domingo, 27 de novembro de 2011

ESTÍMULO À INOVAÇÃO


Editorial da Folha e UOL

O Brasil avança na produção de artigos científicos, mas a integração da pesquisa universitária com o setor produtivo deixa a desejar.

A criação de novos produtos e processos de produção nunca foi a marca das empresas brasileiras -salvo poucas exceções, como Embraer, Embrapa ou Petrobras.

No entanto, vem crescendo a percepção de que a capacidade das empresas de competir, tanto no exterior como no mercado interno, vai depender cada vez mais de ganhos de produtividade -até porque o paliativo fácil da desvalorização da moeda para ajudar exportadores não estará no horizonte dos próximos anos.

Um sintoma importante dessa nova atitude foi o lançamento, em 2009, da ‘Mobilização Empresarial pela Inovação’, iniciativa capitaneada pela ‘Confederação Nacional da Indústria’. Também pelo lado do poder público aparecem novas providências, mas ainda tímidas.

O BNDES, por exemplo, apenas a partir de 2004 passou a oferecer linhas de financiamento voltadas para a atividade inovadora -que, embora possa propiciar retorno alto, opera com elevado grau de incerteza. A pesquisa nem sempre atinge os resultados esperados.

O volume de crédito subsidiado oferecido pelo setor público às empresas engajadas no esforço de inovar tem aumentado nos últimos anos. O mesmo tem ocorrido com a concessão de incentivos fiscais a empresas e instituições de pesquisa.

A mudança no ambiente econômico no país, com estabilidade nos preços, crescimento e relativa solidez nas finanças do setor público, repercute bem no exterior.

Anthony Knopp, responsável pela interface entre empresas brasileiras e um dos principais centros de pesquisa dos EUA, o ‘Massachusetts Institute of Technology’ (MIT), destacou, em entrevista recente à ‘Folha’, que o Brasil acorda para a inovação. De fato, mas ainda é débil a articulação entre a pesquisa desenvolvida nas universidades e o esforço inovador do setor produtivo.

A quantidade de artigos científicos realizados por acadêmicos brasileiros tem crescido muito nos últimos anos. Mas pouco desse esforço traduz-se em avanço tecnológico. O descompasso reflete, em parte, a distância que ainda separa universidades e empresas brasileiras.

Outro fator é o número baixo, na comparação com países mais profícuos no desenvolvimento de tecnologias de produção, de estudantes e pesquisadores em áreas como engenharia, biologia, química e física.

É preciso, portanto, avançar na adequação do perfil das atividades universitárias ao imperativo da inovação. Cabe ao setor público fortalecer os mecanismos de fomento à inovação, tornando-os mais seletivos. A definição de setores prioritários permitiria maior concentração de esforços e tenderia a trazer resultados mais significativos.”

FONTE: publicado na Folha de São Paulo  (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/10321-estimulo-a-inovacao.shtml) [imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’]

Nenhum comentário:

Postar um comentário