VLS-1. Projeto estrangulado pelo próprio governo FHC/PSDB/DEM ("servindo a quê e a quem, não sei"). Sobreviveu por abnegada teimosia de cientistas brasileiros
A DESCONTINUIDADE NO PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO
DO METRÔ AO PROGRAMA ESPACIAL: COMO É DIFÍCIL CONSTRUIR ESTRATÉGIAS
Por Roberto Amaral, na revista “CartaCapital”
“Dois são os grandes méritos do chargismo. O primeiro, é a capacidade de apreensão da realidade. O segundo, talvez o gênio maior, a capacidade de traduzir a crítica, isto é, de formular sua mensagem através de um traço, de uma tira, de um personagem e poucas palavras.
A tira ‘Agente Zero Treze’ (de Arnaldo Branco e Claudio Mor) publicada no ‘Estado de S. Paulo’ em 2/1/2012 é, nesse sentido, exemplar. Nela, o personagem que chamarei de ‘Chefe’ determina ao seu ‘agente 013’ que “acompanhe os progressos do programa espacial brasileiro” recebendo como resposta um dar de costas acompanhado da seguinte reclamação: “Programa Espacial Brasileiro… se o metrô levou trinta anos para chegar em Ipanema”…
Ora, quem não resolve coisas pequenas aqui na Terra não pode se envolver em aventuras no espaço. Isto é para outros. Essa é a ‘moral’ da história.
Duas questões de fundo respondem à critica pertinente. São elas: primeiro, nossa dificuldade de acompanhar o progresso tecnológico dos parceiros, de que é mesmo exemplo o Programa Espacial, arquitetado nos anos 60, mas hoje ultrapassado por muitos países que naquele então sequer cogitavam de investimentos na área, como as duas Coreias, Irã e mesmo a Índia; e, segundo, nossa quase inaptidão política para desenvolver projetos estratégicos, aqueles que definem os grandes objetivos nacionais e condicionam, por isso mesmo, os planos e as ações governamentais, a saber, as táticas necessárias para atingir tais objetivos. Como não há prioridades, nem planejamento de longo prazo, as prioridades são, afinal, determinadas pelo Tesouro, na medida em que é ele que libera esta ou aquela verba, a partir de critérios puramente burocráticos.
Se fosse possível, porém, reduzir este parágrafo a umas poucas palavras, eu diria que a causa de nossos problemas remonta à traição neoliberal. Demonstrarei.
A inconstância de recursos, promovida pelos governos dos dois Fernandos e estancada no primeiro ano do presidente Lula, é causa suficiente para o atraso, mas não é tudo, pois a ela soma-se a descontinuidade dos projetos, o desinteresse pelas questões estratégias e, finalmente, o desaparelhamento do Estado para as atividades-fim, heranças do receituário neoliberal, ideologicamente comprometido com a ineficácia do público para poder vender o privatismo que nos daria a privataria.
O fato objetivo é este: passados mais de quarenta anos do início de nossas atividades espaciais, permanecemos sem centro de lançamento plenamente operacional, sem autonomia na construção de satélites, e sem veículo lançador, e amargando o insucesso das três tentativas frustradas com o VLS da Força Aérea, em quase 30 anos de investimentos e justas expectativas.
Além dos problemas financeiros, determinante dos demais, o Programa Espacial Brasileiro sofre com graves e danosas ineficiências estruturais, compreendendo multiplicidade de comando, dispersão de esforços, paralelismo de projetos, ações repetitivas, inexistência de políticas de pessoal etc. Em várias oportunidades, temos insistido na necessidade de fortalecimento político, institucional e funcional da Agência Espacial Brasileira, de sorte a transformá-la no que deveria ser, desde o primeiro dia, missão que lhe foi negada: a de comando do Programa Espacial. No momento, é passiva repassadora de recursos para programas cuja execução física e orçamentária não controla.
Essas observações relativas ao programa espacial são estruturais e, por isso, se aplicam mutatis mutandi ao programa nuclear, às terras raras, à autonomia de nossa indústria de defesa, à nossa indústria de telecomunicações, à indústria nacional petrolífera, a saber, a tudo que diga respeito aos nossos interesses estratégicos de povo, nação e país.
Nada é obra do acaso. E, para consertar essa herança, o atual governo precisa mobilizar a sociedade brasileira, a começar pela silente opinião universitária, trazendo essa discussão para a luz do dia.
Aliás, os governos FC e FHC tentaram, deliberada e conscientemente (servindo a quê e a quem, não sei), torpedear nosso projeto espacial, deixando-o à míngua de recursos, sendo por isso, co-responsáveis pelo acidente com o VLS-1 [3º protótipo], da Força Aérea, ceifando-se 21 de nossos técnicos, especialistas e trabalhadores. Refiro à ação da dupla sobre o Programa Espacial simplesmente porque este é o tema do artigo, mas a ação danosa se deu sobre todas as questões estratégicas brasileiras, como o ensino superior, a pesquisa e a pós-graduação, de que é exemplo o congelamento das bolsas do CNPF durante oito anos!
