma pequena insurgência contra o ditador vitalício.

    O porta-voz republicano da Câmara, John Boehner, saudou a perspectiva de mais uma guerra ao declarar que o envio de tropas dos EUA para a África Central "promove os interesses estadunidenses de segurança nacional e a sua política externa". O senador republicano James Inhofe acrescentou mais alguns dedos de prosa sobre a nobre ação de salvar "crianças ugandesas", uma preocupação que o senador não teve com as crianças da Líbia, da Palestina, do Iraque, do Afeganistão e do Paquistão.

    Washington ressuscitou o Jogo da Superpotência e está competindo com a China. Mas enquanto a China faz investimentos e ofertas de infraestrutura à África, Washington envia tropas, bombas e bases militares. Mais cedo ou mais tarde a agressividade de Washington em relação à China e à Rússia irá explodir nas nossas caras.

    De onde vem o dinheiro para financiar o Império Africano de Washington? Não é do petróleo líbio. Grandes porções do mesmo foram prometidas aos franceses e britânicos, que deram cobertura a esta última guerra aberta de agressão. Não de receitas fiscais de uma economia estadunidense em colapso, onde o desemprego, se medido corretamente, é de 23%.

    Como o deficit do orçamento anual de Washington tão enorme como é, o dinheiro só pode vir das máquinas de impressão.

    Washington já fez as máquinas de impressão trabalharem o suficiente para elevar o índice de preços ao consumidor – urbano (CPI-U) a 3,9% ao ano (até o fim de setembro), o índice de preços ao consumidor – para trabalhadores e empregados administrativos (CPI-W) a 4,4% ao ano e o índice de preço no produtor (PPI) a 6,9% ao ano.

    Como mostra o estatístico John Williams (shadowstats.com), as medidas oficiais de inflação são manipuladas a fim de manter baixos os ajustes de custo de vista para os que recebem da Seguridade Social, o que poupa dinheiro que será usado nas guerras de Washington. Quando medida corretamente, a taxa de inflação atual dos EUA é de 11,5%.

    Que taxa de juros podem obter os poupadores sem assumir riscos maciços com os títulos gregos? Os bancos dos EUA pagam menos do que 0,5% nos depósitos de poupança assegurados pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation). Títulos a curto prazo do governo dos EUA pagam essencialmente zero.

    Portanto, de acordo com estatísticas oficiais do governo estadunidense, os poupadores norte-americanos perdem anualmente entre 3,9% e 4,4% do seu capital. Segundo a estimativa da taxa real de inflação feita por John Williams, os poupadores dos EUA perdem hoje 11,5% das suas poupanças acumuladas.

    Quando norte-americanos aposentados não recebem juros sobre as suas poupanças, eles têm de gastar o seu capital. A capacidade deles de sobreviverem, mesmo os mais prudentes, com as taxas de juro negativas que recebem e a erosão pela inflação de quaisquer pensões que recebam chegará a um fim uma vez que seus ativos acumulados sejam exauridos.

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  2. Exceto para os multimilionários protegidos de Washington, o 1% que capturou todos os ganhos de rendimento dos últimos anos, o resto dos EUA foi remetido para o caixote do lixo. Nada, o que quer que seja, foi feito para eles desde o golpe da crise financeira de dezembro de 2007. Bush e Obama, republicanos e democratas, centraram-se em salvar o 1% enquanto davam de ombros para os 99%.

    Finalmente, alguns norte-americanos, embora não em número suficiente, entenderam o "patriotismo" desfraldador de bandeira que os remeteu para o caixote do lixo da história. Eles não vão afundar sem um combate e estão nas ruas. O Occupy Wall Street propaga-se. Qual será o destino deste movimento?

    Será que a neve e o gelo do inverno vão acabar com os protestos, ou os remeterá para dentro de edifícios públicos? Quanto tempo as autoridades locais, subservientes a Washington como são, toleram o sinal óbvio de que falta à população qualquer confiança que seja no governo?

