quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A PARCERIA ESTRATÉGICA SINO-RUSSA



RÚSSIA E CHINA: PUTIN NA COVA DO DRAGÃO

Governos dos dois grandes países da Ásia debatem energia e mísseis, enquanto nutrem desconfianças mútuas em relação a Washington

Por M.K. Bhadrakumar, no ‘Asia Times Online’ (tradução: Vila Vudu)

“Quinze dias antes de anunciar sua candidatura à presidência da Rússia para as eleições de 2012, o primeiro-ministro Vladimir Putin visitará Pequim. O Kremlin tem em alta conta o simbolismo político, e os líderes chineses nunca se preocuparam com esconder o caloroso afeto que sentem por Putin. As conversações em Pequim, dias 11 e 12 de outubro, atrairão imensa atenção de todo o mundo.

A cooperação no campo da energia, que é vetor importante da parceria estratégica sino-russa, estará, inevitavelmente, no ponto focal da visita. Mas o raro “duplo veto” contra sanções à Síria, no Conselho de Segurança da ONU, semana passada, significa que a aliança está assumindo novo tempero. Os dois países nunca haviam partilhado preocupação tão semelhante quanto ao Oriente Médio, nem jamais mostraram desejo comum de preservar os respectivos interesses na região.

Putin viaja à China, num pano de fundo muito mais amplo das relações entre Rússia e o ocidente, sobretudo com os EUA. Não se trata apenas de as relações EUA-Rússia estarem empacadas; as coisas estão andando para trás, como se o relógio tivesse voltado a um ponto anterior ao início da era Barack Obama.

Do outro lado da mesa, o governo Obama está ressuscitando antigos contenciosos —principalmente os mísseis de defesa, as rivalidades no Mar Cáspio, uma estratégia de “grande Ásia Central” etc. Essas questões têm impacto sobre os principais interesses da China, e a questão principal é em que medida Moscou e Pequim considerarão útil ou interessante coordenar as respectivas posições.

MAIORES EXPECTATIVAS

Mas a cooperação no campo da energia é item nº 1 da agenda de Putin e, de fato, é o lubrificante que pode acelerar a complexa parceria sino-russa. Diferenças sobre preços já fizeram parar um negócio de um trilhão de dólares, de venda de gás russo à China. Se Putin cederá na negociação, para conseguir fechar o negócio, é tema que interessa a toda a economia mundial.

Um negócio de compra e venda de gás pode dar forte impulso à parceria, mas a Rússia tem maiores expectativas. Importante especialista russo em questões de energia e diálogo com a China, o professor Igor Tomberg, escreveu recentemente que “vender matéria-prima nada tem a ver com parceria estratégica.”

Em artigo publicado na revista ‘International Affairs’, do ministério de Relações Exteriores, Tomberg escreveu:

Para a ‘Gazprom’ [gigante russa de energia], participação intensiva não implica somente recursos, mas também participação tecnológica e financeira na formação do mercado nacional. Implica não só fornecimento de gás, mas participação nas redes de distribuição de gás (compra de ativos e construção de novas fábricas), com vista a controlar a gerência operacional das redes domésticas de distribuição de gás.”

Destacou que as empresas russas de energia até agora só “muito lenta e episodicamente” entraram no mercado nacional chinês. Numa sugestão radical, Tomberg sugere que Moscou poderia flexibilizar o preço do gás fornecido se, em troca, lhe for garantido acesso ao mercado doméstico chinês, “porque o centro gerador de lucros move-se, da fronteira [sino-russa], mais para o interior”, dentro da China. Reconhece que “é tarefa colossal, não só em termos políticos, mas também em termos técnicos”, e exigiria uma ampla “harmonização dos interesses dos dois países, no campo da segurança em energia”.

Significativamente, Tomberg escrevia para ‘abrir as cortinas’ da visita de Putin a Pequim e acrescentou que “Moscou tem interesse significativo em interação mais ampla com os parceiros e especialistas chineses”. Sugeriu, especificamente, que “especialistas russos e chineses possam trabalhar juntos nas seguintes direções: coordenação de estratégias de energia dos dois países, previsões e cenários; desenvolvimento de infraestrutura de mercado; eficiência energética e fontes alternativas de energia.

