terça-feira, 24 de janeiro de 2012

ITA PODE CRESCER SEM PERDER QUALIDADE, diz novo reitor


“O engenheiro Carlos Américo Pacheco assume o comando do Instituto Tecnológico de Aeronáutica com a meta de dobrar o número de vagas. Em entrevista ao site de VEJA, ele comenta os desafios da missão

Entrada, em São José dos Campos-SP, do DCTA, do Comando da Aeronáutica (o ITA é um dos institutos do DCTA)

Por Marco Túlio Pires, na “Veja”

O engenheiro e economista Carlos Américo Pacheco, empossado reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no final de 2011, tem dura missão pela frente: a ampliação da mais importante grife do ensino superior do país. Sua meta é dobrar o número de vagas nos cursos de graduação - pela primeira vez desde a criação do instituto, em 1947. "Podemos fazer isso sem comprometer a qualidade do ITA", diz Pacheco.

Vista parcial do ITA

O ITA oferece atualmente 120 vagas para engenharia por ano. A partir de 2013, esse número deve subir para 240. "O Brasil carece de engenheiros especializados para levar ao próximo nível as indústrias de alta tecnologia que estão surgindo", diz Pacheco, em entrevista ao site de VEJA. "Precisamos de engenheiros de qualidade para lidar com questões estratégicas que estarão na agenda de médio e curto prazo do país"

O novo reitor, de 54 anos, foi secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia entre 1999 e 2002 e atuou como um dos principais articuladores dos projetos que resultaram na criação dos fundos setoriais e na Lei da Inovação, de 2004. No comando do instituto, pretende estimular a inovação, área que considera estratégica para o desenvolvimento do país. "Enquanto a inovação for tema dos cientistas e dos gestores públicos, vamos avançar muito pouco", diz Pacheco. Confira abaixo trechos da entrevista:

Laboratório de Estruturas, do ITA

-O ITA quer duplicar o número de vagas para o ingresso na graduação. Por que duplicar e por que agora?

A ampliação do ITA tem a ver com dois problemas que afetam o país atualmente: carência de engenheiros e má qualidade dos cursos. O Brasil está em condição muito ruim no que diz respeito ao número de engenheiros egressos por 1.000 habitantes. Precisamos de engenheiros de qualidade para lidar com questões estratégicas que estarão na agenda de médio e curto prazo do país, como a exploração do pré-sal, o desenvolvimento de tecnologias de defesa, o enriquecimento da indústria aeronáutica e o amadurecimento do setor aeroespacial. Por isso, é mais do que obrigação ampliar a escola. Podemos fazer isso sem comprometer a qualidade do ITA. No vestibular passado, tivemos 400 alunos com nota mínima para ocupar as 120 vagas.

-Quão longe está a duplicação do número de vagas?

O projeto está formatado e nas mãos do Ministro da Defesa (Celso Amorim). A presidente Dilma determinou que todos os ministérios envolvidos, Planejamento, Fazenda e Defesa, realizassem a duplicação o mais rápido possível. A partir de agora, precisamos realizar licitações para os 250 milhões de reais em obras que serão concluídas em dois ou três anos. Vamos começar com os alojamentos e as instalações do ensino fundamental para ampliarmos as vagas do primeiro ano. A ampliação será processo duro porque ela também implica a contratação de 150 professores de altíssimo nível que ainda não existem. Estamos conversando com a CAPES e a FAPESP para formar esses profissionais no exterior ou criar um conjunto de pós-doutores vinculados à escola.

-Na melhor das hipóteses, quando a escola começará a receber mais alunos?

Nossa ideia é aumentar 120 vagas no vestibular de 2013. A expansão vai mudar a escala de operação do ITA.

-Como assim?