    Se os protestos perdurarem, especialmente se crescerem e não forem dobrados, as autoridades infiltrarão os manifestantes com provocadores da polícia, que dispararão contra os policiais. Isto será a desculpa para abaterem os manifestantes e prenderem os sobreviventes como "terroristas" ou "extremistas internos" e enviá-los para os campos de US$ 385 milhões construídos por contrato do governo dos EUA pela Halliburton de Cheney.

    Em seguida o Estado policial Amerikano

    O Estado Policial Amerikano terá dado seu passo seguinte para o Estado de Campo de Concentração Amerikano.

    Enquanto isso, perdidos na sua inconsciência, conservadores continuarão a resmungar acerca da ruína do país devido ao casamento homossexual, ao aborto e às mídias "liberais". Organizações liberais comprometidas com a liberdade civil, tais como a ACLU, continuarão a equiparar o direito da mulher a um aborto com a defesa da Constituição dos EUA. A Anistia Internacional apoiará Washington, demonizando o seu próximo alvo de ataque militar enquanto fecha os olhos aos crimes de guerra do presidente Obama.

    Quando consideramos que Israel, sob a proteção de Washington, tem escapado impune – apesar de crimes de guerra, assassinatos de crianças, a expulsão em total desrespeito ao direito internacional de palestinos da sua terra ancestral, da derrubada das suas casas com bulldozers e da extração das suas oliveiras a fim de entregar terras a "colonos" fanáticos – podemos apenas concluir que Washington, o viabilizador de Israel, pode ir muito mais longe.

    Nestes poucos anos de início do século 21, Washington destruiu a Constituição dos Estados Unidos, a separação de poderes, o direito internacional, a responsabilidade do governo e sacrificou todo princípio moral a fim de alcançar a hegemonia sobre o mundo inteiro. Esta agenda ambiciosa é empreendida ao mesmo tempo que Washington acaba com toda a regulamentação sobre Wall Street, o lar da cobiça maciça, permitindo ao horizonte de curto prazo de Wall Street arruinar a economia do país, destruindo portanto a base econômica para o assalto de Washington ao mundo.

    Será que os EUA entrarão em colapso, num caos econômico, antes de dominarem o mundo?

    http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167066&id_secao=9

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  3. 25/10/2011: O Irã na mira do imperialismo

    "...São bem conhecidos os métodos utilizados por Washington para demonizar estados que não se submetam. Tal como sucedeu em ocasiões anteriores com outros destinatários, a atual operação de desinformação contra o Irã tem o claro objetivo de tentar uma nova etapa na intervenção imperialista no Oriente Médio.

    "...Para melhor enganar os povos, as potências da Otan costumam chamar às montanhas de cadáveres provocadas pelos seus bombardeamentos “danos colaterais”. Mas tanto sofrimento aumentará a consciência dos povos do Oriente Médio de que nesta fase superior e criminosa do capitalismo, as verdadeiras revoluções democráticas e libertadoras não podem deixar de visar o imperialismo, a defesa da soberania nacional e da justiça social, e de se dirigirem contra o poder do capital financeiro e da burguesia monopolista, a mais perigosa e brutal classe exploradora e opressora da história da humanidade."

    (Por Rui Paz, analista de política internacional)

    http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167079&id_secao=9

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  4. E a historia e o futuro escreverá: O mundo, antes e depois de Gaddafi.

    “Não pode ser. Não será. Não vai ficar assim, ya know, essa violência não pode ficar sem castigo, man.”

    Muammar Abu Minyar al-Gaddafi

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    25/10/2011: Das guerras do ópio às guerras do petróleo

    "A morte de Kadafi é uma virada histórica", proclamam em coro os dirigentes da Otan e do Ocidente, sem se incomodarem sequer em guardar distâncias em relação ao bárbaro assassinato do líder líbio e das mentiras desavergonhadas que proferiram os chefes dos "rebeldes". Sim, efetivamente trata-se de uma virada. Mas para entender o significado da guerra contra a Líbia no âmbito do colonialismo é preciso partir de longe...