A encomenda à Europa do gasoduto do norte [Nord Stream] e o início iminente dos trabalhos de construção do oleoduto do sul [South Stream] põem a Rússia em terreno firme. Mas surgiram novas tensões na política de energia do Cáspio.

O Azerbaijão ganhou a sorte grande, com descobertas de grandes jazidas de gás que, do dia para a noite, aumentam as chances dos projetos do oleoduto transCáspio patrocinados pelos EUA e que podem garantir acesso aos europeus, diretamente às reservas de energia da região, alterando a situação atual, em que dependem do que a Rússia lhes forneça.

Em termos simples, a Europa está ganhando poder de alavancagem na negociação de preços com a Rússia e para manter afastadas as companhias russas de energia, tirando-lhes condições para que entrem mais agressivamente no mercado europeu de energia, mediante aquisições ou conseguindo participação na rede de distribuição. Moscou vê a mão oculta dos EUA no renovado impulso da Comissão Europeia para impor política comum a todos os países-membros nos negócios de energia com a Rússia.

CORTINA DE FUMAÇA

Mas em nenhum outro aspecto essas rivalidades são hoje mais agudas e mais graves que na disputa sobre os mísseis de defesa (mísseis antibalísticos – ABM, em inglês) que os EUA andam instalando pelo mundo. Na quarta-feira, o governo Obama anunciou que os EUA vão instalar uma base de cruzadores Aegis [1] na costa da Espanha. A notícia vem imediatamente depois da notícia do deslocamento de naves de combate equipadas com a tecnologia ABM na Romênia, Bulgária e Turquia.

Há dois anos, quando falava de reconfigurar as relações com a Rússia, Obama prometeu que revisaria o plano ABM –ou, pelo menos, Moscou assim interpretou aqueles discursos. E, hoje, Obama, de fato, está completando o escudo, previsto para estar completado à altura de 2020.

Moscou reagiu rapidamente. Declaração do ministério do Exterior denunciou o negócio com a Espanha e ameaça abandonar qualquer cooperação com os EUA. Alegou que os EUA fecharam o negócio com a Espanha “sem discussão coletiva”, e que constitui “aumento significativo do potencial de mísseis dos EUA na zona europeia”. Diz a declaração:

Não apenas não se constata qualquer presteza, no governo dos EUA, para dar encaminhamento à preocupação russa sobre a questão chave de garantir que o futuro sistema não visará o arsenal nuclear russo estratégico; observamos também a tendência, pelos EUA, de expandir cada vez mais a distribuição de sistemas norte-americanos antimísseis. Se isso continuar, estará fechada qualquer possibilidade de (…) converter a defesa antimísseis, de área de confrontação, em área de cooperação.”

A questão do escudo de mísseis pode vir a ser mais que disputa entre a Rússia e o ocidente. Os EUA estão trazendo o Japão e a Coreia do Sul para seu escudo ABM. Interessante, que a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) encaminhou a Nova Delhi, no início de setembro, convite para que a Índia incorpore-se como “parceira” ao seu programa de mísseis balísticos, e o ‘establishment’ de defesa indiano está considerando ativamente o convite da OTAN, com um olho na possibilidade de dar um xeque mate às capacidades chineses.

Deve-se esperar que a China venha, cada vez mais, partilhar a visão dos russos sobre o sistema de mísseis antibalísticos –para os quais o sistema ABM não passa de cortina de fumaça para neutralizar suas defesas. Quando a reaproximação entre EUA e os russos e as conversações exploratórias sobre o sistema ABM recomeçam, Moscou e Pequim podem sentir a necessidade de calibrarem suas respostas políticas a um desafio comum.

Por outro lado, as preocupações de russos e chineses com a segurança sobrepõem-se quase completamente, ante o recente movimento do governo Obama para reviver a estratégica da “grande Ásia Central”. Washington chama hoje aquela estratégia de projeto “Rota da Seda” e espera expandi-la para incluir aliados europeus dos EUA, associando a “Rota da Seda” e a estabilização do Afeganistão, onde a OTAN desempenha papel chave.

O projeto “Rota da Seda” tem, em boa parte, a mesma orientação da estratégia “grande Ásia Central” do governo de George W Bush –a saber, fazer retroceder a influência de russos e chineses na Ásia Central. À primeira vista, não será fácil para Moscou e Pequim opor-se ao projeto de Obama, dado que tem apoio europeu e está ostensivamente ligado à estabilização do Afeganistão.