Estamos discutindo com várias empresas. Além da ampliação física e do quadro docente, queremos mudar duas coisas: a vinculação internacional da escola com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e outros centros de excelência no mundo. Queremos internacionalizar a escola, mas com foco nas áreas de interesse estratégico para o Brasil, que é a segunda questão. Estamos negociando com empresas de alta tecnologia, como a Petrobras, Embraer, Odebrecht e Telebrás, uma mudança na natureza da cooperação com elas.

-Como será essa nova cooperação?

Queremos envolver os alunos logo nos primeiros anos do ensino fundamental com os maiores desafios dessas empresas. Eles são apaixonados por desafios e pela resolução de problemas. Perdemos muito tempo esperando que eles façam estágio para se envolver com isso. Vamos criar uma carteira de desafios tecnológicos de engenharia de longo prazo para mobilizar equipes e criar novas formas de cooperação com a indústria. As empresas vão patrocinar esse conjunto de desafios e esperamos que os alunos se apaixonem por determinados conteúdos científicos tecnológicos. Essas atividades acabam fazendo com que o aluno progrida e escolha aquilo como campo de trabalho e vá progredindo em torno daquilo.

-Um dos grandes diferenciais do ITA é ele estar ligado ao Ministério da Defesa [Comando da Aeronáutica] e não ao Ministério da Educação. Como o ITA tira proveito disso?

No passado, o ITA era mais diferente das outras universidades. Naquela época, as instituições tradicionais viviam o regime de cátedra. O ITA foi criado em cooperação com o MIT e inovou completamente na grade escolar. Isso foi possível graças à flexibilidade da legislação do Ministério da Defesa. Foi completa inovação institucional.

-Quais foram os pontos mais marcantes dessa inovação?

O ITA introduziu um dos primeiros programas de pós-graduações do Brasil. Há 30 anos, criou-se a primeira universidade brasileira a integrar o mestrado com a graduação, algo que hoje está se generalizando. Além disso, há o fato de que todos os alunos estão lá em tempo integral. Isso criou um regime chamado disciplina consciente. É uma espécie de código de honra da escola.

-Como esse código de honra funciona?

É o comportamento dos alunos em relação à ética. O Centro Acadêmico (CA) tem um departamento interno que cuida de ocorrências questionáveis entre os alunos, uma cola na prova ou algum tipo de comportamento inapropriado. A escola solicita que o CA se manifeste primeiro. A análise é feita e, se o aluno for culpado, a situação é resolvida entre eles. A escola também pede que o professor não fique na sala de aula durante as provas ou que elas sejam realizadas nos alojamentos. Esse ambiente estimula a autonomia dos alunos e cria ambiente completamente diferente de outras escolas. Os alunos são brilhantes, responsáveis e acabam tendo comportamento mais meritocrático. Isso não existe em outras escolas de engenharia.

-O vestibular do ITA é elaborado com alto grau de complexidade, com assuntos que nem sempre são vistos pela maioria das escolas de ensino médio. Isso é fator determinante para a qualidade da instituição?

O fato de o vestibular ser difícil funciona como uma espécie de marketing para a instituição. Todo aluno de cursinho sabe que as questões do ITA são mais difíceis. Isso reforça a imagem de a escola ser diferente e melhor do que as outras. O vestibulando do ITA não é um aluno comum - é um aluno muito bom.

-Os objetivos do ITA hoje são os mesmos de quando ele foi criado?

Não. O ambiente em que o instituto foi criado, tanto acadêmico quanto empresarial, mudou. O ITA não foi concebido para ser mais uma escola de engenharia. Ele foi o primeiro passo para a criação de uma indústria aeronáutica. Simultaneamente ao ITA, criaram-se vários institutos ao redor da escola. Foi um projeto que gerou um ambiente econômico e outras instituições de apoio. Hoje, esse ambiente está consolidado. A Embraer é uma realidade. Quando cheguei ao ITA, a empresa estava dando os primeiros passos, nem dominava a tecnologia de motor a jato. Hoje ela é robusta, uma das principais montadoras de aeronaves do mundo. Agora, o ITA tem vários concorrentes. Durante seis décadas tivemos o monopólio da formação de engenharia aeronáutica. Atualmente, existem cursos na UFMG e na Universidade Federal de São Carlos, por exemplo. O ITA também tem que competir com excelentes institutos de engenharia, como a USP, Unicamp e UFMG.