    Por Domenico Losurdo, em seu blog*

    Quando em 1840 os navios de guerra ingleses surgem diante das costas e das cidades chinesas, os agressores dispõem de um poder de fogo de milhares de canhões e podem semear destruição e morte em grande escala sem temer a artilharia inimiga, cujo alcance é muito reduzido. É o triunfo da política dos canhões: o grande país asiático e sua civilização milenar são obrigados a render-se e começa o que a historiografia chinesa denomina acertadamente como "o século das humilhações", que termina em 1949 com a chegada ao poder do Partido Comunista e de Mao Tsé-Tung.

    Nos nossos dias, a chamada Revolution in Military Affairs (RMA) criou em muitos países do Terceiro Mundo uma situação parecida com a que a China enfrentou no seu tempo. Durante a guerra contra a Líbia de Kadafi, a Otan pôde consumar tranquilamente milhares de bombardeamentos e não só não sofreu baixas como sequer correu o risco de sofrê-las. Neste sentido a força militar da Otan, mais do que um exército tradicional, parece-se a um pelotão de execução. Assim, a execução final de Kadafi, mais do que um fato causal ou acidental, revela o sentido profundo da operação em conjunto.

    É algo palpável: a renovada desproporção tecnológica e militar reaviva as ambições e as tentações colonialistas de um Ocidente que, a julgar pela exaltada autoconsciência e falsa consciência que continua a ostentar, nega-se a liquidar contas com a sua história. E não se trata só de aviões, navios de guerra e satélites. Ainda é mais clara a vantagem com que Washington e seus aliados podem contar em capacidade de bombardeamento midiático. Também nisto a "intervenção humanitária" contra a Líbia é um exemplo de manual: a guerra civil (desencadeada, entre outras coisas, graças ao trabalho prolongado de agentes e unidades militares ocidentais e no decorrer da qual os chamados "rebeldes" podiam dispor desde o princípio até de aviões) apresentou-se como uma matança perpetrada pelo poder contra uma população civil indefesa. Em contrapartida, os bombardeios da Otan, que até o fim assolaram a Sirte assediada, faminta, sem água nem medicamentos, foram apresentados como operações humanitárias a favor da população civil da Líbia!

    Hoje em dia este trabalho de manipulação, além de contar com os meios de comunicação tradicionais de informação e desinformação, vale-se de uma revolução tecnológica que completa a Revolution in Military Affairs. Como expliquei em intervenções e artigos anteriores, são autores e órgãos de imprensa ocidentais próximos ao Departamento de Estado os que celebram que o arsenal dos EUA se enriqueceu com novos e formidáveis instrumentos de guerra. São jornais ocidentais e de comprovada fé ocidental que contam, sem nenhum sentido crítico, que no decorrer das "guerras internet" a manipulação e a mentira, assim como a instigação à violência de minorias étnicas e religiosas, também mediante a manipulação e a mentira, estão na ordem do dia. É o que está acontecendo na Síria contra um grupo dirigente mais acossado do que nunca por haver resistido às pressões e intimidações ocidentais e se ter negado a capitular diante de Israel e a trair a resistência palestina.

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  5. Mas voltemos à primeira guerra do ópio, que termina em 1842 com o Tratado de Nanjing. É o primeiro dos "tratados desiguais", ou seja, imposto com os canhões. No ano seguinte chega a vez dos Estados Unidos. Também envia canhões para arrancar o mesmo resultado que a Grã-Bretanha e inclusive algo mais. O tratado de Wahghia (nas proximidades de Macau) de 1843 sanciona o privilégio da extraterritorialidade para os cidadãos estadunidenses residentes na China: mesmo que cometam delitos comuns, subtraem-se à jurisdição chinesa. O privilégio da extraterritorialidade, evidentemente, não é recíproco, não vale para os cidadãos chineses residentes nos Estados Unidos. Uma coisa são os povos colonizados e outra muito diferente a raça dos senhores. Nos anos e décadas posteriores, o privilégio da extraterritorialidade amplia-se aos chineses que "dissidem" da religião e da cultura do seu país e convertem-se ao cristianismo (com o que teoricamente passam a ser cidadãos honorários da república estadunidense e do Ocidente em geral).