Washington espera construir consenso internacional a favor do projeto, em conferência sobre o Afeganistão, marcada para acontecer em Istanbul, Turquia, dia 2/11/2011.

Enquanto isso, crescem os sinais de que o Uzbequistão está interessado em apoiar a OTAN, na agenda da aliança para expandir sua influência na Ásia Central. Os EUA estão bem posicionados para iniciar ampla cooperação militar expandida com o Uzbequistão, incluindo fornecimento de armas. Essas tendências recentes, que pesam na direção de uma permanente presença militar dos EUA no Afeganistão, não favorecem os interesses regionais de Rússia e China.

“NO AR”

Como se leu em comentário de Moscou sobre o 10º aniversário da guerra dos EUA contra o Afeganistão, o “prazo final de retirada [de Obama], marcado para 2014, parece estar no ar”. De fato, o novo comandante das forças da coalizão comandadas pelos EUA no Afeganistão, general John Allen, já admitiu abertamente, em entrevista à rede CBS, que o prazo final, de 2014, pode não ser cumprido. “O plano é vencer. O plano é sermos bem-sucedidos. Quer dizer… Mesmo que se ouça por aí que estaremos fora de lá em 2014, a verdade é que ficaremos por aqui por muito tempo”.[2]

Acrescentou que o número e a composição das forças dos EUA que permanecerão no Afeganistão depois de 2014 ainda não estão decididos. “A OTAN e seus aliados, me parece, não estão dispostos a deixar essa região muito volátil (…) Penso que as forças dos EUA permanecerão aqui por muito tempo.”

Moscou sente a necessidade de construir contraestratégia viável. A recente sugestão de Putin, de formar-se uma “União Eurasiana”, pode ser considerada sob essa perspectiva. Putin estima que, em última instância, o meio para impedir o avanço do ocidente no quintal russo na Ásia Central é expandir o espaço econômico comum da Rússia com o Cazaquistão e Belarus. Esse será o principal projeto da nova presidência de Putin –no caso de ser eleito– o que muito provavelmente acontecerá.

Até agora, a China tem polidamente contornado a ideia lançada por Putin, e o ‘Diário do Povo’ tem comentado amplamente que “a troca” na “fila de comando” no Kremlin “assegurará que a Rússia continue a manter a estabilidade e alcance desenvolvimento estável, para reconquistar seu status de grande potência”.

Mas acrescentou que, ao mesmo tempo, os registros russos ao longo de 20 anos mostram que a transição política sempre é “equação com várias incógnitas” e que a “equação” terá mais de uma resposta, como “projeto sistêmico complexo sem saída fácil adiante e sem modelo consagrado que se aplique”[3]. Outro comentário, no jornal do Partido Comunista, avalia, com cautela:

Por ora, interessa à China uma Rússia que siga Putin. No longo prazo, pode implicar desafios ao leste da Ásia; mas hoje não se pode saber. O renascer russo não pode ser contido e as relações entre Rússia e China serão mais complexas. Os objetivos básicos da política da China para a Rússia devem ser: manter-se adaptável à rota de desenvolvimento que Putin comandará e manter a parceria estratégica e de cooperação entre China e Rússia”.[4]
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[1] Mísseis de defesa instalados em navios. “Em janeiro de 1983, a marinha dos EUA incorporou o USS Ticonderoga, primeiro cruzador equipado com o sistema de combate Aegis, fabricado pela Lockheed Martin Corp.” (Mais, sobre isso, emhttp://usmilitary.about.com/od/navyweapons/a/aegis.htm

[2] 3/10/2011, CBS, emhttp://www.cbsnews.com/stories/2011/10/03/eveningnews/main20115051.shtml [em inglês].

[3] 28/9/2011, People Daily, em http://english.peopledaily.com.cn/90780/7606977.html [em inglês].

[4] 26/9/2011, People Daily, em http://english.peopledaily.com.cn/90780/7604203.html [em inglês].

FONTE: escrito por M.K. Bhadrakumar e publicado no “Asia Times Online”. Transcrito no portal de Luis Nassif com tradução de “Vila Vudu”  (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-parceria-estrategica-sino-russa#more) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’. Postagem sugerida pelo leitor Probus].