Vejamos como o neoliberalismo tratou nosso Programa Espacial.
O primeiro fenômeno é a absoluta reversão de expectativas em face do período 1985-1989, quando e só quando os investimentos se concentraram nos três segmentos da atividade espacial: satélites, veículos e centros de lançamento - com dotação média anual de 100 milhões de dólares. Daí em diante, penúria! Em 1990 (governo FC) os investimentos caíram para 57 milhões e, em 1999 (FHC) para 9,9 milhões. Ao todo, o país gastou, de 1980 a 2002, apenas US$ 530,2 milhões.
Como pensar seriamente em lançar nosso VLS se, a cada ano, o governo reduzia os investimentos? De US$ 27,5 milhões em 1995, caímos para 18,7 em 96, para 11,271 em 97, para 10,408 em 98 e, finalmente, para US$ 3,7 milhões em 2002. Em 1999, o governo (FHC) havia tido o desplante de só aplicar US$ 1,6 milhão!
O acidente de Alcântara foi antecipado pela perda do satélite Saci-2, denunciando já ali a ausência de recursos e de uma adequada política de pessoal. Era a agonia prenunciando a tragédia que o tucanato nada fez para evitar. A irresponsável dieta financeira repercutiu na redução das despesas de consumo e contratação de serviços, impôs restrições à cooperação nacional e internacional, implicou drástica limitação das encomendas, afetou qualidade e cronograma das operações (faltou dinheiro até para [consertar] o radar meteorológico de Alcântara!), e determinou a evasão de pessoal qualificado, decorrente da ausência de concursos e do congelamento, por oito anos, dos salários de técnicos e cientistas. Os que ficaram, tiveram o treinamento comprometido, muitos impedidos de acompanhar mestrado fora do país, para não desfalcar a equipe, já reduzida ao mínimo.
As consequências sobre os recursos humanos foram devastadoras. De 1990 a 2003, o CTA registrou a evasão de 2.526 servidores civis, entre técnicos de nível superior, intermediário e auxiliar. Só em 1997, o Programa perdeu 90 cientistas. Em 2002, último ano do governo FHC e etapa crucial para o lançamento do VLS, apenas 500 servidores estavam dedicados às atividades espaciais. Por falta de recursos.
A questão é política, meus caros Arnaldo e Claudio, e dizem respeito ao futuro de nosso país. Talvez por isso mesmo, pois nossa soberania não é um projeto unânime entre enós, já aparecem vozes defendendo a retomada do ‘acordo’ leonino firmado pelo governo FHC com os EUA, cujo objetivo era nos alienar de nossas bases em Alcântara, projeto felizmente estancado pelo presidente Lula no primeiro ano de seu primeiro governo.
Mas essa é outra questão que pede outro artigo.”
FONTE: artigo de Roberto Amaral publicado na “Carta Capital” e transcrito no portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-descontinuidade-no-programa-espacial-brasileiro#more) [título, imagem do Google e sua legenda adicionados por este blog ‘democracia&política’].
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
ResponderExcluirUm Super-Foguete Para O Brasil
(Artigo submetido em 15-10-97 à Folha de S. Paulo, que decidiu não publicar)
A Força Aérea Brasileira, a FAB, está próxima a presentear o Brasil com um super-foguete para fins civís, que é o que existe de mais avançado em termos tecnológicos Brasileiros, e com o objetivo de lançar em órbita um satélite artificial. Trata-se de uma conquista das mais significativas, daquelas que o Brasil pode e deve orgulhar-se, e que se desenvolveu com inúmeros contratempos e dificuldades, e somente tornou-se realidade graças à persistência e dedicação de um grupo grande de pessoas decididas e abnegadas.
http://www.dge.inpe.br/ozonio/kirchhoff/html/artigo9.html
(PARTE) Em novembro de 2001, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal aprovou o acordo de salvaguardas tecnológicas com os EUA para uso do Centro de Lançamento Aeroespacial de Alcântara (CLA) com onze ressalvas constantes do relatório do deputado Waldir Pires (PT-BA), todas elas cuidando prudentemente da defesa da soberania nacional atingida de forma inadmissível por cláusulas humilhantes amplamente difundidas.
ÍNTEGRA: (DOC) Alcântara, o andar da carruagem
Coronel Francisco de Luna Máximo – 7 de setembro de 2002, Dia da Pátria
Em novembro de 2001, a Comissão de Relações...
brasil.indymedia.org/media/2008/05/418860.doc
19/08/2002: FHC entrega Base de Alcântara a Tio Sam
José Arbex Jr.
http://aricaldeira.multiply.com/journal/item/5
24/11/2002: Alcântara desafia governo Lula
Acordo neocolonial de FHC com EUA tem apoio de Sarney também
http://wr.colunao.ma.sites.uol.com.br/outras11.htm
02/07/2003: Congresso Brasileiro suspende votação sobre a Base de Alcântara
http://alainet.org/active/3995&lang=es
22/08/2003: Incidente em Alcântara: um alerta
Prof. Pedro Antonio Dourado de Rezende
Departamento de Ciência da Computação
Universidade de Brasília
http://www.cic.unb.br/~pedro/trabs/alcantara.htm
Setembro de 2003: A sabotagem do VLS-1
http://www.anovademocracia.com.br/no-14/997-a-sabotagem-do-vls-1
Setembro de 2003: Terrorismo Ianque em Alcântara
Ronaldo Schlichting
“Eles queriam que desistíssemos do VLS. Respondi que não havia ido lá para negociar o VLS, mas para começar a negociar lançamentos a partir de Alcântara com uso de tecnologia americana protegida.”