    Também nos nossos dias o duplo critério da legalidade e da jurisdição é um elemento essencial do colonialismo: os "dissidentes", ou seja, os que se convertem à religião dos direitos humanos tal como é proclamada de Washington a Bruxelas, os Quisling [traidores à pátria] potenciais a serviço dos agressores, são contemplados com o prêmio Nobel e outros prêmios parecidos depois de o Ocidente ter desencadeado uma campanha desaforada para subtrair os premiados à jurisdição do seu país de residência, campanha reforçada com embargos e ameaça de embargo e de "intervenção humanitária".

    O duplo critério da legalidade e da jurisdição alcança suas cotas mais altas com a intervenção do Tribunal Penal Internacional (TPI). Os cidadãos estadunidenses e os soldados e mercenários de faixas e estrelas espalhados por todo o mundo ficam e devem ficar fora da sua jurisdição. Recentemente, a imprensa internacional revelou que os Estados Unidos estão dispostos a vetar a admissão da Palestina na ONU, entre outras coisas, para impedir que a Palestina possa denunciar Israel perante o TPI: seja como for, na prática quando não na teoria, deve ficar claro para todo o mundo que só os povos colonizados podem ser processados e condenados. A sequência temporal é em si mesma eloquente. 1999: apesar de não haver obtido autorização da ONU, a Otan começa a bombardear a Iugoslávia; pouco depois, sem perda de tempo, o TPI trata de incriminar não os agressores e responsáveis da ruptura da ordem jurídica internacional estabelecida após a II Guerra Mundial e sim [Slobodan] Milosevic. 2011: violentando o mandato da ONU, longe de se preocupar com o destino dos civis, a Otan recorre a todos os meios para impor a mudança de regime e ganhar o controle da Líbia. Seguindo uma pauta já ensaiada, o TPI trata de incriminar Kadafi. O chamado Tribunal Penal Internacional é uma espécie de apêndice judicial do pelotão de execução da Otan. Poder-se-ia dizer, inclusive, que os magistrados de Haia são como padres que, sem perder tempo a consolar a vítima, esmeram-se diretamente em legitimar e consagrar o algoz.

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  6. Uma última observação. Com a guerra contra a Líbia, perfilou-se numa nova divisão do trabalho no âmbito do imperialismo. As grandes potências coloniais tradicionais, como a Inglaterra e a França, valendo-se do decisivo apoio político e militar de Washington, centram-se no Oriente Médio e na África, ao passo que os Estados Unidos deslocam cada vez mais seu dispositivo militar para a Ásia. E assim voltamos à China. Depois de haver deixado para trás o século de humilhações que começou com as guerras do ópio, os dirigentes comunistas sabem que seria insensato e criminoso faltar pela segunda vez ao encontro com a revolução tecnológica e militar: enquanto liberta centenas de milhões de chineses da miséria e da fome a que os havia condenado o colonialismo, o poderoso desenvolvimento econômico do grande país asiático é também uma medida de defesa contra a agressividade permanente do imperialismo. Aqueles que, inclusive na "esquerda", se põem a reboque de Washington e Bruxelas na tarefa de difamação sistemática dos dirigentes chineses. demonstram que não se preocupam nem com a melhoria das condições de vida das massas populares nem com a causa da paz e da democracia nas relações internacionais.

    *Domenico Losurdo é italiano, pensador marxista e professor titular de filosofia da história da Universidade de Urbino. Além da atividade acadêmica, integra o Comitê Político Nacional do Partito da Refundação Comunista (PRC).

    http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167081&id_secao=9

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  7. 24/10/2011: O papel genocida da Otan

    Neste domingo (23), o líder da Revolução cubana Fidel Castro iniciou uma nova série de Reflexões sobre a Otan, organização agressiva e genocida a serviço do imperialismo norte-americano e as potências da União Europeia. Leia a tradução inédita em português.

    http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=166975&id_secao=9

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    25/10/2011: O papel genocida da Otan (2ª parte)


    Há pouco mais de oito meses, em 21 de fevereiro do ano em curso, afirmei com plena convicção: "O plano da Otan é ocupar a Líbia". Sob esse título abordei pela primeira vez o tema em uma Reflexão cujo conteúdo parecia fruto da fantasia.

    http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167077&id_secao=9

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    Reflexiones de Fidel

    Artículos de Fidel Castro Ruz publicados en exclusiva en Cubadebate sobre diversos temas de actualidad

    En Twitter: @ReflexionFidel

    http://www.cubadebate.cu/categoria/reflexiones-fidel/

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  8. Fidel Castro: O papel genocida da Otan (terceira parte)

    O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, publicou na última quarta-feira (26) a terceira parte de suas Reflexões sobre o papel genocida da Otan.