4 comentários:

  1. Bolsas dos Brics farão listagem cruzada de derivativos

    12/10/2011

    SÃO PAULO (Reuters) - As bolsas de valores do Brasil, Rússia, Índia, Hong Kong e África do Sul anunciaram nesta quarta-feira em Johanesburgo a criação de listagens cruzadas de derivativos de índices.
    Posteriormente, o grupo desenvolverá produtos para acompanhar as bolsas dos Brics.
    A iniciativa reúne, além da BM&FBovespa, a Micex russa, a National Stock Exchange of India, a Hong Kong Exchange --como representante chinês inicial--, e a Johannesburg Stock Exchange, segundo comunicado da bolsa brasileira.

    Além disso, a NSE e a BSE Ltd. (ex-Bombay Stock Exchange) já assinaram cartas de apoio e vão aderir à aliança após a finalização de algumas pendências.

    "As sete bolsas têm uma capitalização bursátil combinada de 9,02 trilhões de dólares, um volume financeiro diário médio de 422 bilhões de dólares e 9.481 empresas abertas", disse a BM&FBovespa.

    Durante a 51a reunião anual geral da WFE (World Federation of Exchanges), o presidente da Hong Kong Stock Exchange e da WFE Ronald Arculli, disse que "esta iniciativa foi inspirada pelo relacionamento próximo entre as bolsas de valores dos países Brics, por meio do qual os investidores globais ganharão acesso aos derivativos de índices de ações que agora serão cotados nas moedas locais destas bolsas."

    Estas listagens cruzadas ocorrerão até junho de 2012, segundo o executivo.

    Além de medir o desempenho dos mercados, os índices também servem como base para outros produtos financeiros, inclusive Exchange Traded Fund (ETFs).

    "Para a segunda fase do acordo, as bolsas concordaram em trabalhar juntas no desenvolvimento de produtos novos para listagens cruzadas nestas bolsas", explicou Russell Loubser, diretor-presidente da sul-africana JSE.

    Além disso, a segunda fase também incluirá o desenvolvimento de produtos que oferecem acesso às empresas listadas em todas as bolsas da aliança.

    "Depois disso, acontecerá a listagem cruzada destes produtos e sua negociação em moeda local", disse Edemir Pinto, diretor presidente da BM&FBovespa. "Os produtos também permitirão que os investidores acessem outros mercados em desenvolvimento por meio de um produto listado local."

    A terceira fase pode incluir o desenvolvimento de produtos e a cooperação com mais tipos de ativos de serviços, completou a bolsa brasileira.

    (Por Carolina Marcondes; Edição de Roberto Samora)

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  2. 14/10/2011: Agenda da guerra

    Inebriados pelo sucesso da barbárie em terras líbias, os paladinos da guerra imperialista miram novos horizontes. O militarismo ganha mais urgência no quadro quase inevitável de dupla recessão e do espectro de um colapso econômico que assombra o centro capitalista mundial.

    Por Luís Carapinha, no jornal Avante!

    Desde o quartel-general da Otan, Rasmussen exalta as virtudes das “operações multinacionais” e exige mais sacrifícios aos “parceiros” europeus dos EUA em prol da preservação dos orçamentos bélicos. Na capital líbia, entregue ao arbítrio das hordas do CNT, o senador McCain, candidato republicano derrotado por Obama nas últimas presidenciais norte-americanas, dá largas ao destempero reacionário da agenda dos EUA, ameaçando com novas cruzadas pela liberdade e democracia a Síria, o Irã, a China e a Rússia (Ria-Novosti, 29.09.11).

    Um contratempo nesta insana engrenagem constituiu o duplo veto da China e Rússia na votação do Conselho de Segurança (CS) da ONU da moção anti-Síria, coapresentada pelo governo vassalo de Passos Coelho e Portas. Brasil, Índia, África do Sul e o Líbano optaram pela abstenção numa votação que, contrariamente à sinistra resolução 1973 que abriu caminho à agressão e divisão da Líbia, estava condenada à partida pela oposição dos dois principais países fundadores da Organização de Cooperação de Xangai.

    Não obstante e contrastando com a atitude dilatória face à declaração de independência da Palestina, os EUA e UE insistiram em levar ao CS a moção apontada à soberania e integridade da Síria, esperando vir a tirar partido de uma nova campanha midiática assestada contra Moscou e Pequim.

