sexta-feira, 23 de março de 2012
CLASSE C CHEGA A 54% DA POPULAÇÃO E TEM RENDA MÉDIA DE R$ 1.450
Por Marianna Aragão, no UOL/Folha
“Embora em ritmo menos acelerado, a classe C continuou a crescer no Brasil em 2011. A participação desse estrato social no total da população brasileira foi de 54% no ano passado, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela “Cetelem”, financeira do grupo francês “BNP Paribas” em parceria com o instituto “Ipsos”.
Em 2010, ela representava 53% da população.
De acordo com a pesquisa "O Observador Brasil 2011", a classe C recebeu 2,7 milhões de brasileiros em 2011, vindos das classes D e E. Hoje, 103 milhões de pessoas fazem parte dessa classe social.
As classes D e E, por sua vez, encolheram no ano passado, representando 24% da população, num total de 45,2 milhões de brasileiros. Em 2010, eram 47,9 milhões de pessoas, ou 25% da população.
"Essas mudanças marcam a consolidação da mobilidade social que vimos ocorrer no Brasil nos últimos anos", diz Marcos Etchegoyen, diretor-presidente da “Cetelem BGN”. A pesquisa, realizada desde 2005, mostra que 63,7 milhões de brasileiros ascenderam socialmente no Brasil nos últimos sete anos. "É o equivalente a toda a população da Itália", comenta Etchegoyen.
O grupo que mais contribuiu para essa evolução foi a classe C, que representava 34% da população em 2005, e hoje está em 54%.
As classes sociais utilizadas no estudo são as definidas pelo CCEB (Critério de Classificação Econômica Brasil), fornecida pela ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa).
O conceito não considera a renda, mas a posse de itens como eletrodomésticos, veículos, quantidade de cômodos na casa e grau de instrução do chefe de família.
RENDA
A pesquisa mostrou, ainda, que a classe C foi a única camada da população cuja renda média familiar cresceu em 2011. A evolução foi de 8%, para R$ 1.450.
Já as classes A/B e D/E tiveram ligeira queda na renda. No caso da A/B, a renda caiu de R$ 2.907 em 2010 para R$ 2.893 no ano passado. A renda da classe D/E diminuiu de R$ 809 para R$ 792 no mesmo período.
A renda disponível, que corresponde à renda da família após os gastos, cresceu em todas as classes sociais no ano passado, o que indica que houve maior contenção dos gastos. "As pessoas gastaram menos no ano passado, influenciadas pela piora no ambiente econômico, especialmente no segundo semestre", diz Miltonleise Filho, vice-presidente da “Cetelem BGN”.
A preocupação com o futuro da economia apareceu em outro dado levantado pela pesquisa, sobre intenção de compra para 2012. Em comparação com o ano anterior, os brasileiros mostraram-se mais cautelosos para consumir itens como carros, computadores e eletrodomésticos.
O percentual de pessoas com intenção de comprar um automóvel este ano, por exemplo, caiu de 18% para 15% em 2011. Apenas 25% da população declarou ter pretensão de comprar algum serviço relacionado a lazer ou viagem, ante 32% na pesquisa anterior. "Devido a essa cautela, em 2012 podemos não ter o mesmo nível gasto visto no ano passado", diz Miltonleise Filho.
Ainda assim, o brasileiro ainda é o povo mais otimista, dentre os 13 países onde a pesquisa é realizada anualmente. A nota média dada pelos entrevistados à situação do país foi de 6,3 em 2011, a maior avaliação nos mercados pesquisados. Os alemães têm a segunda melhor avaliação sobre seu país: a nota média no país foi de 6,2.
A pesquisa ouviu 1.500 pessoas em 70 cidades brasileiras, em dezembro do ano passado.”
FONTE: reportagem de Marianna Aragão publicada no portal UOL (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1065542-classe-c-chega-a-54-da-populacao-e-tem-renda-media-de-r-1450.shtml) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].
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