    No texto, ele relembra passagens de uma Reflexão publicada em 23 de fevereiro do ano em curso, sob o título “Dança macabra de cinismo”, na qual afirmava, entre outras coisas, que a política de saque imposta pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan no Oriente Médio havia entrado em crise. Fidel analisava os acontecimentos na Líbia, onde tinha início uma guerra civil, e retratava as declarações dos líderes das principais potências imperialistas, que considerou uma “dança macabra de cinismo”.

    Na Reflexão publicada ontem, o líder da Revolução Cubana afirma:

    Enquanto meditava sobre estes fatos, nas Nações Unidas se abriu o debate previsto para a terça-feira, 25 de outubro, em torno da “Necesidade de pôr fim ao bloqueio comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”, algo que vinha sendo apresentado pela imensa maioria dos países membros dessa instituição ao longo de 20 anos.

    Desta vez os numerosos raciocínios elementares e justos – que para os governos dos Estados Unidos não eram mais que exercícios retóricos – puseram em evidência, como nunca antes, a fraqueza política e moral do império mais poderoso que já existiu, a cujos interesses oligárquicos e insaciável sede de poder e riquezas têm sido submetidos todos os habitantes do planeta, incluído o próprio povo desse país.

    Os Estados Unidos tiranizam e saqueiam o mundo globalizado com seu poderio político, econômico, tecnológico e militar.

    Essa verdade se torna cada vez mais óbvia depois dos debates honestos e valentes que tiveram lugar nos últimos 20 anos nas Nações Unidas, com o apoio dos Estados que se supõe expressam a vontade da imensa maioria dos habitantes do planeta.

    Antes da intervenção de Bruno [Rodriguez, chanceler cubano], numerosas organizações de países expressaram seus pontos de vista através de um dos seus membros. O primeiro deles foi a Argentina, em nome do Grupo dos 77 mais a China; seguiram-na o Egito, em nome dos Noal [Não Alinhados]; Quênia, em nome da União Africana; Belize, em nome do Caricom; Cazaquistão, em nome da Organização da Cooperação Islâmica; e o Uruguai, em nome do Mercosul.

    Com independência destas expressões de caráter coletivo, a China, país de crescente peso político e econômico no mundo, a Índia e a Indonésia apoiaram firmemente a resolução através de seus embaixadores; entre os três, representam 2 bilhões e 700 milhões de habitantes. Também o fizeram os embaixadores da Federação Russa, Belarus, África do Sul, Argélia, Venezuela e México. Entre os países mais pobres do Caribe e América Latina, vibraram as palabras solidárias da embaixadora de Belize, que falou em nome da comunidade do Caribe, São Vicente e Granadinas e a Bolivia, cujos argumentos relacionados com a solidaridade ao nosso povo, apesar de um bloqueio que já dura 50 anos, será um estímulo imperecível para nossos médicos, educadores e cientistas.

    A Nicarágua falou antes da votação, para explicar com valentia porque votaria contra aquela pérfida medida.

    Antes já tinha falado o representante dos Estados Unidos para explicar o inexplicável. Senti pena dele. É o papel que lhe atribuíram.

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  9. Quando chegou a hora da votação, dois países se ausentaram: Líbia e Suécia; três se abstiveram: Ilhas Marshall, Micronésia e Palau; dois votaram contra: Estados Unidos e Israel. Somados os que votaram contra, se abstiveram, ou se ausentaram: Estados Unidos, com 313 milhões de habitantes; Israel, com 7,4 milhões; Suécia, com 9,1 milhões; Líbia, com 6,5 milhões; Ilhas Marshall, con 67,1 mil; Micronésia, com 106,8 mil; Palau, com 20,9 mil, somam 336 milhões e 948 mil, o equivalente a 4,8% da população mundial, que já se eleva este mês a 7 bilhões.