Maquete do CTA/ITA, em 1950

-Qual a diferença entre o ITA de hoje e aquele em que o Sr. estudou?

Hoje, o ITA tem áreas novas. Não se trabalha mais apenas com aeronáutica. Temos engenharia da computação e criamos, há dois anos, a engenharia aeroespacial. Além disso, a pós-graduação cresceu enormemente. Era muito pequena quando eu estudava e hoje possui 1.100 alunos. A instituição também se abriu para a cooperação com empresas privadas, em especial com a Embraer. Existem laboratórios temáticos dentro do ITA que complementam a formação do engenheiro de acordo com seu interesse e vão muito além da formação básica. Outra coisa que mudou foi o interesse: na década de 70, as áreas de eletrônica e mecânica eram as mais procuradas. Hoje, aeronáutica e computação são as mais demandadas.

-A área espacial, por exemplo, seria uma área de interesse para o Brasil?

Sim. Estamos criando uma indústria de defesa mais robusta do ponto de vista financeiro. A entrada de empresas com fôlego financeiro na questão da defesa, como a Embraer, Odebrecht e o interesse manifestado da Camargo Correa e Andrade Gutierrez, dá musculatura para a indústria de defesa brasileira que não existia há algum tempo. As empresas que fornecem equipamentos aeroespaciais sempre existiram, mas elas sempre sofreram as instabilidades das encomendas do governo e tiveram crises sistemáticas. A entrada dos grandes ‘players’ vai gerar demanda por engenharia muito grande.

-Qual o papel do ITA dentro do cenário de inovação nacional?

O exemplo do ITA mostra que, se tivermos perseverança, é possível fazer coisas impressionantes. O Brasil será, inexoravelmente, a quinta economia do mundo. Seremos mercado importante e teremos indústria diversificada. Por exemplo, dentro do agronegócio somos líderes de produção e de algumas tecnologias. Precisamos olhar para toda a cadeia, em todas as direções, inclusive naquilo que não somos líderes, como máquinas agrícolas. Temos que olhar o agronegócio não só como uma fonte de exploração de alimentos para o mundo, mas todo o conjunto, das vacinas para animais até as máquinas. Por que não investimos nisso, dado o tamanho do mercado e do nosso porte?

-De que modo a aproximação da inovação com a área econômica pode ajudar o Brasil?

Enquanto a inovação for tema dos cientistas e dos gestores públicos, vamos avançar muito pouco. O fomento à ciência não é instrumental para realizar inovação. O mais indicado é uma política econômica sólida. Trata-se de questão tributária, de legislação de incentivo e da participação das empresas. A partir do início do governo Lula, conseguimos, progressivamente, aumentar o interesse e o instrumental de apoio econômico para a área de ciência, tecnologia e inovação. O problema é que, mesmo quando acertamos, nossa velocidade de reação é menor que a do resto do mundo.

-Por quê?

São ineficiências públicas e privadas. A nossa gestão pública é muito enrijecida. Tenho absoluta convicção de que, no momento atual, ninguém teria coragem de criar um ITA como foi feito [pela Aeronáutica] em 1947: iniciar um projeto do zero, no meio de uma instância agrária, para construir uma indústria aeronáutica em um país essencialmente agrário. Hoje, teríamos que provar para um sem fim de órgãos que o projeto possui demanda e que é viável. O ITA foi um projeto com grau de utopia e audácia inviáveis no Brasil do século XXI. Um gestor público do BNDES ou da FINEP não conseguiria reunir os recursos necessários para levantar uma indústria inédita no país.

-Isso é um problema?

