sexta-feira, 21 de outubro de 2011
PETROBRAS: “TRANSFORMAÇÕES GEOPOLÍTICAS NO SETOR ENERGÉTICO”
“O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, declarou que o Brasil será um dos principais contribuintes para o acréscimo na oferta de petróleo no mercado mundial e ressaltou que a demanda segue crescente nos países em desenvolvimento. Gabrielli participou na terça-feira (18/10) de reunião ministerial promovida pela “Agência Internacional de Energia” (IEA), em Paris. “Há mudança ocorrendo do setor de energia”, disse em discurso durante almoço com ministros e presidentes de empresas do setor.
Gabrielli explicou que a demanda por petróleo está migrando dos países da Europa, Estados Unidos e Japão para os países emergentes, como Brasil, China, Rússia, África do Sul. “É grande transformação na geopolítica e no mercado de logística do petróleo”, enfatizou. Segundo o executivo, a IEA mostrou que, ao contrário do que se poderia imaginar, a demanda global por petróleo aumentou durante a crise.
No Brasil, a demanda por petróleo cresceu 10,5% em 2010, e 19% por gasolina no mesmo ano, exemplificou. A expectativa é que o consumo no País passe dos atuais 2,2 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), para 3 a 3,3 milhões de bpd em 2020. “A Petrobras aumentará em 2,3 milhões de barris sua capacidade de produção diária de petróleo e terá acréscimo de produção líquida de, aproximadamente, 1 milhão de barris em 2015. Em 2020, produzirá quase 5 milhões de barris de petróleo por dia no Brasil”, destacou.
O presidente da Petrobras também explicou que a volatilidade nos preços do barril é provocada pela situação de alta liquidez e baixas taxas de juros. “Os volumes que são comercializados nos contratos financeiros do petróleo são nove vezes maiores em relação aos contratos reais de petróleo, isso leva à volatilidade no preço, e leva o petróleo a se tornar uma ‘commodity’ financeira”, disse.
INVESTIMENTOS EM REFINO
Ao estabelecer a relação entre o atual cenário e o papel que a Petrobras deve desempenhar, Gabrielli declarou que o Brasil precisa “aumentar os investimentos na capacidade de refino. As oportunidades para investimentos são vastas em países como China, Oriente Médio, África e Brasil. Esses mercados estão crescendo, haverá mais e mais demanda nos países emergentes”.
Gabrielli adicionou outras áreas em que a Companhia vai investir nos próximos anos: “vamos investir não somente na capacidade de refino, mas também desenvolver meios de comunicação, robótica, procedimentos de segurança, logística e tecnologia da informação, entre outros. É obrigação que a Petrobras precisa adotar, e adotará.”
O presidente da Petrobras também participou de coletiva de imprensa juntamente com Fatih Birol, economista-chefe da IEA, e Fulvio Conti, presidente da empresa italiana ENEL. Birol explicou que, nos próximos 25 anos, 10 trilhões de dólares serão necessários em investimentos para atender a demanda de petróleo projetada até 2035. A Petrobras investirá US$ 224,7 bilhões até 2015, observou Gabrielli. Em sua fala, resumiu os principais pontos do debate realizado durante a manhã: a demanda por derivados do petróleo continuará a crescer, a acessibilidade econômica será uma questão chave, a segurança da atual produção é de extrema importância, e, em conclusão, haverá necessidade por novas fontes de produção e uma delas será o Brasil.
O presidente da Companhia também ressaltou a necessidade de aumentar a capacidade da cadeia de fornecedores e o desafio de combinar demanda crescente com redução de emissões. “Isso pode ser alcançado com novas alternativas de combustíveis e usos mais eficientes das fontes atuais de energia”, disse.
A reunião ministerial da IEA tem como tema principal “Our energy future: secure, sustainable together” e reúniu em Paris autoridades de governos de países-membros (Estados Unidos, Europa e Japão), de países convidados, como Brasil, China, Índia, Rússia, Chile, México e Estônia, além de representantes da indústria de energia.”
FONTE: blog “Fatos e Dados”, da Petrobras (http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2011/10/18/transformacoes-geopoliticas-no-setor-energetico/).
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