Face ao covarde e criminoso ataque terrorista perpetrado contra o Brasil às suas Forças Armadas e a 21 cidadãos civis no dia 22 de agosto de 2003 na base aeroespacial de Alcântara, urge a instalação de uma comissão de investigação séria, patriótica e com seus constituintes escolhidos a dedo — excluindo dela os já conhecidos “internacionalistas” que fazem parte da “escola do Sr.Ronaldo Sardenberg” — para que, ao menos desta vez, em nome das vítimas, a verdade prevaleça.
http://www.umanovaera.com/conspiracoes/terrorismo_em_alcantara.htm
03/09/2003: Inferno em Alcântara
ResponderExcluirSabotagem e recursos escassos podem ser as causas do desastre
http://www.istoe.com.br/reportagens/13333_INFERNO+EM+ALCANTARA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage
Setembro de 2003: Ingerência militar do imperialismo
A maior de todas as sabotagens
J. W.Bautista Vidal
Viveu o Brasil no dia 22 de agosto último — sempre em agosto — uma de suas grandes tragédias com a misteriosa explosão — cheirando a sabotagem — do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1), na base de Alcântara, MA, a melhor localizada em todo o mundo, chegando a economizar 30% da energia necessária aos lançamentos.
http://www.mail-archive.com/voto-eletronico@pipeline.iron.com.br/msg13662.html
Relatório / 2003: A presença militar dos Estados Unidos na América Latina
A consolidação do domínio econômico e militar da América Latina tem sido uma das prioridades do governo dos Estados Unidos
http://www.social.org.br/relatorio2003/relatorio039.htm
Outubro de 2005: Sabotagem do Tio Sam
Os Estados Unidos estariam por trás das explosões de foguetes na base maranhense de Alcântara. Motivo: Evitar que outros países entrem na corrida espacial.
por Carlos Chernij
TEORIA - Base de Alcântara foi sabotada
http://super.abril.com.br/ciencia/sabotagem-tio-sam-446333.shtml
Os caças militares e as bóias de Alcântara
http://www.metro.org.br/jose_alves/os-cacas-militares-e-as-boias-de-alcantara
VLS - Veículo Lançador de Satélites
http://www.redetec.org.br/inventabrasil/vlsa.htm
Alca, Base de Alcântara e a soberania nacional
http://www.apropucsp.org.br/revista/r17_r07.htm
24/03/2008: O dia em que tentaram implantar um crachá para brasileiro andar no Brasil
O dia em que FHC decidiu alugar um pedaço do Brasil
Vi o mundo
http://www.viomundo.com.br/politica/o-dia-em-que-fhc-decidiu-alugar-um-pedaco-do-brasil.html
ALCÂNTARA - ESPIONAGEM E SABOTAGEM
http://blogln.ning.com/profiles/blogs/alcantara-espionagem-e
Burocracia atrasa lançamento de satélites
http://www.alide.com.br/joomla/index.php/component/content/article/36-noticias/1116-burocracia-atrasa-lancamento-de-satelites-afirma-roberto-amaral
Centro de Lançamento de Alcântara comemora 27 anos
http://www.alide.com.br/joomla/index.php/component/content/article/36-noticias/1145-centro-de-lancamento-de-alcantara-comemora-27-anos
É como bem diz o Amaury Ribeiro Jr em referência as privatizações do (des)governo FHC sob a rapinagem de José Serra:
ResponderExcluir"Foi o maior assalto ocorrido em toda a história da humanidade, pois a CPI da Privataria vai desvendar muito mais."
Por mim, Ali Babá e os 40 ladrões deveriam ser julgados em um Tribunal Militar, visto que estavam exercendo cargos de confiança resguardando a Soberania Nacional. Poxa, faz tempo que não vemos um paredão(só no BBB) e, o BraSil é um dos únicos países que ainda admitem este bela prática contra TRAIDORES.
Ah, antes que eu me esqueça, esta questão dos entreguistas canalhas em NO$$O Programa Espacial me dá nojo!!!
ResponderExcluirEsta LEI de MÍDIA há de vir!!!
Parabens ao blog por denunciar o que somente 1% do povo brasileiro sabe.Preferem assistir BBB.
ResponderExcluirEmpalador,
ResponderExcluirObrigada pelos parabéns. Você é otimista ao estimar que 1% da população sabe. Seriam cerca de dois milhões de conhecedores. Infelizmente, estimo bem menos.
Maria Tereza