    Por detrás das pias declarações dos responsáveis dos EUA e da UE e da imprecação do presidente Bashar al-Assad, esconde-se a implacável agenda imperialista que tudo faz para impedir uma saída soberana e democrática para os problemas enfrentados pela Síria e empurrar o país, historicamente baluarte das forças da resistência no Oriente Médio, para o abismo da desestabilização. Já depois do veto de 5 de outubro na ONU, o arco intervencionista, onde proeminentemente se alinham EUA, UE, Turquia e Arábia Saudita, deixou reiterada a ameaça velada de que continuará a recorrer a todos os métodos subversivos para fazer vingar a criminosa linha de ingerência que coloca em causa a própria existência da Síria como Estado.

    Ao mesmo tempo, o duplo veto na ONU deixou um travo amargo entre os aliados da Otan e cúmplices da desestabilização, agitando os receios em torno da Rússia e das perspectivas de relacionamento estratégico deste país com a China.

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  3. Depois da recente confirmação de Putin como candidato presidencial do “partido do poder”, Rússia Unida, já quase ninguém ousa falar em reset nas relações entre Washington e Moscou. “Medvedev é agora o símbolo supremo da fraqueza, os liberais odeiam-no mais do que Putin”, afirma um analista de política russa citado pela agência Reuters (30.9.11). O anúncio da rotação de cadeiras no Kremlin e a demissão, às mãos do “liberal” presidente russo, do poderoso ministro das Finanças, Kudrin, discípulo de Gaidar e figura grata aos interesses da grande finança internacional, equivalem para já ao estrondoso desmoronar das esperanças e intentos dos “parceiros” de Moscou do G8 em novamente tomar de assalto a direção política do regime russo.

    No xadrez mundial da correlação e rearrumação de forças, há que esperar novos passos de pressão e reforço da política de animosidade e contenção em relação à China e Rússia por parte dos EUA e da Otan. Inviabilizar uma eventual agenda própria, ainda que limitada, dos chamados países emergentes é outra prioridade conexa (veja-se o convite à Índia para o escudo antimíssil dos EUA, a que acabaram de se juntar a Turquia e Espanha).

    Na sua sanha agressiva, McCain ignora porém a resistência líbia. E contudo, apesar da brutal desproporção de meios, a determinação e coragem dos patriotas líbios lembra que caberá à ação dos povos, das grandes massas e dos trabalhadores ditar a última palavra.

    Fonte: Jornal Avante!

    http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=166313&id_secao=9

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  4. 14/10/2011: Rússia esboça reação ao escudo antimísseis dos EUA, diz jornal

    A Rússia já trabalha em uma resposta militar ao escudo antimísseis dos Estados Unidos. Os imperialistas estadunidenses já reconheceram oficialmente que não darão garantias jurídicas de que seus mísseis não apontarão para a Rússia, revelou uma autoridade do Kremlin em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo diário Kommersant.

    "Em linhas gerais, já sabemos o que é preciso fazer. Nossa resposta (militar) será barata, mas excepcionalmente efetiva", antecipou o funcionário do Kremlin ao jornal russo.

    Para a Rússia, "as intenções dos norte-americanos são cada vez mais óbvias: pretendem construir o escudo antimísseis sem levar em conta nossa postura".

    A autoridade russa ressaltou que nem sequer as garantias jurídicas, se fossem oferecidas em última instância, satisfariam a Rússia neste momento.

    "Já não nos conformaríamos, uma vez que estas garantias teriam uma validade máxima de cinco anos. O próximo presidente (dos Estados Unidos) poderia anulá-las", explicou.

    Na quarta-feira (12), Michael McFaul, que cuida dos assuntos sobre a Rússia no Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, indicou no Congresso norte-americano que as exigências da Rússia em matéria de defesa antimísseis não podem ser assumidas por Washington, pelo que as negociações se encontram em ponto morto.

    O escudo antimísseis dos Estados Unidos faz parte da militarização que continua em curso, ao lado da instalação de bases militares, da mudança do conceito estratégico da Otan e do lançamento de novos aparatos de guerra como a Quarta Frota e o Africom.

    Com agências

    http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=166304&id_secao=9

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