Muito grande. Não conseguimos definir prioridades. No passado, conseguimos priorizar algumas coisas, como a Embrapa, a Embraer e a Petrobrás. Hoje, o governo tem dificuldades de selecionar prioridades por causa de problema de esvaziamento de competência da burocracia pública. O setor privado tem se diversificado e as universidades estão constituídas: todo mundo quer ser prioritário. Com exceção do pré-sal, todas as outras seleções de prioridades são difíceis.

-O Brasil deveria se especializar em áreas de alta tecnologia que já domina ou deveria explorar a criação de novas indústrias?

Essa é uma questão muito difícil. A inovação tecnológica é decisiva em todas as áreas, para a competitividade industrial e agronegócio. Precisamos de um conjunto de leis amplo, horizontal e que sirva todos os setores para o apoio da inovação tecnológica. Os mecanismos de incentivo são essenciais, porque não vamos corrigir nossos defeitos no curto prazo. Precisaremos de muito tempo para que resolvamos nossos problemas sistêmicos de competitividade: câmbio, custo de capital, carga tributária alta, infraestrutura ruim, burocracia...

-O que o Brasil poderia fazer em curto prazo para estimular a correção desses defeitos?

Precisamos aumentar muito a produtividade. O principal motor para isso é a inovação. E isso tem que acontecer em todo o tecido industrial. O Brasil deve focar nas áreas em que quer ser ‘player’ global.

PERFIL

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA

Criado [pelo então Ministério da Aeronáutica] com a intenção de iniciar a indústria aeronáutica brasileira, o ITA agora tem a missão de ajudar o Brasil a ser líder global em áreas estratégicas de alta tecnologia.

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) foi o primeiro passo de um projeto para a criação de uma indústria aeronáutica no Brasil. Foi fundado em 1950, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos. A Embraer, empresa brasileira e uma das maiores montadoras de aviões do mundo, é uma consequência direta da criação do ITA.

Bandeirante protótipo, em 1969. Projetado e construído pela FAB, com o CTA e ITA. Para produzí-lo em série, foi criada a EMBRAER pelo Ministério da Aeronáutica. Investimento de dezenas de US$ milhões que rendeu ao país muitas dezenas de US$ bilhões.

O ITA não está atrelado ao Ministério da Educação e sim ao Ministério da Defesa. Isso quer dizer que a instituição tem liberdade para escolher grade curricular diferente das faculdades tradicionais, ligadas ao MEC. Até 1996, a escola só aceitava o ingresso de homens.

Hoje, o ITA é uma das organizações do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (CTA), órgão ligado à Força Aérea Brasileira. O vestibular do ITA é considerado um dos mais difíceis do país e abrange conteúdo que, muitas vezes, não é visto pela maioria das escolas de ensino médio.

Todos os anos, a escola forma 120 engenheiros em áreas como eletrônica, aeronáutica, aeroespacial e computação. A meta é que 240 alunos ingressem no ITA a partir de 2014. As obras de ampliação vão custar 250 milhões de reais.

FONTE: reportagem de Marco Túlio Pires publicada na revista “Veja.com”. Transcrita no portal da FAB  (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=23/01/2012&page=mostra_notimpol) [imagens do Google, suas legendas e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’]

10 comentários:

  1. Maria Tereza
    Tive a honra de me formar em Engenharia no ITA há bom tempo
    atrás.
    Mas olhando para o passado vejo que precisamos no Brasil dar uma visão mais gerencial e de mercado às instituições publicas.
    O modo puramente estatal de desenvolvimento tecnológico acabou.
    Estou otimista com a Dilma.
    (vide mudança na Petrobras)

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  2. Iurikorolev,
    Antes de tudo, parabéns! Todos nós sabemos da qualidade dos cursos do ITA e da dificuldade de lá formar-se. Tenho alguns conhecidos também originários do ITA. Um deles tem ascendência russa, como parece ser a sua pelo nome. É o André Yakimoff. Iurikorolev é pseudônimo para a web? Em que ano e especialidade você se formou?
    Concordo com sua visão de melhoria das instituições públicas, mais gerenciais, integradas e voltadas para o mercado. Também estou otimista com a Dilma.
    Maria Tereza