    Depois da votação, para explicar seus votos, falou a Polônia em nome da União Europeia que, apesar de sua aliança estreita com os Estados Unidos e sua obrigatória participação no bloqueio, é contrária a essa medida criminosa.

    Depois fizeram uso da palavra 17 países, para explicar com firmeza e decisão por que votaram a favor da resolução contra o bloqueio.

    Continuará na sexta-feira (28).

    Fidel Castro Ruz
    26 de outubro de 2011
    21h45

    Traduzido pela Redação do Vermelho
    Fonte: Cubadebate

    http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167280&id_secao=7

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  10. 26/10/2011

    Síria: Um milhão de pessoas nas ruas em apoio ao governo

    Mais de um milhão de pessoas lotaram a praça Umayyad, em Damasco, no Festival da Árvore da Família, uma festa tradicional na Síria. A comemoração acabou se convertendo em uma festa de apoio ao presidente Bashar al-Assad e seu governo.

    Desde cedo grupos de jovens entusiastas e pessoas de várias idades se dirigiram à praça, por meio de carros, caminhonetes, ônibus ou simplesmente a pé, pelas diferentes artérias de Damasco que convergem para a Umayyad.

    A multidão portava bandeiras sírias e cartazes com a foto de seu líder e gritavam lemas a favor do governo.

    O que mais chamava a atenção era a alegria demonstrada pelo povo que se dirigia para a comemoração. Muitos jovens tinham as cores nacionais pintadas no roso, em suas bochechas ou na testa, enquanto outros cobriam suas cabeços com tecidos coloridos com as cores nacionais.

    Sob o lema "Viva a pátria e seus líderes... o povo sírio é uma só família", os participantes ergueram uma árvore simbólica feita de tela e que tinha uma fotografia de Al-Assad no centro.

    O imenso cartaz também tinha registrado o nome de milhares de cidadãos, escrito com o próprio sangue, segundo explicou o enviado da agência Prensa Latina, para expressar seu apoio à unidade nacional e repudiar todas as formas de intromissão estrangeira.

    O ato incluiu também uma apresentação musical. A multidão presente deu apoio ao programa de reforma iniciado pelo governo e agradeceu o apoio dos países que apoiaram a Síria contra a campanha de agressão que tem sofrido.

    Na fachada de um dos edifícios contíguos à praça foram erguidas três imensas bandeiras, da Síria, da China e da Rússia, um gesto de agradecimento à decisão dos dois países de vetar uma resolução patrocinada pelas potências ocidentais contra a Síria – as mesmas que concretizaram a agressão à Líbia.

    As manifestações a favor do governo no Dia da Árvore da Família não ocorreram apenas em Damasco. A agência de notícias síria SANA relata que em Hasaka, cidade a quase 600 quilômetros de distância da capital, houve um ato na Praça do Presidente, com milhares de pessoas, em apoio à soberania nacional e contra toda a forma de interferência estrangeira.

    Durante a noite, milhares de jovens se concentraram no bairro de al-Qassa, área onde moram muitos cristãos, e caminharam até a praça Bab Touma, em uma manifestação de apoio ao presidente al-Assad e de repúdio à ingerência estrangeira.

    Os participantes conclamaram às nações ocidentais e aos meios de comunicação desses países, que exacerbam a ofensiva contra a síria, para que parem com a instigação ao caos e à sedição.

    Os jovens acenderam velas em tributo às milhares de vítimas das gangues de criminosos e aos que morreram em combate contra os bandos armados financiados por potências estrangeiras, que realizam ações terroristas no país.

    Em vários pontos da cidade há cartazes colados nas paredes em que se lê "Liberdade não significa o caos. Democracia não significa matar os outros; O massacre é contra o interesse da nação".

    Na semana passada, a cidade de Aleppo, a mais populosa e de maior importância econômica do país, foi também cenário de uma gigantesca manifestação e marcha. A própria Damasco foi palco de algo semelhante há quinze dias. Todas as marchas aconteceram em apoio ao governo de Al-Assad.

    Com informações da Prensa Latina

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