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  3. Hoje a engenharia faz parte do meu passado...
    Formei-me em 1984, épocas de grandes crises no Brasil.
    Falando na Petrobras, li recentemente no Valor (acho um veiculo confiavel) que o marido da nova presidente da Petrobras (Colin Foster) tem muitos contratos com a Petrobras.
    Espero que, bem ... não precisa falar ...
    A má gerencia (para não dizer outra coisa...) da Petrobras é notoria.
    Dê uma olhada na entrevista "Eike Batista fala sobre SOFTWARE" no youtube.
    E verá que para quem vai boa parte dos dividendos da Petrobras.

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  4. Iurikorolev,
    Novamente, parabéns! Uma vez, encontrei nos EUA, Flórida, um de sua turma (o Aloisio Lopes, trabalhava na EMBRAER).
    Também gosto do jornal "Valor Econômico". Frequentemente, transcrevo reportagens dele. Contudo, sempre levo em conta que ele não é isento. Tem forte compromisso partidário. A propriedade do "Valor" é dividida (cerca de 50% cada) entre os grupos "Folha" e "Globo". Ambos são tradicionalmente alinhados com a direita (especialmente dos EUA e Israel) e com grandes conglomerados financeiros, econômicos e de mídia internacionais. A nossa grande mídia é instrumento desses interesses. Nos últimos tempos, ela trabalha para a volta da direita ao poder, apoiando a corrente tucano-serrista, que se comprometeu, documentadamente, com o retorno da privatização do que restou de estatal (principalmente da Petrobras) e da redução do Estado brasileiro ao mínimo, para assim ser mais fácil para esses conglomerados governarem o Brasil em benefício de seus países-sede.
    Essa mídia brasileira, coerente com essa linha, na última década luta diuturnamente para “esvaziar’ a importância do governo federal e das nossas estatais. Já é evidente a tática de fazer denúncias destruidoras contra membros do governo federal e seus aliados, contra estatais brasileiras, contra grandes empresários que evidenciem prioridade ao Brasil. Por isso, leio as notícias que você comentou usando "filtros".
    Maria Tereza

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  5. Onde anda o Aloisio ?
    Ainda está casado com a mexicana ?
    Com relação ao Valor, apesar de seus donos, acho suas matérias isentas quanto a politica. Nunca vi eles fazerem criticas gratuitas ao Lula.
    Pelo menos do que eu li.
    Acho que o seu publico é mais seleto e eles não querem se queimar.
    Sem dúvida, é bom ler com filtros.
    Mas não devemos fechar os olhos a fatos só porque é da nossa corrente politica.
    Esse negócio de direita-esquerda para mim hoje é uma dicotomia enfraquecida : existem grupos de poder rivais.
    A turma do FHC não é santa, mas a do Lula também não.
    Santo não entra politica nem assume o poder, só se for lá no céu...

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  6. Iurikorolev,
    Nunca mais vi o Aloisio. Certa vez, encontrei o Antônio Carlos Smania em Londres. Também é da sua turma.
    O jornal Valor é, realmente, o menos tendencioso da grande mídia.
    Não fecho os olhos, nem confio 100% em nenhum partido. Isso em qualquer país do mundo.
    "Esquerda" ou "direita" é apenas uma simplificação de linguagem. Na prática, com palavras também simples, de "esquerda" é o governo que, em caso de, em uma situação, ter que decidir por sacrificar o "econômico" ou o "social", sacrifica o "econômico". A "direita" sacrifica o "social".
    Maria Tereza

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  7. Maria Tereza
    Me tira umas dúvidas :
    1) Por que vc conhece tantas pessoas da minha turma ?
    Como vc lembrou que eles são da turma de 1984 ?

    3)Vc pertence ao PT (ou é ligada a alguma pessoa do governo)?
    (pode falar não tenha medo ...)

    Abrs

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  8. Iurikorolev,
    Em tudo na vida, devemos buscar, antes de tudo, as respostas, as soluções mais simples para problemas aparentemente complexos ou difíceis.
    Por exemplo, por que eu deveria ser do PT para saber essas informações? Por que deveria ser "ligada a pessoa do governo"? Por que eu "estaria com medo"? Além de não ser do PT, nem ligada direta ou indiretamente ao governo, acredito que o PT e o governo não saberiam esses dados se lhes fossem perguntados.
    A resposta do problema é simples:
    1) Você comentou que formou-se no ITA em 1984;
    2)Tenho, em minha biblioteca (há muito tempo recebi de um conhecido), um livro "ITA-50 Anos", de 1999, onde consta o nome de todos os lá formados, em ordem alfabética e por turma;
    3) Em rápida consulta, verifiquei que alguns meus conhecidos eram da sua turma.
    Simples e rápido, não é?
    OBS: Como não consta seu nome na turma, depreendi que é pseudônimo.
    Maria Tereza

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  9. Maria Tereza
    Acho que não me fiz entender rsrs
    Fiz as 2 perguntas juntas mas elas não estão relacionadas !

    1)Perguntei se vc é do PT ou ligada ao governo por seu grande (e relevante!) trabalho diário de reunir noticias, que quase sempre, são favoráveis ao governo.
    O fato de vc ser ligada ao governo não tiraria o mérito do seu trabalho, apenas tornaria mais lógico (pelo menos para mim) uma dedicação tão grande.
    Pois vc não compila apenas. Vc comenta etc.
    Se fosse eu que fizesse o seu trabalho provavelmente não seria mero simpatizante do PT, mas muito ligado a ele, o que para mim não há nenhum problema. O "medo" que eu me referi é de achar que vc não teria imparcialidade ao veicular seus posts.

    2) Quanto aos meus colegas, fiquei surpreso de você conhecê-los e ainda saber que eles eram da mesma turma ! A posse do livro explicou !
    Vc já trabalhou na área aeronautica ?

    3) O nickname iurikorolev é uma homenagem a Iuri Gagarin e a Sergei Korolev, o chefe do programa espacial soviético.

    Espero ter esclarecido !

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  10. Iurikorolev,
    Ah! Entendi. Fez sentido. Obrigada pelo esclarecimento.
    Algumas observações:
    1) Não sou ligada a nenhum partido, nem tenho obrigações de ser favorável a nada: a políticos, clubes, pessoas, maçonaria etc. Nem mesmo aceitei propaganda no blog. Desde pequena, eu sou eu e gosto de ser independente. Prezo-me muito;
    2) Meu trabalho no blog é decorrência da vontade de compartilhar minhas opiniões, especialmente quando ela coincide com bons textos de terceiros que transcrevo;
    3) Não ponho a mão no fogo por nenhum partido ou governo. Já vivi em outros países e sei como são as pessoas e o mundo. O Brasil não é diferente;
    4) O fato de o blog parecer favorável ao governo petista é corolário do fato principal: sou antidemotucanos. Portanto, não posso “ter imparcialidade nos posts”. Entre o que julgo melhor para o Brasil e o que fere interesses nacionais, não posso ficar na coluna do meio. Não tenho “medo” de ser parcial, de ser autêntica;
    4) Tal posicionamento decorre de, infelizmente, ter presenciado gigantescos danos ao Brasil causados pelo governo PSDB/PFL-DEM/PPS nos anos 90. Era governo exageradamente antinacional, por egoístas interesses de poder e corruptas motivações financeiras, partidárias e pessoais. O que vi me saturou. Pouca coisa veio a público. Havia a ditadura da mídia, que blindava aquele governo. Alguma coisa agora começa a aparecer, ainda muito abafadamente;
    5) Por fim, respondo que não trabalhei na área aeronáutica, mas me interesso por ela.
    Maria Tereza

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